Presidente do FC Porto acusa ex-treinador do clube de ter sido "empurrado para isto por quem tem outros interesses".
Pinto da Costa diz que 'a arbitragem mudou' com o aparecimento da candidatura de Villas-Boas
O presidente do FC Porto referiu-se a uma suposta coincidência entre o aparecimento da candidatura de André Villas-Boas e a atuação dos árbitros na I Liga portuguesa de futebol, esta segunda-feira, numa entrevista à SIC.
"Da arbitragem, em 2023, o FC Porto não teve diretamente razões de queixa. Não foi beneficiado nem prejudicado. Foi indiretamente prejudicado, porque o Sporting em Faro e contra o Casa Pia venceu à custa de arbitragem. Mas há coisa curiosa: a partir do momento que apareceu uma candidatura, a do André Villas-Boas, a arbitragem mudou", afirmou Pinto da Costa.
Até à candidatura do Luís André eu era o presidente dos presidentes. A minha obra era fantástica. Tenho documentos dele a dizer que sou o herói da vida dele, que eu era o maior. Porque pensavam que eu não me ia candidatar. A partir do momento em que apresentei a recandidatura, passou a estar tudo mal", vincou.
Na ótica do presidente do FC Porto, André Villas-Boas "foi empurrado para isto por quem tem outros interesses", como o presidente da Olivedesportos. "Alguma vez o Joaquim Oliveira foi amigo do André? São os interesses televisivos", argumentou.Outra crítica ao candidato prende-se com a Assembleia-Geral (AG) em novembro, marcada por desacatos. "Peço que vão todos às eleições e filmem. Quando um indivíduo pede numa AG pede para que filmem é porque sabe que algo vai acontecer", atirou. André Villas-Boas acusou-o de cansaço. Em resposta, esclareceu: "Nunca me viu correr, não sei que avaliação pode fazer sobre a minha pujança física. Não o vejo há anos. Nunca deixei de fazer nada do que fazia há 40 anos no FC Porto. Mentalmente é natural que esteja um bocadinho tolinho, mas há quem esteja mais. Mas pior que ser tolinho, é ser imbecil".'Macaco'Preso no âmbito da Operação Pretoriano, o chefe da claque Super Dragões não recebeu nenhuma visita de Pinto da Costa. "Não vou visitar Fernando Madureira por uma razão: porque tem direito a um número limitado de visitas, tem pais, sogros, mulher e filhos. Se não fosse isso não tinha problemas nenhuns", explicou o presidente do emblema azul e branco.
No entanto, Pinto da Costa escusa-se a comentar a eventual permanência de 'Macaco' na chefia da claque no futuro. "Os Super Dragões é que decidem os líderes, não eu. Qual é o ato criminoso? Acho que a preparação está em quem pela primeira vez na história de um clube português apareceu a apelar ‘Venham à Assembleia e filmem tudo’", frisou.
Estoril
No sábado, logo após a derrota 'azul e branca' na visita ao Estoril Praia (1-0), para a 27.ª jornada da I Liga, Pinto da Costa criticou a atuação da equipa de arbitragem liderada por António Nobre, face às expulsões do guarda-redes Diogo Costa e do extremo Francisco Conceição, reconhecendo que a sua presença "não era psicologicamente aconselhável".
"Não pondo em causa a sua seriedade, foi um indivíduo que, uns dias antes, em Madrid [num jogo particular entre as seleções principais de Espanha e Brasil], teve uma atuação desprestigiante para o futebol e a arbitragem portuguesa. Foi uma autêntica vergonha, já que inventou dois penáltis que não existiam e pôs aquilo em polvorosa. Por coincidência, estavam três jogadores do FC Porto [os brasileiros Wendell, Pepê e Galeno] na equipa prejudicada. Entendo que o António Nobre não é tão mau como foi no Estoril", salientou.
Além de ter expulsado dois futebolistas do FC Porto e Bernardo Vital, defesa central dos 'canarinhos', o juiz da associação de Leiria sancionou com cartão vermelho direto Luís Gonçalves, diretor-geral e administrador da SAD 'azul e branca', logo após o apito final.
No dia seguinte, diversos jogadores portistas manifestaram a sua "revolta" em relação à arbitragem nas redes sociais, ao partilharem uma mensagem conjunta, acompanhada de imagens da grande penalidade revertida no início do segundo tempo por António Nobre, com recurso ao videoárbitro (VAR), após choque entre Mangala e Francisco Conceição.
"É fácil dizer que não concordo [com a revolta], mas o futebol é emoção. O livre que deu origem à expulsão do Diogo Costa devia ter sido marcado quase no limite direito da área, mas foi em zona frontal. Só mostra que os adversários fizeram o que quiseram", criticou.
Fontelas Gomes
Confrontado com o comentário feito em outubro de 2023 de que as pessoas do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) eram de uma "seriedade intocável", Pinto da Costa manteve a apreciação do presidente daquele organismo, José Fontelas Gomes, mas concordou que o controlo emocional do plantel varia entre provas.
"Na Liga dos Campeões era impossível aparecer um árbitro como o que tivemos no Estoril. O jogador tem a sua concentração no jogo e sabe que está a ser dirigido com critério, mas aquilo [que se passou na Amoreira] altera o sistema nervoso de qualquer pessoa", frisou.
Título
O FC Porto ficou "praticamente fora da corrida" pelo título e possui "poucas hipóteses" de aceder à edição 2024/25 da Liga dos Campeões, mas o presidente acredita que a equipa "está bem e vai reagir" na quarta-feira, quando visitar o Vitória de Guimarães na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, prova vencida nas últimas duas temporadas.
Pinto da Costa, que está no 15.º mandato consecutivo e é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, concorrerá à presidência do FC Porto com André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato batido em 2020, nas eleições dos órgãos sociais, a 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.
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