Clube depositou, na segunda-feira, 55 mil euros na conta da massa insolvente dos credores do clube.
O Boavista depositou na segunda-feira 55.000 euros na conta da massa insolvente dos credores do clube, sob pena de encerrar a atividade, continuando a trabalhar na sua recuperação, disse, esta terça-feira, o presidente 'axadrezado', Rui Garrido Pereira.
"[O primeiro pagamento] Foi cumprido dentro do prazo estipulado, com a colaboração de muitos boavisteiros, aos quais tenho de agradecer. Isso fez com que fosse possível cumprir aquela obrigação que tínhamos junto do tribunal", afirmou o dirigente, em declarações à agência Lusa.
O montante cobriu as despesas correntes do Boavista em dezembro e a primeira tranche a liquidar aos credores, que terão de receber em janeiro, fevereiro e março, sempre até ao dia 10, mais 96.000 euros, acrescidos da quantia indicada pela administradora de insolvência para suportar os gastos de cada mês.
Em caso de incumprimento, Maria Clarisse Barros pode ordenar o encerramento imediato da atividade do clube portuense, com efeitos 15 dias depois da decisão, sem necessitar de nova convocação da assembleia de credores.
"Estamos a travar uma batalha para ter um Boavista vivo. Sabemos que temos obrigações para cumprir e esse é o nosso dever a cada momento. O Boavista está sempre no limite. Estamos numa insolvência e temos de arranjar soluções para resolver os problemas", frisou Rui Garrido Pereira.
Na quinta-feira, dois dias depois de ter chegado a acordo com os credores em tribunal para manter a sua atividade, o Boavista lançou uma campanha pública de angariação de fundos, com quatro formas de participação, dos 40 aos 40.000 euros, que ajudou a pagar a primeira tranche em tempo útil.
"Neste momento, queremos agradecer o apoio e o interesse de muitos boavisteiros e não só. Várias pessoas sem ligação direta ao clube estão preocupadas e ajudaram. Queremos mais participação da sociedade, como uma forma de demonstração de força e vontade para que o Boavista ultrapasse esta situação", direcionou.
A campanha surgiu numa altura em que a direção do Boavista tem estado em negociações com entidades públicas e investidores privados, na tentativa de efetivar um plano de recuperação financeira que assegure o futuro do clube, sem equipa de futebol sénior há dois meses.
A proposta apresentada pelo clube foi aceite em assembleia de credores, no Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia, e permitiu que a instituição continuasse em atividade, sob o compromisso de cobrir o défice corrente da sua exploração.
"Estamos a lutar pela nossa sobrevivência e a trabalhar na recuperação do clube. Queremos implementar um projeto, mas há muito constrangimento e condicionamento. Temos de saber viver com isso e sair desta situação", alertou Rui Garrido Pereira, lamentando as "relações inexistentes" com a SAD, acusada de falhar o cumprimento integral do protocolo com o clube.
Em novembro, a administradora de insolvência do Boavista tinha solicitado ao tribunal o fecho do clube - cuja liquidação foi aprovada dois meses antes -, por estar a gerar prejuízos para a massa insolvente, com o consequente acumular das dívidas.
O clube detém 10% do capital social da SAD, que deveria disputar a II Liga em 2025/26, mas deixou de ter uma equipa profissional no verão e foi relegada por via administrativa para o principal escalão da Associação de Futebol do Porto, no qual é 17.ª e penúltima colocada, estando a jogar como anfitriã no Parque Desportivo de Ramalde, a 2,5 quilómetros do Estádio do Bessa, inutilizado desde maio.
O clube inscreveu-se na quarta e última divisão distrital, mas, uma vez que está solidário com as dívidas da SAD, que contabiliza sete impedimentos de inscrição de novos futebolistas junto da FIFA, abdicou de competir em outubro, sem ter disputado qualquer partida esta época.
A SAD, liderada pelo senegalês Fary Faye, tem alinhado com antigos e atuais jogadores da respetiva equipa de sub-19, integrada na II Divisão nacional desse escalão, e ainda não desbloqueou as restrições da FIFA, que vigoraram em anos anteriores e reapareceram em março, impossibilitando, para já, a utilização dos reforços oficializados durante o verão.
O clube tinha lançado no verão uma equipa sénior independente da SAD, afetada pela ausência de pressupostos financeiros aquando do licenciamento para as competições nacionais e cujo direito de apresentar um plano de recuperação foi aprovado por maioria pelos credores, que votaram por unanimidade a continuidade da atividade daquela sociedade.
Despromovidos à II Liga em maio, após terem fechado a edição 2024/25 da I Liga no 18.º e último lugar, os 'axadrezados' concluíram um trajeto de 11 épocas seguidas no escalão principal, sendo um dos cinco campeões nacionais da história, face ao título vencido em 2000/01.
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