Dois anos de guerra: O inferno de Gaza na primeira pessoa
Mahmoud rehan, coautor do projeto ‘Viver e morrer em Gaza’, do CM, canal NOW e Revista ‘Sábado’, é dos poucos jornalistas que se mantêm ativos no enclave. A situação é insustentável para todos como demonstrou o recente ataque ao hospital Nasser.
Como jornalistas em Gaza, enfrentamos desafios inimagináveis todos os dias. Temos as vidas constantemente em risco porque arriscamos tudo para documentar a verdade, caminhando quase sempre longas distâncias, devido à enorme falta de transporte em Gaza. E somos alvos.
O risco aumenta com a necessidade de deslocações permanentes que nos levam à exaustão física e mental. E, não raramente, somos a obrigados a reportar e a filmar situações de fome quando nós próprios estamos sem comer. Há muito que não existe equilíbrio entre o trabalho e a vida familiar. Agora, raramente vejo a minha família. A minha mulher está grávida e temo por ela e pelo nosso filho que ainda não nasceu. Quando estou em reportagem preocupo-me constantemente com eles. Se houver um ataque nas proximidades da nossa tenda, entro em pânico.
Não poder fornecer alimentos à família também é um sentimento indescritível. Antes de começar o meu dia de trabalho tenho de esperar na fila para ir buscar água ou lenha para cozinhar. Sofremos com a escassez de energia elétrica e, muitas vezes, precisamos de percorrer longas distâncias para encontrar energia solar para carregar os nossos equipamentos. A Internet é outro desafio - temos de subir a zonas altas ou ir à fronteira para apanhar sinal, o que é extremamente perigoso.
Estamos a ser submetidos a um genocídio, tal como os outros civis. Vivemos com medo, fome e perda. Em janeiro deste ano fiquei sem a minha irmã e o seu filho que foram mortos num ataque aéreo. A minha casa foi destruída. Perdi tudo, incluindo a minha roupa. Hoje apenas possuo uma mala com alguns pertences e algum equipamento de trabalho. Os nossos materiais estão desgastados - alguns destruídos, outros roubados. Continuamos a trabalhar com as ferramentas mais básicas para divulgar a mensagem. Acredito que Israel não quer que o mundo veja a realidade, e é por isso que os jornalistas estão a ser visados e a imprensa estrangeira impedida de entrar. Sem proteção internacional estamos desprotegidos. Repito: estamos a ser submetidos a um genocídio, tal como os civis de Gaza. Vivemos com medo, fome e perda. Em janeiro deste ano, perdi a minha irmã e o seu filho - foram mortos num ataque aéreo. Recebi o cessar-fogo com tristeza, não com alívio. A minha casa foi destruída. Perdi tudo, incluindo a minha roupa. Hoje, apenas possuo uma mala com alguns pertences e algum equipamento. E carrego a esperança de que esta guerra e este genocídio acabem depressa. E espero que a minha mulher dê à luz em segurança e que eu possa criar o meu filho em paz, porque o meu coração continua pesado de tristeza por tudo o que está a acontecer em Gaza.
Testemunhar a tragédia e ser vítima dela
Em menos de dois anos, na Faixa de Gaza, cerca de 19 mil crianças morreram sob um céu de bombas, devido a estilhaços ou epidemias, por falta de assistência médica e até de fome - e o ‘Washington Post’ publicou, a 31 de julho, uma lista com os nomes das 18 500 assassinadas nesta guerra.
Juntando-se a vários organismos internacionais e organizações não governamentais (ONG), que têm vindo a sustentar a mesma tese, na segunda-feira, a Associação Internacional de Académicos do Genocídio (IAGS, na sigla em inglês) classificou as ações de Israel como sendo uma prática deste crime contra a humanidade.
Reagindo no tom que tem usado em anteriores acusações do género, feitas pela ONU, Amnistia Internacional, UNESCO, Organização Mundial da Saúde, Médicos Sem Fronteiras ou pela Federação Internacional de Jornalistas, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita rotulou como vergonhoso o relatório da IAGS, alegando que “assenta inteiramente na campanha de mentiras do Hamas e no branqueamento dessas mentiras”.
Estes argumentos do Executivo de Benjamin Netanyahu (popularmente conhecido por Bibi), com o decorrer do tempo e a escalada da violência, já só podem ser apoiados pela Administração americana - Donald Trump rejeita vistos para os passaportes palestinianos, mesmo que se trate do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, que ia discursar na Assembleia Geral da Nações Unidas -, algumas comunidades judaicas da diáspora e a opinião pública favorável ao sionismo de extrema-direita.
