Benfica, em crise, recuperou de duas desvantagens. O 2-2 deixa tudo em aberto.
O Benfica honrou a sua história e até o seu hino. Foi um clube lutador e, contra todas as profecias da desgraça, levantou-se duas vezes do tapete, mostrou um orgulho muito seu e vai a Amesterdão com tudo em aberto nos oitavos de final da Champions.
E a águia até começou por cair. Diz-se que à terceira só cai quem quer, mas Veríssimo terá pedido à equipa para sair curto e a equipa assim fez, mesmo depois de dois sustos. Ora, um erro de Grimaldo perto da área acabou com Mazraoui a cruzar para Tadic finalizar à vontade. Gilberto viu o lance ao longe.
Apesar de novamente no tapete, o Benfica reergueu-se na bola parada. Uma, duas, três vezes também insistiu Vertonghen. À terceira, cruzou rasteiro e muito forte. Sébastien Haller deu uma ajuda para o autogolo do empate.
Só que o melhor marcador da Champions (marcou em todos os jogos que fez) não demorou a acertar no sítio certo. Centro da esquerda, um primeiro desvio - a meias com Vertonghen - para defesa de Odysseas e aproveitamento nas sobras para o 1-2.
Até ao intervalo, Álvarez ainda acertou no poste, Haller falhou com a baliza aberta e Antony também não fez melhor, logo a seguir, perante Odysseas. Ajax sempre melhor e a fazer merecer as ‘odds’ de favoritismo das casas de apostas.
Só que o Benfica não quis deixar mal os seus pergaminhos. O regresso dos balneários trouxe um espírito lutador que tem faltado em grande parte da temporada. Everton (55’) ameaçou e Darwin falhou o golo por um palmo (60’ e 61’). Do outro lado, Odysseas também foi obrigado a segurar a esperança (63’).
Por falar em esperança, Yaremchuk saiu do banco, aproveitou uma recarga, fez o empate e festejou, mostrando uma camisola negra com o brasão de armas da Ucrânia. Há esperança por dias melhores no que vai além do futebol. E há esperança benfiquista num sonho em aberto para a segunda mão.
POSITIVO E NEGATIVO
+ O vermelho da esperança
Raça, crer e ambição. É isso que pedem os adeptos aos jogadores do Benfica. E foi essa a resposta desta quarta-feira na Luz. Mesmo a atravessar uma crise, no meio da tempestade, aguentaram o barco e levam a eliminatória em aberto para Amesterdão.
- Danos com as laterais
Erros complicados no momento defensivo deixaram a equipa em maus lençóis na primeira parte. Grimaldo fez asneira no golo inaugural, em que Gilberto também não fica bem na foto. O segundo tento do Ajax também nasce de displicência na lateral.
Arbitragem
Toques na área? Siga...
Dois momentos de dúvida nas respetivas áreas. Primeiro, é Gonçalo Ramos a ser tocado na perna direita e, depois, antes do golo do Benfica, é um neerlandês a queixar-se de um toque de Otamendi. Manteve o critério e mandou seguir.
Haller consolida condição de goleador
Sébastien Haller (Ajax) marcou esta quarta-feira dois golos na Luz, mas como um foi na baliza errada, apenas o outro conta para consolidar a posição de melhor marcador desta edição da Champions (11 golos em 7 jogos).
Momentos do jogo
18’
Grimaldo perde a bola em zona proibida e Mazraoui sai disparado na ala direita. Após tabela com Antony, cruza para Tadic que, sozinho e com Gilberto a ver ao longe, marca de pé direito.
26’
Canto para o Benfica e Jan Vertonghen cabeceia contra Gonçalo. O belga insiste e remata contra defesas do Ajax. À terceira, cruza rasteiro e forte, com Haller a desviar para autogolo.
72’
Queda de um jogador do Ajax na área do Benfica, o árbitro manda jogar e as águias contra-atacam. Ramos remata para defesa incompleta e Yaremchuk faz o 2-2 na recarga.
Veríssimo: "tristes pelo resultado"
"Estamos satisfeitos com a exibição, mas tristes pelo resultado, pois quisemos sempre vencer este jogo", disse esta quarta-feira Nélson Veríssimo, treinador do Benfica, na análise ao empate com o Ajax.
Para o treinador do Benfica, o jogo foi "disputado com grande intensidade. Os jogadores estão de parabéns pelo "compromisso e pela disponibilidade física que demonstraram".
"A eliminatória ainda não está resolvida",disse Veríssimo, reconhecendo que tem falado "individualmente com todos os jogadores do Benfica".
Yaremchuk com gesto político
O avançado ucraniano Roman Yaremchuk foi esta quarta-feira protagonista de um gesto com sentido patriótico, mas também político (tendo em conta o momento), ao despir a camisola do Benfica para exibir uma t-shirt com uma imagem do brasão de armas da Ucrânia, logo após marcar o golo do Benfica que fixou o resultado em 2-2.
Roman carregou a equipa e um país
Odysseas – Participou negativamente nos dois golos adversários e redimiu-se com algumas boas defesas.
Gilberto – Voltou aquele Gilberto que de vez em quando perde a noção dos espaços.
Otamendi – O capitão incutiu a garra habitual, fez bons cortes e falhou outros.
Vertonghen – O belga contribuiu para o autogolo de Haller, não festejou como deve ser, mas não chorou...
Grimaldo – O espanhol nem parece o mesmo. Infantil ao perder a bola no primeiro golo. Nunca se encontrou.
Weigl – Sozinho no meio-campo, fez o que pôde. Deixa muito espaço na boca da área.
Taarabt – Bom jogo do médio africano. Transporta jogo com qualidade e gosta dos passes de alto risco.
Rafa – O extremo-direito esteve nas melhores jogadas da equipa. Com ele não há tempo a perder rumo à baliza.
Everton – Com a bola nos pés é imprevisível, mas falta-lhe o golo. Quase empatou.
Darwin – Tentou, correu, arriscou, esforçou-se mas não marcou. Tem sangue quente.
Yaremchuk - Estava em pulgas para entrar em jogo porque tinha vontade de dar um grito de guerra para ajudar a equipa e mostrar mais alguma coisa. Dentro de 15 dias o confronto é em Amesterdão.
Gonçalo Ramos – Mal na 1ª parte, excelente na segunda. Confiança precisa-se.
Paulo Bernardo – Sem tempo para se evidenciar.
Lázaro – Nada a registar.
Diogo Gonçalves – Igual.
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