O treinador do Benfica, Bruno Lage, apresentou as condolências pela morte de Jorge Costa, que marcou uma geração de adeptos da modalidade.

"Marcou uma geração que gosta de futebol. Todos vibrámos com os triunfos da seleção nacional, quer nos sub-20, quer nos 'AA'. Por isso, apresento as minhas condolências à família e ao FC Porto", declarou o técnico.

Pauleta, antigo futebolista internacional português, marcou esta quarta-feira presença no velório de Jorge Costa no Estádio do Dragão, deixando uma sentida homenagem ao antigo capitão do FC Porto, que considerou "um líder"

"É um momento muito triste. Os meus sentimentos à família e à família portista. Apanhou-nos de surpresa, era impossível não gostar dele. Grande capitão de equipa no FC Porto e passou muitos anos na seleção. É um momento difícil para toda a gente, sobretudo para quem tenha partilhado um minuto com ele no relvado", afirmou Pauleta aos jornalistas.

O antigo goleador nacional destacou o espírito de liderança de Jorge Costa, dentro e fora de campo.

"Era um verdadeiro e grande capitão. Era um líder, impondo um respeito natural. Tive a sorte de o ter ao meu lado e também de jogar contra ele. Morria pelo FC Porto e pela seleção nacional", sublinhou.

Pauleta aproveitou ainda para recordar, com humor, um episódio vivido com o antigo central durante o Mundial da Coreia, em 2002: "Ele estava a jogar às cartas com outros jogadores, eu meti-me atrás dele a fazer palhaçadas e ele quase me bateu, levava aqueles jogos muito a sério", recordou.

"Todos gostavam muito dele, mesmo os adversários. Dentro do campo todos o conhecem, fora era uma pessoa formidável, sempre bem-disposto e com aquele sorriso tão próprio. Tinha muito para dar ao futebol português e todos nós nos devemos orgulhar deste grande português", acrescentou.

O antigo avançado do Paris Saint-Germain e do Deportivo lembrou ainda que Jorge Costa "ganhou tudo o que havia para ganhar no FC Porto" e frisou que o agora falecido dirigente "estava feliz por ter voltado ao clube do coração".

"Eu era um grande amigo do Jorge. Costumamos falar bem das pessoas quando morrem, mas neste caso é inteiramente justo. O Jorge podia ser o que quisesse no futebol. Foi um grande jogador, um grande treinador e ia fazer grandes coisas como dirigente. Tenho a certeza que ia ter muito sucesso. Que descanse em paz", rematou.

O antigo futebolista português, Pedro Resendes, mais conhecido por Pauleta, recordou Jorge Costa durante as homenagens ao antigo jogador do FC Porto, no Estádio do Dragão. "Era o verdadeiro capitão, o grande capitão. Às vezes não era preciso falar, bastava olhar para nós", referiu. 

Pauleta recordou o antigo companheiro de equipa na Seleção Nacional, uma pessoa "formidável, alegre, amigo do amigo" e "com um sorriso próprio". Foi ainda recordada a postura de Jorge Costa perante os adversários. "Mesmo as equipas rivais, toda a gente gostava dele", referiu. 

"As pessoas boas merecem ter sucesso. Que agora descanse em paz", referiu aos jornalistas no decorrer das homenagens. 

Milhares de pessoas formaram esta quarta-feira longas filas ao redor do Estádio do Dragão, para se despedirem de Jorge Costa, antigo capitão do FC Porto, cujo corpo está em câmara ardente junto ao túnel de entrada para o relvado.

Desde as primeiras horas da tarde, muito antes da abertura das portas ao público às 15h00, os acessos ao estádio começaram a ser preenchidos por uma multidão silenciosa e visivelmente emocionada. Homens, mulheres, crianças, antigos atletas, adeptos de várias gerações e até rivais, todos unidos pelo desejo de prestar homenagem a uma das figuras mais emblemáticas da história do clube.

A urna está colocada junto ao túnel de entrada para o relvado, no interior do estádio, num espaço marcado pelo silêncio, recolhimento e sentimento de perda. O ambiente é de luto profundo, com vários adeptos a levarem cachecóis, camisolas antigas e mensagens de tributo ao antigo capitão.

"Foi o nosso capitão, foi um símbolo. Estamos todos de luto", disse António Ferreira, de 68 anos, que se deslocou de Valongo. "Vi o Jorge crescer no Porto, acompanhei toda a carreira. Era daqueles que não se rendia. Tinha alma. Vim para agradecer tudo o que fez pelo clube", disse ainda.

Maria João Lopes, de 41 anos, chegou com a filha de 10. As duas emocionaram-se ao entrarem no estádio. "Queria que ela soubesse quem ele foi, o que representou. O Jorge Costa era mais do que um jogador. Era porto de abrigo em campo", afirmou.

Entre os presentes, também ex-companheiros de equipa. Hélder Barbosa, que partilhou o balneário com Jorge Costa nos seus primeiros anos de sénior, deixou palavras emocionadas.

"O Jorge era um líder nato. Não precisava de levantar a voz para se fazer ouvir. A sua presença impunha respeito, mas era também um apoio constante. Sempre atento aos mais novos. Foi um privilégio ter partilhado o balneário com ele", confidenciou.

A fila estendeu-se por centenas de metros, contornando parte do estádio. O clube reforçou o dispositivo de apoio e segurança para garantir o acesso ordeiro de todos os que desejam despedir-se. Alguns adeptos mantiveram-se no local horas a fio, num ambiente de silêncio intercalado por aplausos espontâneos.

