"Desta vez não deu, acho que Marrocos ganhou e mereceu ganhar", atirou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou este sábado a falta de eficácia de Portugal nos quartos de final do Mundial2022, contra Marrocos (0-1), mas agradeceu o contributo de Cristiano Ronaldo em consecutivos mundiais e europeus de futebol.
"Quem tem oportunidades e não consegue concretizar, ou porque o guarda-redes adversário era muito bom, ou porque foi à barra, ou porque se falhou, e quem concretiza ganha, chama-se eficácia. E na vida nós temos isso. E aqui Portugal jogou, jogou, jogou e jogou, mas não foi eficaz", lamentou, em declarações aos jornalistas após ter assistido no restaurante Caravela, no Mindelo, ilha de São Vicente, à partida entre Marrocos e Portugal (1-0) do Mundial2022.
"Não marcámos. Portanto, tivemos cinco ou seis oportunidades. Marrocos teve duas, três. Concretizou uma e podia ter concretizado mais uma. Nós tivemos cinco, seis. Podemos ser concretizadas uma ou duas. Mas eu queria agradecer à equipa portuguesa o termos levado até aos quartos de final, as pessoas são muito ingratas e quando se perde não se tem o mesmo entusiasmo que teve no último jogo, queria agradecer, um Presidente português, o que fizeram", disse Marcelo Rebelo de Sousa, que assistiu à partida ao lado do Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves.
"E queria em especial dar uma palavra ao Cristiano: ninguém sabe o que é o futuro, mas só haverá outro Mundial daqui a quatro anos, com fase final. Pode acontecer que ele, como outros jogadores que já estão há muito tempo, não tenham oportunidade de jogar outra vez numa fase final do Mundial, eu queria agradecer o que fez em muitos mundiais e muitos europeus e a ele e a outros da equipa, o que fizeram por Portugal", sublinhou.
"Desta vez não deu, acho que Marrocos ganhou e mereceu ganhar, porque foi eficaz, mas nós fizemos o que podíamos ter feito para chegar aos quartos final e não fomos eficazes", acrescentou o Presidente da República.
"Eu quero dizer que, também, daqui, mando um abraço a Fernando Santos, porque nós ganhamos um Europeu com ele, nós viemos à fase final, agora, com ele, até aos quartos final, e eu não me esqueço daquilo que lhe devemos", referiu
"Há horas más, e esta é uma hora má, mas há horas boas e eu agradeço as horas boas, foram muitas. E a gratidão faz parte da língua portuguesa, e nós somos muito, muito gratos, normalmente, e neste momento devemos olhar com gratidão para Fernando Santos e os jogadores que vieram até aqui e em especial para Cristiano Ronaldo, porque, pode ser que ele daqui a quatro anos possa ir a uma fase final, mas se não for não queria esquecer", observou o chefe de Estado, durante a visita que até domingo está a promover ao Mindelo, São Vicente.
Ainda na marginal do Mindelo, o Presidente português descerrou na tarde de sábado uma placa alusiva ao centenário da travessia do Atlântico Sul por Sacadura Cabral e Gago Coutinho.
O hidroavião "Lusitânia" fez história em abril de 1922 ao ligar o Atlântico, mas a passagem dos "aviadores" por São Vicente permanece na memória daquela ilha cabo-verdiana.
No final do dia 05 de abril de 1922, o hidroavião Fairey III D Mkll -- o primeiro de três usados naquela histórica travessia - amarou na baía do Mindelo, ilha de São Vicente, depois de uma viagem de 10 horas e 43 minutos para percorrer 1.572 quilómetros, desde as Canárias, que tinham sido a primeira paragem após a saída de Belém, Lisboa, em 30 de março.
Foi o primeiro voo que Cabo Verde recebeu e aos comandos seguiam Gago Coutinho, experiente cartógrafo da Marinha, e Sacadura Cabral, piloto com larga experiência, conhecimentos complementares e tidos como decisivos para o sucesso da viagem.
Segundo os relatos da altura, os dois aviadores portugueses foram recebidos, triunfantes, pela população de São Vicente.
As autoridades municipais do Mindelo mandaram mesmo construir no local onde aportaram um padrão -- destruído na década de 1980 e edificado outro cerca de dez anos depois -- e a poucas dezenas de metros um obelisco numa praça, a que deram o nome de Gago Coutinho, o qual ficou conhecido como "O Pássaro", ainda hoje ponto obrigatório de passagem de quem chega a São Vicente.
Com o imponente obelisco de fundo, aquela área, junto à baía do Mindelo ficou mesmo conhecida como a "avenida dos aviadores", tal foi a importância do feito dos dois, recebidos em 06 de abril de 1922 na Câmara Municipal da cidade, que se reuniu em sessão solene para os homenagear publicamente.
Em São Vicente, Gago Coutinho e Sacadura Cabral permaneceram mais de dez dias, em reparações do hidroavião "Lusitânia". A etapa seguinte foi curta, até à Praia, ilha de Santiago, e aconteceu em 17 de abril, com 315 quilómetros percorridos em pouco mais de duas horas. Pouco mais do dobro do tempo das ligações aéreas atuais, praticamente cem anos depois.
Os dois aviadores deixaram a ilha de Santiago em 18 de abril de 1922 para a o troço mais longo da viagem. Levaram 11 horas e 21 minutos para percorrer os 1.682 quilómetros até amarar no arquipélago de São Pedro e São Paulo, um conjunto de pequenos ilhéus rochosos do estado brasileiro de Pernambuco, mas ainda a quase 1.000 quilómetros da costa continental.
Ali trocaram para o Fairey N.º 16, batizado de "Pátria", mas este sofreu uma avaria no motor em 04 de maio, na viagem a caminho do arquipélago de Fernão de Noronha, e os aviadores foram forçados a amarar de emergência.
Já no terceiro hidroavião, o Fairey N.º 17, batizado "Santa Cruz", Gago Coutinho e Sacadura Cabral chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de junho de 1922, o destino final.
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