Repórteres abatidos
Se “famílias inteiras desapareceram sob os escombros”, como lembra a mais recente petição da Amnistia Internacional, há vários recordes nesta guerra. Os últimos cinco repórteres (da Reuters, NBC, Al Jazeera e Associated Press) eliminados, a 24 de agosto, quando cobriam o ataque à estrutura de saúde na área de Khan Yunis, elevou o número de profissionais da comunicação social mortos durante o conflito para 245. Várias fontes sublinham que, em tão pouco tempo e numa tão estreita faixa de território, já foram assassinados mais jornalistas do que o total acumulado “na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, na Coreia, no Vietname, Afeganistão, Jugoslávia e Ucrânia”. Entretanto, o Governo israelita contratou 10 influenciadores das redes sociais para “revelarem a verdade”, publicando vídeos na Internet a mostrar, por exemplo, que Gaza “está cheia de comida”.
A solução do problema passaria pela eficácia dos mandados de prisão do Tribunal Penal Internacional, emitidos pelo procurador Karim Khan, contra os israelitas Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant e os palestinianos Yahya Sinwar, Mohammed Deif e Ismail Haniyeh (os três, entretanto, mortos por Israel).
Até lá, continua pertinente o editorial que Andrea Tornielli escreveu, terça-feira, no ‘Vatican News’: “O que acontece está, infelizmente, destinado a criar a próxima geração de odiadores e corre o risco de ser a enésima antecâmara para a enésima futura onda de violência.”
Festa de ‘psytrance’
Na madrugada de 7 de outubro de 2023, a multidão de 3000 israelitas que dançavam ‘psytrance’ (trance psicadélico) no festival ‘Supernova Sukkot Gathering’, nem ouviu o som das explosões provocado pelos primeiros morteiros lançados pelo Hamas e convenceu-se que as luzes eram ‘flashes’ vindos do palco. Até que um dos produtores da ‘rave’ gritou: “Estamos em alerta vermelho!” Muitos foram as primeiras vítimas do massacre, com 364 dos 1200 mortos da incursão e 40 dos 251 reféns levados para Gaza.
No local - uma paisagem do deserto de Negev, “área aberta que oferecia poucos esconderijos”, e a cinco quilómetros do muro erguido em torno da Faixa de Gaza -, testemunhas que escaparam contam que, cerca de 20 minutos “depois de os mísseis começarem a cair”, os terroristas do Hamas chegaram em motorizadas, jipes e camiões, e com metralhadoras e granadas “massacraram quem puderam”. O empresário musical Raz Gaster, que conseguiu salvar-se, contou à revista ‘Billboard’ que foi “uma cena de caos e de terror”.
Pelo menos 2200 mísseis foram disparados nas primeiras horas e o ‘raid’ dos terroristas incidiu na cidade de Sderot, duas bases militares terrestres e marítimas, sete comunidades e quatro colonatos (só no ‘kibutz’ Nir Oz, um em cada quatro moradores foi morto ou feito prisioneiro).
Horas depois, surgiu o primeiro vídeo de propaganda que se tornou viral - e, se entusiasmou algum do mundo árabe, chocou o Ocidente - com o trajeto de um veículo de caixa aberta pela cidade de Gaza, que, entre aplausos da multidão, mostrava o corpo seminu da jovem Shani Louk (que, como se viria a apurar mais tarde, tinha sido morta no festival), reconhecida pelas tatuagens nas costas, com um militar a segurar-lhe o cabelo e outro a levantar a arma e a gritar: “Allahu akbar!” (Alá é grande!)
A partir daí, pareceria razoável que o Executivo israelita retaliasse contra o inimigo e tentasse libertar os seus reféns. Da União Europeia à Índia, os ataques foram condenados e admitiu-se que Israel tinha “o direito à autodefesa”. Nessa altura, não se esperava que Grã-Bretanha e França viessem a anunciar que farão, no próximo plenário da ONU, o reconhecimento oficial do Estado da Palestina; ou que o Presidente brasileiro Lula comparasse esta matança ao que Hitler fez aos judeus no Holocausto.
‘Animais humanos’
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, numa transmissão televisiva, declarou: “Estamos em guerra.” O ministro da Defesa, Yoav Gallant, anunciou um bloqueio “total” ao enclave, incluindo o corte de água e eletricidade, além do fim da entrada de alimentos e combustível, justificando as medidas porque “estamos a lutar contra animais humanos”.
