A edição de hoje
Artigo exclusivo
O autor de 'Verdes anos' e de 'Movimento perpétuo' criou uma sonoridade tão original que se tornou um autêntico símbolo de portucalidade. Nasceu faz hoje 100 anos
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No fim dos concertos, Carlos Paredes perguntava: “Será que gostaram?” A dúvida faria sentido quando se apresentou, em 1962, no Casino da Figueira da Foz, pois era a primeira vez que tocava para “uma plateia daquela dimensão” e estava “nervosíssimo”, como explicaria Fernando Alvim, seu acompanhante desde 1959 (uma parceria que se manteve 24 anos), aos três “garotos” do conjunto Jotas, que ia abrir o programa. O então baterista desse grupo, José Gabriel, que viria a ser professor de Filosofia, recorda como foram atraídos pelos “belíssimos sons vindos do camarim ao lado” e ficaram “embasbacados” ao ver debruçado sobre a guitarra aquele homem alto. Nessa época, Carlos Paredes tinha gravado apenas um EP [disco com quatro a seis faixas] de originais, embora já fosse conhecido por outras inovadoras guitarradas – e o público “não regateou aplausos”, o que pareceu surpreender o humilde artista.
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