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ELAS SÃO COMO OS FURACÕES

Karen Jardel, Gisela e Catarina Tallon têm algo em comum: são mulheres de armas, que não viram a cara à luta e deixam as suas caras-metades sem pinga de sangue. Conheça a história destas e de outras "damas de ferro".

10 de agosto de 2002 às 17:06

Para fugir à tradição, foi uma mulher que marcou a rentrée futebolística. Chama-se Karen Jardel, já foi modelo de elite, chegou a posar nua para a Playboy e é o exemplo acabado de que a perseverança faz a força.

Se Mário Jardel deixava de boca aberta a multidão de adeptos do desporto-rei, com o seu killer instint e golos para todos os gostos, era a sua cara-metade que punha a cabeça do goleador no lugar e geria os milhões que jorravam para a sua conta bancária.

Mas, ultimamente, nem tudo corria às mil maravilhas para o casal. Os rumores acerca de hipotéticas infidelidades e as anedotas recorrentes sobre Karen e Jardel indiciavam um mal-estar latente.

O divórcio não surpreendeu os amigos mais chegados mas não deixou de ser manchete em jornais desportivos e de âmbito geral. Não é todos os dias que o melhor marcador da I Liga se separa da sua mulher num processo pouco transparente. O divórcio obrigou o goleador a viajar para o Brasil para tratar de burocracias, e a adiar o regresso ao clube de Alvalade.

Mas a bomba estava para rebentar. Numa conferência de imprensa inusitada, Jardel referiu que não tinha «condições psicológicas» para continuar em Portugal e pediu baixa temporária. Só que o seu esgar de sofrimento não abalou os dirigentes da SAD leonina. No Brasil, ela discordou da decisão do seu “ex” e já declarou que sua a atitude é uma "injustiça" para o Sporting.

Sem a sua cara-metade, Jardel revela ser uma criança sem rumo. Os jornais falam da sua “baixa” atribulada, onde não faltaram acidentes com o seu jipe na Ericeira e no Algarve. Desta vez, Jardel não tem a sua Karen para o salvar e pode começar a dar-se muito mal. Porque será?

Gisela Serrano era uma ilustre anónima até se tornar na estrela de serviço do Masterplan, o reality show da SIC, que voltou a colocar o canal de Carnaxide no topo das audiências. A rapariga de 30 anos, que tem como lema “saber viver a vida”, arregaçou as mangas, pôs a mão na anca e arrasou com quase todos os adversários que lhe apareceram pela frente durante o programa. As suas frases bombásticas, as zaragatas em directo e a atitude “machona” fizeram as delícias de Pinto Balsemão e dos jornais. Os portugueses já tinham mais um motivo para fazer conversa entre o almoço e a bica sorvida à pressa.

Quando foi expulsa do Masterplan, deu-se quase uma crise nacional. E umas semanas depois, Herman José e Marisa Cruz suspiravam pela concorrente que chegou a bater-se pelo título de Miss Portugal.

Como é apanágio destes concursos voyeuristas, a vida íntima de Gisela foi desfiada até à medula e todos nós passámos a conhecer os seus hobbies, a família e o marido, o Luís. O mesmo que várias vezes, ao longo do programa, foi apanhado em grandes enxovalhos, desempenhando o papel de “bonacheirão”. Mas como o amor tem destas coisas e há sempre um mestre e um “súbdito, ele vai-se aguentando (à sua mestra). Há pouco tempo, Gisela revelou ao CM a opinião do seu marido sobre o seu carácter : «Ele diz que eu pareço um vulcão». Pudera!

A história de Catarina Tallon é um pouco mais melodramática que as duas anteriores e poderia servir para um guião de uma telenovela. Em Abril, os portugueses ficaram a saber que José Maria Tallon, o famoso médico que já fez emagrecer muita mundo colunável, batia na sua mulher. Catarina contou tudo aos jornais e chegou a apresentar várias queixas-crime contra o marido. Afinal, a agressão física não tinha classes sociais.

Mas o escândalo Tallon estava apenas a começar. Nas semanas seguintes, o casal resolveu lavar a roupa suja em público e vieram a lume histórias de infidelidades, trocas de favores, amizades dúbias e festas onde o glamour do jet set escondia muitas misérias. Até o nome de Enrique Iglesias surgiu no meio desta barafunda cor-de-rosa choque.

Quando finalmente a tempestade acalmou, o médico voltava a ser capa de uma revista del corazón, mas agora ao lado da sua nova namorada. Catarina por sua vez, tem sido vista às compra, calmamente, envolta numa discrição que nem parece sua. E quem a conhece bem, diz que ela só pode andar a preparar “alguma”. Resta saber como é que Tallon vai sobreviver ao Furacão Catarina, a quem são reconhecidos méritos de grande gestora e estratega.

Mais antigos, mas não menos bombásticos, foram os “casamentos” de Bárbara Guimarães com Pedro Miguel Ramos e Manuel Maria Carrilho. A apresentadora do Chuva de Estrelas causou sensação quando celebrou uma cerimónia nupcial pouco ortodoxa em Punta Cana, na República Dominicana, com o “rapaz do cabelo azul”. As fotografias desfocadas onde se via o casal a receber a benção de um padre causaram sensação.

Em 2001, a relação entre as duas celebridades terminava abruptamente. Os rumores de que Bárbara mantinha um caso amoroso com o ministro da Cultura revelam-se verdadeiros e os dois celebram a sua união de facto numa cerimónia íntima, no Alcântara-Café. Desta vez, as fotografias a preto e branco são quase artísticas. O sorriso de felicidade da jornalista da SIC arrebatava os nossos corações. E Pedro Miguel Ramos passou a pretérito perfeito.

A sua cerimónia de casamento na ilha das Caraíbas seria considerada «um acontecimento inócuo e inconsequente». O apresentador do Flash Moda, por sua vez lamentava a sua triste sina: «Nunca pensei que uma relação pudesse terminar sem respostas, sem razões objectivas, claras e directas». Certo é que ainda hoje está por desvendar quem fez rebentar na imprensa o casamento secreto de Bárbara com o apresentador do Big Brother. E que este nunca mais foi o mesmo. Aliás, também Manuel Maria Carrilho está outro homem. Melhor!

Por detrás do sorriso mais sedutor da Grã-Bretanha, esconde-se uma mente perspicaz e ambiciosa. Liz Hurley, a morena de olhos verdes que namorou com Hugh Grant durante 13 anos, e vítima de inúmeras infidelidades do actor de Quatro Casamentos e Um Funeral, acabou por se revelar uma mulher de armas.

Enquanto o desengonçado Grant era apanhado pela polícia com uma prostituta de rua, em Los Angeles, ela coleccionava affaires com homens de sangue azul e fortuna pessoal. Hurley, que foi a cara da Estée Lauder, depressa se tornou proprietária de uma importante produtora de filmes e mãe de um filho, Damian Charles. O pai, é nem mais nem menos que Steve Bing, um playboy milionário, de 35 anos, ex-namorado de Uma Thurman e Sharon Stone, que só a custo reconheceu o rebento.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, Hillary Clinton fazia-se à vida. Os sucessivos escândalos sexuais do seu marido, Bill Clinton, com estagiárias anafadas e secretárias com ar de stripper, levantavam interrogações: Por que aguentava em silêncio os affaires do Presidente dos EUA? Seria por amor ou simplesmente por oportunismo político? Especulações à parte, o que é certo é que Hillary acabaria por se candidatar e vencer as eleições ao Senado, pelo círculo de Nova Iorque, em 2000, depois de Clinton terminar com dois mandatos presidenciais.

Numa entrevista à Talk, a ex-primeira-dama romperia o seu muro de silêncio, revelando que os seus 25 anos de casamento foram passados com «muita dor e raiva», mas explicaria as traições sexuais do marido à luz da sua traumática infância.

Tal como num filme negro dos anos 40, não faltam femmes fatales no conturbado mundo da música. A separação de Priscilla e Elvis Presley, em 1972, deixou o rei do rock de rastos. Ainda que continuasse a ter amantes atrás de amantes, ele afogava as mágoas amorosas em quantidades industriais de barbitúricos e junkie food, engordando desmesuradamente, até morrer com problemas cardíacos, em 1977.