Após bombardeamentos diários sobre a cidade de Gaza (os do Hamas são, na maioria, intercetados pelo sistema de defesa aérea ‘Cúpula de Ferro’), 20 dias depois dos massacres, Israel invadiu a Faixa de Gaza, com o objetivo declarado de destruir o Hamas e libertar os reféns. A escalada da “vingança” foi num crescendo: a 13 de outubro de 2023, o exército israelita emitiu um comunicado para a população abandonar a parte norte do país e partir para o sul - o que envolveria a “impossível” deslocação rápida de mais de um milhão de pessoas. Os estrategas de Netanyahu decidiram avisar, a 29 de outubro, que os doentes do Hospital Al-Quds fossem transferidos para outra cidade em 24 horas, pois iam bombardear o edifício, em cujas instalações estariam postos de comando do Hamas - o que levou o chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus, a proclamar que era “impossível evacuar hospitais cheios de pacientes sem pôr em risco as suas vidas”. E a 20 de novembro, ao saber que carros de combate israelitas cercaram aquele hospital e dispararam contra o edifício, onde se mantinham os feridos e uma equipa médica, escreveu no X que estava “horrorizado”.
A desproporção da resposta de Telavive e as consequências das suas decisões levaram as Nações Unidas a sublinhar que “a crise humanitária em Gaza é mais do que catastrófica e piora a cada dia. Nos três meses desde o início do conflito, tornou-se um lugar de morte e desespero”.
“Há uma terraplanagem em curso que lembra as demolições controladas”
Quando esteve pela primeira vez em Gaza?
Em 2015 ao serviço do Comité Internacional da Cruz Vermelha, para dar um curso de cirurgia de guerra aos colegas locais. Voltei em 2017, já ao serviço da Organização Mundial de Saúde (OMS), para uma avaliação de capacidades. Depois em 2018-2019 durante as manifestações associadas à Grande Marcha do Retorno, acabei por ir viver para Gaza como coordenador de trauma, por parte da OMS.
O que faz uma equipa de trauma da OMS?
O projeto Regional Trauma Initiative (Iniciativa Regional de Trauma) arrancou em 2020, na sequência do que aprendemos em Gaza nos dois anos anteriores. Percebemos que as estratégias para lidar com o trauma em situações de conflito eram extremamente heterogéneas dentro da OMS, e em especial dentro da região que cobre o Mediterrâneo Oriental e Médio Oriente. A Equipa de Trauma tinha como principal função estandardizar estratégias e protocolos, aconselhar os governos e as autoridades de saúde na região, treinar os profissionais de saúde nos vários países (22 no total) e fornecer equipamentos e consumíveis aos hospitais e para ao sistema de emergência médica.
O objetivo era garantir, por exemplo, que as intervenções feitas no Iémen, na Somália e no Afeganistão eram eficazes, coerentes e alinhadas entre si, independentemente das pessoas que estivessem à frente dos programas nos vários países. O programa foi subitamente terminado em janeiro de 2025, uma vez que a única fonte de financiamento provinha da USAID [a agência norte-americana para o desenvolvimento internacional que a administração Trump extinguiu].
Quais foram as circunstâncias da sua missão em 2024?
No fim de 2023 percebemos que havia um risco real de escalada do conflito em Gaza para vários países do Médio Oriente. Já todos os hospitais de Gaza tinham sido treinados em gestão de múltiplas vítimas, mas havia ainda muito a fazer, por exemplo, no Líbano, no Iraque na Síria e no Irão. Assim, em 2024, a minha equipa treinou praticamente todos os hospitais do Líbano, grande parte dos hospitais no Irão e vários hospitais no Iraque e na Síria.
Como é que os europeus são recebidos pela população palestiniana?
A população de Gaza acolhe de braços abertos quem vem de fora. Cada estrangeiro que chega é uma cara nova que traz notícias do mundo, esse mundo que para a maioria da população de Gaza existe apenas na televisão e na Internet, porque não estão autorizados a sair.
Como descreve a situação da população na altura?
Apesar do bloqueio ao movimento de pessoas, havia circulação de bens (com as devidas restrições impostas por Israel). A sociedade, apesar de limitada nos seus movimentos para fora do território, de certa forma prosperava internamente. A economia era real, os supermercados e as farmácias estavam bem abastecidos, havia restaurantes, os serviços públicos funcionavam e havia no ar uma ideia de que, mais dia menos dia, haveria paz. Havia festas de aniversário, casamentos e as pessoas faziam planos. Em 2020, pela primeira vez em Gaza estávamos a iniciar a passagem da fase de dependência total da ajuda humanitária para a fase do desenvolvimento, uma transição crítica para a autonomia de um povo e que em muitos cenários de conflito na região é apenas uma miragem.
Como se têm alterado, ao longo do tempo, as dificuldades humanitárias?
A partir do momento em que o Governo israelita tomou a decisão de privar Gaza de bens essenciais (alimentos, água, combustível, medicamentos e material médico), estava criada a fórmula para a tempestade humanitária perfeita. Enquanto, por um lado, as estruturas essenciais para a sobrevivência da população eram destruídas (80% do parque habitacional, comércio, 70% dos hospitais e centros de saúde, centrais de dessalinização de água e terrenos agrícolas), por outro, a fome tornou-se uma realidade omnipresente. Do ponto de vista de saúde pública, a situação tornou-se desesperante. A mortalidade infantil disparou para níveis nunca antes vistos, o número de abortos espontâneos não para de crescer, os programas de vacinação foram suspensos, os doentes crónicos deixaram de fazer a sua medicação e agora, para além de se morrer de fome e de doenças facilmente curáveis, mesmo as pequenas infeções são uma potencial sentença de morte.
