Shakhtar derrota Benfica na Luz e elimina águias da Liga Europa

Dois duros golpes e um traumatismo ucraniano a completar este #PortugalExit.

28 de fevereiro de 2020 às 08:53
Rafa (Benfica) antecipa-se a Kryvtsov (Shakhtar) em fase do jogo de ontem no Estádio da Luz Foto: Luís Manuel Neves
Bruno Lage Foto: Luís Manuel Neves
Luís Castro Foto: Pedro Nunes/Reuters

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Então, até para o ano. O Benfica estava em campo a saber que os compatriotas tinham caído nas respetivas batalhas e também não fez melhor. A coisa até chegou a prometer, muito por culpa do capitão Pizzi, mas os buracos defensivos acabaram por afundar o barco e foi tudo de vela, apagando-se a Luz da Europa.

Bruno Lage mexeu no onze e trouxe Dyego Sousa como a grande novidade na frente do ataque, com apoio de Chiquinho. O técnico pediu para a equipa não entrar expectante e recebeu resposta à altura. Taarabt (7’) e Rúben Dias (8’) falharam por centímetros, e à terceira foi de vez - Pizzi aproveitou o espaço ao chegar à área e enviou um remate em jeito, quase com toques de algodão, colocado e junto ao poste para o 1-0.

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Diz o povo que o que é bom acaba depressa. Assim que baixou a guarda, o Benfica foi castigado. Grimaldo a defender por dentro, Rafa ultrapassado por fora e um cruzamento que acaba em autogolo de Rúben Dias. Clássico. 1-1.

A bola passou a estar mais com a turma de Luís Castro, que ainda enviou um tiro ao poste, à passagem dos 20 minutos. Só que Rúben renasceu das cinzas e apareceu a empatar a eliminatória, nas alturas, a responder ao canto de Pizzi.

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O golo trouxe ânimo e o Benfica, tomando o exemplo do central, terminou a primeira parte lá em cima. E começou a segunda ainda melhor. Uma prenda da defesa visitante e Rafa a colocar a bola no ângulo de uma baliza quase deserta.

Festa de arromba na Luz... de novo de pouca dura. Nem dois minutos passados e Stepanenko mostrou que também sabe saltar e cabeceou para um 3-2 que, apesar da derrota, voltava a dar vantagem ao Shakhtar. Num combate de dá e leva, Seferovic desperdiçou no momento da verdade (68’) e Alan Patrick desferiu o golpe fatal aos 71’.

Era o traumatismo ucraniano, com o Benfica por terra, a exemplo dos outros três companheiros de luta na Europa. #PortugalExit. Adeus e até para o ano.

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ANÁLISE

Capitão na barca do inferno

+ Pizzi liderou as tropas como a braçadeira exigia. Um golo pleno de técnica a abrir o jogo e uma assistência para o 2-1 a reanimar a equipa. Nota para a qualidade técnica e tática da ofensiva dos ucranianos.

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Momento defensivo

- Culpar só a defesa é injusto. É o momento defensivo (14 golos sofridos nos últimos 8 jogos) em crise. O primeiro tento ucraniano é um clássico da ala esquerda benfiquista e o terceiro é o descalabro na transição.

Sem qualquer influência

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Björn Kuipers é um dos árbitros mais conceituados e mostrou porquê no relvado da Luz. Manteve sempre o jogo controlado e decidiu sempre bem nos momentos de maior dúvida, assim como os seus auxiliares, deixando o jogo correr sem assinalar faltas e faltinhas e puxando do cartão amarelo quando necessário.

Só Pizzi não disfarça tanta insegurança *João Moniz

Odysseas – Encaixou três golos sem culpas. Esta quinta-feira não conseguiu ser o salvador.

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Tomás Tavares – Péssimo nos cruzamentos. Ficou a ver jogar no 3-3.

Rúben Dias – Um belo golo de cabeça compensou o autogolo feito minutos antes. Falhou o tempo de salto no 3-2.

Ferro – Precisa de ir para o banco, até para se resguardar. Aborda cada lance com uma intranquilidade latente que contagia a equipa.

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Grimaldo – Mais uma bola aliviada para o centro da área que resultou em golo (3-3). E continua a não se entender com Ferro no controlo do (imenso) espaço entre ambos.

Weigl – Não tem culpa de ter custado 20 milhões, mas esperava-se mais. Não está a fazer muito mais do que Florentino a atacar e faz (bem) menos a defender.

Taarabt – Bem que tenta, mas não está talhado para ser o pêndulo do meio-campo.

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Chiquinho – Quase sempre encostado à direita, não teve influência no jogo.

Rafa – Brilhante a marcar o 3-1, negligente a deixar o lateral Dodô sozinho no 1-1.

Dyego Sousa – Sempre batalhador, recuperou a bola para Rafa fazer o 3-1.

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Seferovic – Só esteve 23 minutos em campo, mas percebe-se que seja o 3º avançado.

Jota – Nada acrescentou.

Vinícius – Podia ter feito o 4-3, mas cabeceou fraco.

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Lenços brancos e assobios para Lage

"Fizemos aquilo que tínhamos de fazer nos primeiros 60, 70 minutos. Tivemos o controlo da bola nesse período. Depois do 3-1 o controlo tinha de ser com bola. Tínhamos de prolongar o que tínhamos feito até ao 3-1. Lamento imenso não poder dar a passagem aos adeptos e ao nosso presidente", disse o técnico no final do encontro.

O técnico estabelece o "objetivo de vencer" para o próximo jogo com o Moreirense, para a Liga, no estádio da Luz.

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"Fizemos uma primeira parte horrível"

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