Quem fazia a vida negra a Kurt Cobain, outro senhor do rock, era Courtney Love. Ela não conseguia viver sem um bom escândalo. Brigas com a polícia e com fãs eram lugares-comuns. Ficou célebre um episódio durante a estadia num hotel no Rio de Janeiro, quando depois de uma briga com o vocalista dos Nirvana, ela atirou com as suas roupas pela janela. Cobain teve que gatinhar pelo jardim, recolhendo os seus haveres e resmungando: «Odeio a minha mulher. Odeio o rock n’roll.»

Há até quem culpe a vocalista das Hole, pelo suicídio de Cobain, a 5 de Abril de 1994, aos 27 anos. Courtney e Cobain não largavam a heroína, vício que terá destruído por completo a auto-estima do compositor de Nevermind. Da depressão ao tiro na cabeça terá sido um passo.

A australiana Paula Yates, a famosa apresentadora que namorou com metade dos homens mais carismáticos do show bizz, também não era flor que se cheirasse. O divórcio litigioso com Bob Geldof, o músico que organizou o maior evento humanitário da pop, o Live Aid, arrastou-se durante anos. A relação com Michael Hutchence, o cantor dos INXS, não foi menos atribulada. O suicídio deste, em Setembro de 1997, estaria relacionado com o feitio tempestivo de Paula, pelo menos a julgar pelas palavras da mãe do rocker australiano. Três anos depois, seria a vez da apresentadora pôr termo à vida.

Século XI a.C. Dalila, a amante filistina de Sansão, ousou rapar-lhe o cabelo enquanto este dormia, depois do herói israelita do Antigo Testamento lhe confessar que o segredo da sua força residia precisamente no comprimento da “cabeleira”. Sansão foi acorrentado pelos inimigos filisteus que lhe arrancaram os olhos. Mas quando o cabelo voltou a crescer, a sua força também regressou, acabando por matar os seus carcereiros.

Cleópatra soube explorar os seus atributos físicos para governar o Egipto, entre 51 a 48 e de 47 a 30 a.C. Depois de ter sido expulsa do poder pelo seu irmão, Ptolomeu XIII, aliou-se estrategicamente a Júlio César, e tornou-se sua amante, regressando ao trono de onde fora expulsa. Quando César foi assassinado, regressou a Alexandria. Marco António, de quem teria três filhos, seria a sua paixão seguinte. Reza a lenda que depois de caídos em desgraça, Marco António cometeu o suicídio e Cleópatra deixou-se ser mordida por uma áspide, uma cobra venenosa.

Uns séculos mais tarde, a desgraça caiu sobre os ombros de Napoleão Bonaparte. O general casou-se com uma mulher mais velha, apenas para ganhar respeitabilidade dos seus oficiais. Ela chamava-se Marie Josepha Beauharnais, e tinha três handicaps: Era viúva, tinha um amante de longa data e tornara-se estéril.

O matrimónio de conveniência transformou-se numa paixão assolapada. Só que, como manda a tradição lírica, o casal seria obrigado a divorciar-se, porque Josefina não podia dar um herdeiro ao imperador. Apesar das circunstâncias, os dois nunca deixaram de se amar. Josefina seria mesmo coroada Imperatriz de França. Napoleão descia dos céus da glória para as masmorras do inferno, depois das trágicas batalhas de Moscovo, em 1812, morrendo desterrado na Ilha de Santa Helena, a 5 de Maio de 1821.

Em Portugal, o amor proibido entre Inês de Castro e D. Pedro ainda é estudado nos compêndios de História. Os dois encontravam-se secretamente na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, enquanto o casamento do rei com D. Constança agonizava. Depois da morte da rainha, o filho de D. Afonso IV assumiu o namoro, mas o pai mandou assassinar D. Inês, em 1355, porque ela representava uma ameaça para a independência do reino de Portugal. D. Pedro ficou desgostoso e mandou executar cruelmente os criminosos, declarando guerra a D. Afonso IV. A vingança ficou completa quando anunciou que casara secretamente com D. Inês, pouco antes de ter sido assassinada, tendo a nobreza que reconhecê-la como sua legítima esposa e rainha de Portugal. Era a vitória do amor.

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