Que ‘feedback’ tem da atual situação?
Quem está no terreno e conhecia Gaza antes da guerra diz que está irreconhecível. O nível de destruição é devastador. Há um processo de terraplanagem em curso que faz lembrar as demolições controladas para construção subsequente. Mesmo os profissionais de saúde lutam diariamente para conseguir água, alguma comida e vivem nos escombros dos hospitais ou em campos de deslocados.
Porque é que a entrega aérea de mantimentos não é a melhor solução? O que seria preciso para suprir todas as necessidades atuais?
Os lançamentos por via aérea foram concebidos para serem utilizados em áreas inacessíveis. Nunca se sabe exatamente onde vão cair. Quando se luta pela sobrevivência, a violência prospera, gera-se o caos e não há forma de garantir a ordem pública. Gaza não está inacessível, está sitiada. Bastaria que Israel abrisse os acessos por via terrestre e desta forma impediríamos que milhares de toneladas de alimentos doados pela ajuda internacional apodrecessem às portas de Gaza.
As Nações Unidas têm mecanismos para fazer a distribuição justa e equitativa, mas mesmo as agências da ONU estão parcialmente impedidas de operar.
Porque é que as instituições ocidentais não têm estado à altura do desafio desta crise humanitária?
Existem diversos fatores. Há claramente a noção de que se trata de uma situação que afeta um povo “não ocidental”, relativamente longe da Europa, pelo que os níveis de empatia são diferentes, comparativamente a uma situação que acontecesse, por exemplo, aqui na vizinha Espanha. Por outro lado, há o paradoxo de a situação ser gerada e sustentada por tradicionais aliados, como é o caso dos EUA ou de Israel. O que põe os estados perante uma escolha difícil, condenar aquilo que à luz do Direito Internacional Humanitário constitui vários crimes de guerra, ou beliscar as relações institucionais e comerciais com parceiros tradicionais. Uma grande maioria de Estados ocidentais optou pelo silêncio, o que os posiciona como cúmplices da situação em curso.
Há um ano falava já de efeitos irreversíveis - fome grave nos primeiros anos de vida leva a danos cognitivos, por exemplo. E hoje?
Já há mais de 266 mortes atribuídas à fome, incluindo 112 crianças. O Programa Alimentar Mundial (WFP) estima que meio milhão de pessoas em Gaza já enfrentam condições semelhantes à fome, e a restante população está em níveis de insegurança alimentar de emergência, e mais de 320 mil crianças, especialmente abaixo de 5 anos, estão em risco de desnutrição aguda. Entre abril e meados de julho houve mais de 20 000 crianças admitidas para tratamento de desnutrição aguda, com mais de 3000 casos graves.
Para muitas destas crianças os efeitos são definitivos: défices cognitivos persistentes, menor memória, atenção e aprendizagem, maior risco de défice intelectual e dificuldades de rendimento escolar. Por outro lado, problemas de comportamento e maior vulnerabilidade a distúrbios psiquiátricos (ansiedade, depressão). Do ponto de vista físico, baixa estatura irreversível, que não pode ser recuperada totalmente após os 2 anos, menor massa muscular e força física e alterações na estrutura óssea, predispondo a doenças ortopédicas e maior risco de fraturas. A imunidade também é afetada levando a maior risco de infeções crónicas ao longo da vida, resposta vacinal reduzida e maior mortalidade na infância e maior vulnerabilidade a epidemias. A “programação metabólica do organismo também é afetada”, o que predispõe a diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, obesidade na vida adulta (desnutrição precoce, obesidade futura).
É cirurgião e especialista em Medicina de Emergência, com uma longa experiência em cenários difíceis. Qual foi a situação mais difícil que enfrentou?
Felizmente, nunca fui confrontado com um cenário de fome extrema de longa duração. Aliás, a menos que imposta pelo homem, como é o caso em Gaza, a fome extrema é rara nos dias que correm, porque ou a população se desloca ou a ajuda humanitária é entregue, ou ambas. Ainda assim, pelo contexto de violência, creio que o Sudão do Sul e a República Democrática do Congo foram os cenários mais complexos. Independentemente do cenário, creio que nunca senti a vida em risco durante uma missão, porque nem o sistema de saúde (hospitais, centros de saúde e ambulâncias) nem os trabalhadores de saúde (mais de 1000 mortos em Gaza) constituíam um alvo, e isso faz toda a diferença.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt