Em causa questões sobre a situação política do país.
O português Carlos Queiroz, selecionador de futebol do Irão, assinalou, esta quinta-feira, que os jornalistas têm todo o direito de perguntar sobre a situação política no país, mas que não fazem esse tipo perguntas a outros países.
"A imprensa tem o direito de perguntar. Para nós não há problema, mas é importante que se vos respeitamos, nos respeitem. Não há mal nenhum que a imprensa pergunte o que queira, temos a liberdade de responder ou não. O que estranho é não fazerem essas mesmas perguntas a outros países com problemas também. Não acho que seja justo perguntar só a eles [aos jogadores iranianos], referiu o treinador português.
Carlos Queiroz abordou o assunto, num momento de grande tensão e contestação social no Irão, ainda no seguimento da morte de Mahsa Amini, jovem curda de 22 anos, que faleceu três dias depois de ter sido detida pela polícia por supostamente ter quebrado o código de vestimenta.
No jogo da primeira jornada do grupo B, em que o Irão foi goleado por Inglaterra (6-2), os jogadores iranianos não cantaram o hino, no que se admite que possa ter sido um sinal de protesto em relação ao clima que se vive no país.
A ONG Iran Human Rights, com sede na Noruega, estima já ter havido pelo menos 416 mortos, entre os quais 51 crianças, no decurso da violenta repressão das autoridades aos protestos alastrados a todo o país.
Na antevisão da segunda jornada, em que o Irão defronta na sexta-feira o País de Gales, Queiroz diz que a seleção tem um "rival propício" a que possa finamente desfrutar neste Mundial de futebol.
"É uma oportunidade para desfrutar do futebol. Têm Bale, são uma equipa fantástica, com adeptos muito solidários. Não poderia existir melhor ambiente, para se desfrutar do jogo. Temos muita vontade, os jogadores estão tranquilos e amanhã [sexta-feira] temos o adversário ideal", disse o treinador português.
Queiroz admitiu terem aprendido muito com a goleada diante da Inglaterra e que as grandes equipas sabem como recuperar desses resultados, lembrando, porém, que o Irão sofreu mais golos num jogo do que em três anos.
Na conferência esteve também o avançado Medhi Taremi, jogador do FC Porto e marcador dos dois golos iranianos no primeiro jogo.
"Com todo o respeito, gostava de dizer algo: o que diga aqui não vai ter efeito nenhum. Alguns vão entender ou não. O que posso fazer é jogar futebol, não quero falar de problemas políticos. Não estamos sobre nenhuma pressão, estamos aqui para jogar futebol", defendeu Taremi.
O avançado portista reconheceu que o primeiro jogo "não teve futebol" perante todas as circunstâncias externas ao mesmo, relacionadas com os problemas que se vivem no seu país, em matéria de violação de direitos humanos.
"O primeiro jogo não foi de futebol, por tudo o que o rodeou. O nosso Mundial começa agora. Temos de conseguir esses seis pontos e fazer feliz o nosso povo", acrescentou Taremi.
O jogo entre País da Gales e Irão está agendado para sexta-feira, às 13h00 locais (10h00 Lisboa), num momento em que os iranianos têm zero pontos, os galeses contabilizam um, em igualdade com os Estados Unidos, e Inglaterra três.
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