As frases marcantes de Cruyff, sempre frontal e polémico.
Johan Cruyff brilhava em campo, mas não abandonava os holofotes fora deles. Para além do espetáculo que dava dentro das quatro linhas, não se coibia de deixar a sua opinião sobre os assuntos que mais o apaixonavam.
Entre as frases mais marcantes que deixou, figuram as suas opiniões sobre personalidades como José Mourinho ou Cristiano Ronaldo e até sobre o Mundial que falhou e o vício que acabou por lhe tirar a vida.
Polémico, chegou mesmo a falhar o Mundial de 1978 na Argentina, numa decisão que permaneceu como um dos maiores mistérios do futebol durante três décadas. Durante muito tempo, especulava-se que o holandês teria faltado à competição por motivações políticas, não concordando com o regime político que vigorava na Argentina na altura. Outros garantiam que Cruyff estaria de costas voltadas com a federação holandesa.
30 anos depois, Johan quebrou o silêncio e explicou o que aconteceu, confessando que a família tinha sido alvo de uma tentativa de rapto uns meses antes, o que lhe mudou a visão que tinha do mundo. Numa entrevista à Radio Catalunya, Cruyff falou sobre esse episódio, garantindo que esse momento "outros valores eram mais importantes". "As crianças iam para a escola escoltadas pela polícia. Eu ia para os jogos com guarda-costas. Queríamos parar um pouco com isto. Era tempo de abandonar o futebol... Não podia jogar o Mundial depois de tudo isto", assegurou.
A Catalunha esteve sempre presente na sua carreira, tanto como jogador, como treinador. O amor pelo Barça fazia-o entrar em polémicas e estbeleceu com José Mourinho uma rivalidade total. Cruyff criticava Mourinho sempre que podia. Por exemplo, em abril de 2011, Cruyff opinou, numa coluna que mantinha no El Periódico de Catalunya, sobre a tática que Morinho usou no Real Madrid para empatar com o Barcelona.
"Mourinho não é um treinador de futebol, é um treinador de títulos". "É medroso, mas é esperto", adiantava, ressalvando que o português tinha jogado "em casa com sete defesas", o que denotava "muito medo". Mourinho respondeu-lhe à letra. "Há dias um técnico disse que eu era um treinador de títulos. Obrigado. Gosto de ser um treinador de títulos", afirmou Mourinho, logo após a vitória do Real Madrid sobre o mesmo Barça, que lhe valeu a Taça do Rei.
Não seria a última vez que falava de um português... Em 2015, versou sobre Cristiano Ronaldo, o "puto" maravilha do rival Merengue. "Sempre gostei de jogadores mais técnicos, pois eu era assim. Ele é um bom jogador, mas é ainda melhor a marcar", assegurou Cruyff, que, no entanto, não deixou de salientar a maior falha de CR7. "Ele nunca será jogador para fazer uma equipa ou que esteja preocupado se a equipa joga bem. Ele está é preocupado em finalizar. Por contraste, o Messi é bem mais jogador de equipa: passa a bola, faz assistências", rematou.
Já em outubro do ano passado, Cruyff falou do cancro de pulmão que o corroía após décadas de consumo de tabaco. A lenda confessou na altura que nem nos intervalos entre partidas se coibia de fumar cigarros Camel sem filtro.
"Na minha vida tive dois grandes vícios: fumar e jogar futebol. O futebol deu-me tudo. Por outro lado, fumar quase que me tirou tudo", lamentou, numa entrevista ao jornal espanhol Marca.
O cancro de pulmão não seria, de resto, a primeira vez que o antigo jogador sofria fisicamente com o vício do tabaco. No final de fevereiro de 1991, já como treinador do Barcelona, Cruyff teve de ser submetido a uma operação ao coração. Na altura, o médico Mario Petit garantiu-lhe que só poderia voltar a treinar se deixasse de fumar, altura em que Cruyff passou dos cigarros...aos chupa-chupas.
Foi até por problemas de saúde que Cruyff acabou a cedo a carreira de treinador de clubes. Os médicos diziam que o coração não aguentaria as emoções de estar no banco. Nos últimos anos, foi selecionador da Catalunha, cargo pouco exigente para um treinador da sua craveira.
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