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Rede de tráfico comunicava por satélite e tinha inibidores de sinal contra a polícia

PSP admitem que grupo desmantelado no Seixal era "altamente sofisticado e perigoso".

21 de outubro de 2025 às 15:02

Lanchas rápidas, telefones por satélite, inibidores de sinal, metralhadoras, armas elétricas, 5800 quilos de haxixe e mais de 500 mil euros em dinheiro vivo. Este é balanço final, resumido, da operação da PSP que durou quatro dias e levou ao desmantelamento de uma rede de tráfico de droga que tinha como base um armazém junto ao rio Tejo, em Corroios, no Seixal. Sete homens - seis portugueses e um espanhol, entre os 27 e os 50 anos - foram detidos e ficaram em prisão preventiva.

"Esta é uma investigação que tem alvos sofisticados, como se pode ver pelo volume apreendido de haxixe, armas utilizadas e dinheiro. Foi uma investigação que exigiu muita resiliência, muita entrega e muita minucia ao nível das diligências de investigação", disse o comandante da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP de Lisboa, Rui Costa, numa conferência de imprensa de balanço final da operação.

A investigação durava há oito meses e permitiu travar um dos principais grupos 'abastecedores' da capital. A intervenção começou ainda na noite de sexta-feira e levou a buscas domiciliárias, em armazéns e garagens em Alcácer do Sal, Almada e Charneca da Caparica (concelho de Almada), Belas (concelho de Sintra), Corroios, Fernão Ferro e Foros de Amora (concelho do Seixal), Montijo e Sarilhos Grandes (concelho do Montijo). "Durante a investigação, os arguidos foram fortemente indiciados de integrarem uma organização criminosa que se dedica à aquisição para posterior venda de elevada quantidade de haxixe na zona da Grande Lisboa, utilizando instalações para armazenamento do produto estupefaciente, localizadas em zonas facilitadoras do seu transporte por água e possuindo armamento, equipamento de comunicações e apoio logístico que demonstram um elevado grau de sofisticação e perigosidade", admite à PSP.

Rui Costa destacou que o grupo criminoso tinham em seu poder metralhadoras, munições, equipamentos de inibição de sinal, e muitos cuidados de autoproteção, como cães de raça perigosa e videovigilância nos espaços onde a droga era guardada. Destacando a complexidade da operação, o comandante da DIC afirmou que esta investigação não é igual às centenas das operações que a PSP desenvolve em todo o país. "Esta exigiu um esforço suplementar de reforço de meios, de tecnicidade, de suporte e supervisão", disse, acrescentando que a investigação vai continuar e poderá ter ramificações internacionais.

Para lá dos 5800 quilos de haxixe e dos 580 mil euros em dinheiro, foram ainda apreendidos dez viaturas, 21 telemóveis, dois telefones para comunicação por satélite, dois metralhadoras, cinco pistolas, um caçadeira, um revólver, três armas elétricas, cerca de 500 munições de diversos calibres, duas lanchas rápidas, seis embarcações, 21 motores de alta potência, seis relógios de luxo, 15 mil litros de gasolina, sistemas de CCTV, painéis solares e inibidores de comunicações.

Os sete detidos estão indiciados por crimes de tráfico de estupefacientes agravado, associação criminosa e detenção, uso e porte de arma proibida.

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