Intervalo traz dobradinha
Benfica adormecido na primeira parte acorda após um descanso em que Rui Vitória terá falado muito e bem.
Se o Benfica não acorda ao intervalo, estaria agora a lamentar mais uma derrota com o Vitória de Guimarães na final da Taça. Só Luisão merece elogios, numa primeira parte em que todos os outros jogadores estão entre desaparecidos e adormecidos. Muito bem terá falado Rui Vitória ao intervalo, para os seus jogadores regressarem ao relvado finalmente motivados e com vergonha das sombras que foram no primeiro tempo.
Aí, o Vitória de Guimarães tem as melhores oportunidades de golo, só contrariadas por três subidas de Luisão, com cabeçadas perigosas mas sem pontaria. O vídeo-árbitro prima pela omissão numa mão de Josué, aos 12 minutos, a centro de Cervi, de possível penálti. Também o lance em que Marega vê amarelo, em luta com Fejsa, aos 20 minutos, merece um vídeo-árbitro que diga ao colega de campo não ver razão para amarelo. O amarelo salta do bolso do árbitro, e Fejsa, o guerreiro de cristal, sai, mais uma vez, lesionado.
A emoção está reservada para a segunda parte. O Benfica acorda. Pizzi deixa de se recriar infantilmente com a bola. Acaba a fancaria técnica e volta o respeito pelo adversário. E pelos adeptos. Logo aos 48 minutos, os avançados do Benfica mostram que estão em campo. Jonas remata rasteiro, o guardião do Vitória defende para a frente e Jiménez faz um bom chapéu curto para o golo.
O Benfica não baixa o ritmo, começa a mandar no miolo do terreno e a travar as perigosas alas contrárias. É assim natural a chegada do segundo golo, aos 53 minutos, com um excelente centro de Nélson Semedo a merecer uma cabeçada certeira de Salvio, quase de joelhos.
Aos 56 minutos, o vídeo-árbitro manda seguir mais um lance duvidoso de Josué na área. Dez minutos mais tarde, a mais bela jogada de ataque do Benfica não termina em golo por Jonas atirar de cabeça à barra um excelente centro de Grimaldo.
Nos últimos vinte minutos, o Vitória equilibra. O Benfica baixa o ritmo e cai de novo na sobranceria. Um canto da esquerda, aos 78 minutos, encontra Zungu solto entre os centrais encarnados. A cabeçada é indefensável e relança a incerteza. Nem a redução da vantagem faz o Benfica voltar à humildade. Aos 87 e 89 minutos, Jiménez e Pizzi desprezam o golo com soluções rebuscadas para concretizações fáceis. O desperdício termina ao terceiro minuto dos descontos, com Jiménez a atirar por cima uma bola de golo.
Para a história fica uma merecida dobradinha do Benfica.
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