Elege a persistência, o trabalho e a dedicação como as premissas para o sucesso na Ciência. O dele está à vista: o robô-cirurgião que a equipa que lidera está a desenvolver já mexe e garante, no futuro, ter pernas para andar nas salas de cirurgia do País.
A ciência que domina ensinou-o a conseguir levantar-se sempre depois de cair. Sem hesitar ou temer novo tombo. 'Nem que tenha de o fazer 30 vezes.' Chama-se persistência, premissa essencial para quem trilha qualquer caminho e quer ver resultados risonhos. O caminho dele, de Rui Cortesão, chama-se Robótica, a área que escolheu para o projecto de fim de curso – no 5.º ano da licenciatura em Electrotécnica, em Coimbra – e não mais largou. À persistência, sublinha Rui, tem de juntar-se o insubstituível trabalho, uma grande dose de luta e outro tanto de dedicação e estudo.
Com os ingredientes certos em cima da mesa, a equipa de Rui Cortesão encontra-se a desenvolver um robô-cirurgião que dentro de cinco a sete anos estará no mercado, apto para entrar numa sala de operações e ter um papel decisivo na cirurgia minimamente invasiva (ver caixa).
'É uma luta com um ser sem alma que, até fazer o que nós queremos, nos atira ao chão umas quantas vezes', graceja o professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da cidade dos estudantes, agora na proa de um projecto que tem tudo para tornar-se realidade. Trata-se de fabricar um ser sem alma mas cujo ‘coração’ está recheado com um software altamente sofisticado, composto por inúmeros algoritmos de controlo e diversos sensores que o dotam de uma inteligência superior e de graus de liberdade extra ao dispor do cirurgião. Longe de querer substituir o médico, pretende antes ajudá-lo.
'A evolução que a Robótica traz à cirurgia pode equivaler à das técnicas ‘imagiológicas’ (como as TACe as ecografias) na Medicina', considera Rui Cortesão. 'A classe médica está bastante receptiva', garante o investigador, sem esconder que é necessário 'saber sensibilizá-la'. O robô que a equipa de Rui está a desenvolver começa a ter pernas para andar. 'Já mexe', embora novos problemas a resolver – como é normal na área – surjam todos os dias. Ocaminho faz-se etapa por etapa.
Uma gargalhada antecipa a brincadeira quando se lhe pergunta qual o robô que gostaria que o futuro lhe reservasse. 'Gostava muito de ter um para me limpar a casa.' E os amigos, mais apressados, já o incentivaram várias vezes a concretizar a criação. 'Num futuro mais longínquo [por comparação com aquele, próximo, que receberá o robô-cirurgião] vai ser possível, até porque temos sempre vontade de ir mais longe.' Rui Cortesão já está habituado aos objectivos que demoram a cumprir-se. 'Em investigação, tenta-se partir do presente e abrir fronteiras para o futuro.' E aprender a cair e a levantar-se quando essa abertura demora a surgir...
PRIMEIROS TESTES EM OBJECTOS ORGÂNICOS
Afaste-se as ideias dos filmes de ficção científica – este robô, o WAM, não tem olhos nem boca, ouvidos ou nariz. Mas promete dar que falar e ser companhia dentro das salas de cirurgia num futuro muito próximo. O robô, manipulador para cirurgia minimamente invasiva, vai permitir telecontrolo de sensações de contacto de alta qualidade. As inovações – e vantagens – apontadas pela equipa são várias: 'Mais conforto para o cirurgião, integração em tempo real dos dados intra-operativos, cirurgia menos dolorosa e traumatizante para o paciente e tempo de recuperação mais curto.'
O WAM é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e tem uma precisão intrínseca, para garantir a máxima segurança. Primeiro, antes das aplicações cirúrgicas reais, serão feitos testes experimentais em objectos orgânicos. Orgulhoso do projecto da equipa que lidera, de sete elementos, Rui Cortesão tem dedicado muitas horas a este projecto. 'Quando não estou a dar aulas ou a dormir', diz, divertido, quem também gosta de nadar.
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