"Um Ferrari sem uma roda é um problema"

Carlos Queiroz não abre o livro sobre o futuro de José Mourinho. O antigo adjunto de Alex Ferguson no Manchester United foi evasivo quando instando a comentar qual será o próximo clube que o special one vai orientar.

"Essas coisas não se podem contar. As conversas entre amigos são para se manter privadas e confidenciais", afirmou Queiroz, em declarações à Cadena Cope

O técnico português recordou a passagem pelo comando do Real Madrid, que ocorreu em 2003, e encontrou semelhanças com o atual percurso do Barcelona, que nas últimas quatro jornadas desperdiçou uma vantagem confortável sobre o Atlético Madrid e Real Madrid. Neste momento, os culés têm os mesmos pontos do que a equipa de Simeone e apenas mais do que o Real de Ronaldo e Pepe.

"Não se pode comparar a equipa que tem agora o Barcelona com aquela que tínhamos nós. O Barça, jogando como costuma fazer, tem sempre grandes hipóteses de ganhar o campeonato. Florentino Pérez é uma pessoa fantástica mas quando começa a pensar que sabe muito de futebol comete erros. O presidente não quis entender as coisas e no final fui eu quem pagou a fatura. Durante muito tempo, disse-lhe que um Ferrari sem uma roda é um problema. Quando se comete erros, paga-se caro. Vejam o número de treinadores que passaram pelo Real Madrid depois de mim e quantos milhões de euros gastaram em jogadores. Naquele momento bastava ter-se mantido Morientes (para o Mónaco), não se ter vendido o Makelele para o Chelsea e ter-se assinado com um bom central para substituir Hierro. Teria sido suficiente, mas todos conhecem Florentino", destacou Carlos Queiroz, que está sem clube desde que abandonou a seleção do Irão.

Na temporada 2003/2004, o Real Madrid de Queiroz acabou por perder o campeonato para o Valência.

"A equipa não veio abaixo depois de perder a final da Taça contra o Zaragoza. Foi antes, no início da temporada. Foi um milagre, com a equipa que tínhamos, estar com mais oito pontos do que o Valência", acrescentou.