O antigo jogador do FC Porto, Derlei, também marcou presença nas cerimónias de homenagem a Jorge Costa, que recordou como "um ser humano fantástico" e "totalmente tranquilo" fora de campo. "Estou extremamente triste, deixou um legado nesta casa", referiu o antigo avançado do clube. 

"Na última sexta-feira tive a oportunidade de falar com ele, sempre que possível encontrávamo-nos", adiantou ainda. "Estava a viver um momento feliz, estava no lugar de onde gostaria de nunca ter saído", disse em declarações aos jornalistas. 

O antigo avançado dos dragões falou ainda sobre o percurso de Jorge Costa pelo FC Porto e disse considerar-se "um privilegiado" por poder ter vivido muitos momentos ao lado do antigo internacional português. Derlei deixou ainda uma palavra ao clube, "acostumado a renascer nos momentos mais difíceis". 

Dezenas de pessoas colocaram esta quarta-feira adereços do FC Porto no mausoléu improvisado a Jorge Costa junto ao Estádio do Dragão, onde, a partir das 15h00, podem prestar a última homenagem ao dirigente que morreu na terça-feira.

O FC Porto colocou as bandeiras do clube a meia haste e é precisamente nessa zona frontal do seu estádio que os adeptos se têm concentrado, pousando bandeiras, cachecóis, pósteres, velas ou mensagens a celebrar a memória do antigo capitão portista.

Nos ecrãs gigantes do estádio permanece a fotografia de Jorge Costa, com uma das suas célebres frases: "Aconteça o que acontecer, faço parte da história do meu clube do coração".

O internacional pela seleção portuguesa de futebol João Moutinho enviou esta quarta-feira as condolências à família de Jorge Costa e ao FC Porto pela morte do ex-jogador, tendo realçado que ver "partir cedo é o que mais custa".

Autor de sete golos em 146 jogos pela equipa das 'quinas', o jogador do Sporting de Braga reconheceu que este início de pré-época está a ser marcado pelas "tristezas das famílias" ligadas ao futebol, numa alusão ao antigo capitão do FC Porto, mas também aos jogadores Diogo Jota e André Silva, que morreram em 03 de julho, na sequência de um acidente de viação, em Espanha.

"Queria deixar, em nome do grupo [do Sporting de Braga], as condolências à família e à 'nação' portista pela morte do Jorge Costa. Sei que estão a sofrer. (...) Temos de seguir em frente. A vida é assim. Ver partir cedo de mais é o que custa", realçou, durante a antevisão ao encontro o Cluj, referente à primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga Europa, marcado para quinta-feira, na Roménia.

Também presente na conferência de imprensa, o treinador arsenalista, Carlos Vicens, também lembrou o antigo futebolista que se distinguiu como central do FC Porto, num percurso em que foi jogador, entre 1990 e 2006, treinador, entre 2006 e 2024, e mais recentemente diretor para o futebol dos 'dragões'.

"Queria unir-me ao João em mandar uma mensagem de ânimo e condolências à família do Jorge Costa e à família do futebol, em especial ao FC Porto. É uma notícia trágica", disse o técnico espanhol.

O treinador português Vítor Bruno considerou, esta quarta-feira, que "o FC Porto e o futebol estão muito mais pobres" com a morte de Jorge Costa, antigo internacional português e atual diretor do futebol dos 'dragões'.

Vítor Bruno, que trabalhou diretamente com Jorge Costa, quando ambos assumiram funções, de treinador e diretor, sob a nova liderança no clube, depois das eleições ganhas por André Villas-Boas, deixou uma mensagem na rede social Instagram lembrando o ex-futebolista e dirigente.

"Foi neste dia que tudo começou, ambos numa função que nos era desconhecida, mas com a mesma vontade de fazer bem, de ir à luta, de ganhar. Hoje, o FCP e o Futebol estão muito mais pobres. Descansa em paz, Jorge", escreveu Vítor Bruno, numa mensagem acompanhada de uma fotografia com ambos.

O primeiro-ministro Luís Montenegro passou pelo Estádio do Dragão, ao início da tarde desta quarta-feira, para expressar pesar pela morte de Jorge Costa e homenagear o antigo jogador e diretor do FC Porto.

"Jorge Costa tem um percurso notável de serviço a este clube, mas sobretudo ao País", disse Luís Montenegro, realçando na influência do antigo jogador do FC Porto nas gerações seguintes, incluindo na própria seleção. "É a demonstração de que no desporto é possível haver fair play, haver espírito de conquista, espírito de vitória, mas ao mesmo tempo de respeito por todos os outros", elogiou o primeiro-ministro.

Montenegro endereçou, em nome do Governo de Portugal, as condolências à família e amigos de Jorge Costa, à FPF e ao FC Porto. 

A equipa principal do FC Porto prestou esta quarta-feira a sua homenagem a Jorge Costa, com uma deslocação ao Estádio do Dragão, onde está depositado o corpo do antigo capitão e diretor de futebol profissional dos 'azuis e brancos'.

Após o treino matinal no centro de estágios do Olival, em Vila Nova de Gaia, o plantel portista, acompanhado pela equipa técnica e por elementos da estrutura diretiva, seguiu para o Dragão, onde decorrem as primeiras horas do velório.

Este momento inicial é reservado a familiares, amigos próximos e representantes institucionais, decorrendo num ambiente mais privado. A partir das 15h00, o estádio abrirá as portas ao público, permitindo aos adeptos e à cidade despedirem-se de uma das figuras mais marcantes da história do clube.