“Todos os ciclistas da W52 se dopavam”, garante ex-diretor desportivo Nuno Ribeiro
Nuno Ribeiro acusa Adriano Quintanilha de financiar doping para equipa de ciclismo.
O julgamento da operação 'Prova Limpa' continua a decorrer, esta quinta-feira, com o ex-diretor desportivo da W52-FC Porto Nuno Ribeiro a ser ouvido. A audiência conta com 26 arguidos, incluindo ex-ciclistas, e decorre num pavilhão anexo ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira.
Alguns problemas técnicos obrigaram a uma pausa durante a parte da manhã.
“Todos os ciclistas da W52 se dopavam. Só assim é que conseguiam”, garantiu Nuno Ribeiro, ao ser interrogado pelo advogado de Adriano Quintanilha, patrão da equipa W52-FC Porto.
O ex-diretor desportivo disse ainda que o dono da equipa ajudava os ciclistas que precisavam de dinheiro para o doping: “ele pagava ajudas de custos”.
“Assisti a negociação de contratos. Iam ao escritório do Quintanilha e falava-se logo do doping”, disse Nuno Ribeiro.
Durante o interrogatório do advogado de Quintanilha, Nuno Ribeiro abordou o caso de Raúl Alarcón, ciclista que chegou a ganhar a Volta a Portugal e que foi suspenso por suspeitas de doping.
“Estava suspenso e continuava a receber ordenado. Foi até o Quintanilha que lhe pagou a defesa. Porque o fez? É óbvio. Ele tinha de se proteger”, atirou Nuno Ribeiro.
O nome do ex-presidente do FC Porto também foi mencionado durante o interrogatório e Nuno Ribeiro afirmou que Pinto da Costa acompanhava a equipa, mas acredita que este não sabia do doping.
Nuno Ribeiro assumiu, a 18 de novembro, quando falou pela primeira vez em julgamento, que havia doping durante todo o ano na equipa de ciclismo, financiado e incentivado pelo patrão Adriano Quintanilha, amigo de Jorge Nuno Pinto da Costa e de Luís Filipe Vieira.
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