"Nuno Santos não quis ir aos Jogos Olímpicos"

Rui Jorge teve inúmeras dificuldades para formar o grupo de 18 jogadores que vão defender as cores de Portugal no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

À última hora, o treinador teve de "riscar" o nome de Nuno Santos, jogador que pertence aos quadros do Benfica e que foi emprestado ao Vitória de Setúbal. Pité foi chamado para a vaga do extremo.

"O Nuno Santos entendeu que não estava em condições para vir, não quis vir aos Jogos, preferiu continuar a sua pré-temporada no clube, deu algumas justificações para essa decisão, uma decisão pessoal e há que respeitar. O mister José Couceiro foi inexcedível com a forma como lidou com as situações, e com a disponibilidade que demonstrou, ele e a direção, mas também não queremos neste espaço ninguém que não queira estar aqui a 100 por cento. É uma decisão do jogador e espero que consiga aquilo que pretende", revelou, esta quarta-feira, o técnico em conversa com os jornalistas antes de mais um treino na Cidade do Futebol no Jamor.

O líder da equipa olímpica falou, ainda, sobre a convocatória surreal que fez para a prova.

"Dialogámos com os clubes para irmos o mais forte possível para os Jogos Olímpicos. Providenciámos esforços nesse sentido e o resultado é este. Partindo do princípio que a normativa FIFA seria a que impera, fomos à procura dos melhores. A convocatória está feita e tenho 18 jogadores mais quatro e, a partir de agora, é focar em tudo o que podemos fazer para ir o mais forte possível, treinar bem e tentar ser uma equipa forte", explicou.

O técnico luso mostrou-se compreensivo com as decisões dos clubes, enquanto que, sobre as decisões dos jogadores, tudo serve como método de avaliação.

"Entendo a posição dos clubes, as suas explicações são muitas e diversas, mas não tenho porque ficar aborrecido com eles, têm preferência sobre o jogador face à situação, e em relação aos jogadores, a nível pessoal não ficaria (aborrecido), mas enquanto treinador decisões em função de avaliações que faço, e esta será mais uma para tomar decisões em questões futuras como tudo o resto, desde o comportamento à mesa, avião ou no autocarro. Há coisas que parecem insignificantes, mas têm muito valor", sublinhou.

Apesar dos problemas, Rui Jorge elogiou o comportamento dos atletas que integram o estágio.

"Independentemente do número de jogos, o importante é que se revejam no grupo, no que vamos fazer. As pessoas vão sentir orgulho e não falo de resultados, mas sim pela forma como se vão aplicar e dignificar a camisola. Os jogadores surgiram em fases distintas, mas todos com grande vontade e excelente comportamento. O mais importante é que tenham grande vontade de representar Portugal. Farão tudo para treinar e jogar para sair de lá com a cabeça bem erguida", disse.

Portugal integra o grupo D do torneio de futebol, defrontando a Argentina na jornada inaugural, a 4 de agosto, medindo forças com as Honduras, a 7, e fecha a fase de grupos frente à Argélia, no dia 10.