Terem sido inspiração para as personagens da Pixar Dory e Nemo saiu-lhes caro
É uma das grandes novidades do verão: Dory e Nemo estão de volta às salas de cinema. Foi preciso passarem 13 anos sobre o sucesso de ‘À Procura de Nemo’, o primeiro filme da Pixar premiado, para que nascesse o remake. Mas consta que valeu a pena esperar por mais um filme enternecedor, divertido e feito com enorme rigor no que toca a reproduzir em desenho animado o habitat natural e as características das espécies retratadas. Mas à semelhança do primeiro filme, também ‘À Procura de Dory’ não está isento de polémicas na área da biologia marinha.
Consta que a ‘culpa’ é do realizador Andrew Stanton que não conseguia parar de pensar em Dory. O cineasta (que criou Nemo para alertar para a importância de preservar a Grande Barreira de Coral da Austrália) tinha um amargo de boca desde que fechou o primeiro filme: não acreditava que a peixinha esquecida conseguisse voltar para casa sozinha!
Foi a pensar nas desventuras que o futuro poderia reservar-lhe após a reunião de Marlin e Nemo que surgiu a ideia para a nova animação, na qual Dory continua esquecida e com uma invejável fluência em ‘baleiês’ que consegue salvá-la de sarilhos, mas longe de enfrentar apenas alegrias… adivinha-se, portanto, uma aventura agridoce, daquela maneira que a Pixar sabe tão bem fazer.
SUCESSO DE BILHETEIRAS
Entretanto, nas bilheteiras, a nova aventura de Dory já é um sucesso. Com receitas na ordem dos 115 milhões de euros nos EUA, a que se somam ainda 48 milhões das estreias mundiais que já aconteceram, o filme roubou o recorde de bilheteira que pertencia a ‘Shrek Para Sempre’. Os números já conquistados foram duas vezes melhores do que os alcançados pelo filme ‘Divertidamente’, que este ano venceu o Óscar para melhor filme de animação, e ficou apenas atrás de ‘Capitão América: Guerra Civil’, no ranking das melhores estreias de 2016.
Mas este sucesso está também a causar dores de cabeça aos ambientalistas e até já existe uma petição para que a Pixar e a Disney tomem precauções e sensibilizem os fãs para as consequências de uma corrida às lojas de animais, tal como aconteceu com o peixe-palhaço quando ‘À Procura de Nemo’ estreou.
Em 2012, quase uma década depois da estreia do filme, o peixe-palhaço ocupava ainda o quinto lugar na lista de animais mais importados pelos EUA. A pressão da procura foi tal que, durante o processo, várias populações desta espécie desapareceram por completo do seu habitat natural (como a costa das Filipinas, por exemplo).
"Infelizmente, as pessoas apaixonam-se de tal maneira pelas personagens que querem tê-las como animais de estimação em vez de compreenderem a mensagem do filme a respeito da conservação das espécies", partilhou recentemente Anita Nedosyko, cofundadora do projeto ‘Saving Nemo’, ao jornal britânico ‘The Guardian’.
Mas Nemo tinha uma vantagem sobre Dory, que na verdade é um ‘paracanthurus hepatus’ ou peixe cirurgião-paleta. "Os peixes-palhaço reproduzem-se em aquacultura. Ou seja, desaparecem do seu habitat natural, o que é trágico, mas existem muitos em cativeiro. Mas as Dorys não. Por isso , todos os espécimes vendidos são selvagens", alertam os especialistas. No seu habitat natural, Dory pode viver até 30 anos, mas num aquário a sua esperança de vida é muito mais curta.
Segundo a revista ‘National Geographic’, há ainda outra preocupação inerente à sua captura. Para conseguir apanhar estes animais em ambiente selvagem é frequente o recurso a cianeto, que destrói os corais e adoece os peixes. Ora há muito que os peixes de recife lutam contra o aumento da temperatura das águas e a acidificação causada pelo aquecimento global. Por isso, a última coisa que Dory precisa é mesmo de ser pescada em massa.
Curiosamente, quando ‘À Procura de Nemo’ estreou, os especialistas também foram chamados à pedra, pois houve quem acusasse os autores do filme de não serem fiéis a uma das características do peixe-palhaço. É que a espécie nasce hermafrodita, adquirindo ou mesmo mudando de sexo ao longo da vida consoante o parceiro que encontram. Ora, por esta lógica, Nemo e Marlin nunca poderiam ser dois machos. Dizem os entendidos que na vida real, Marlin teria passado a ser uma mamã e não um papá extremoso. Para se redimir, a Pixar mudou o sexo ao professor raia, que em vez de Sting-Ray, se chama agora Sting-Rhonda.
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