A maquilhadora dos famosos vai ter um novo livro em 2016. E um bebé. e vai dar mais workshops. Entre outras coisas.
É conhecida como a maquilhadora das estrelas mas, em abono da verdade, Inês Franco caiu na profissão por acaso. Mas do acaso fez oportunidades e de uma profissão banal construiu uma carreira tão brilhante como as das próprias estrelas, que não dispensam o toque do seu pincel. No seu ateliê, na Lx Factory, Lisboa, onde as paredes estão revestidas de purpurinas douradas, falou dos famosos, do livro que escreveu e se tornou um best-seller e do sonho que está prestes a concretizar aos 37 anos: a maternidade.
Nasceu num meio pequeno, numa aldeia próxima de Torres Vedras. Como é que decidiu fazer da maquilhagem profissão?
Quando acabei o 12º ano, aquelas listas de cursos das faculdades não me diziam nada. Eu adorava pintura e sentia que tinha de ser algo ligado às artes. A minha mãe pôs-me a aprender pintura a óleo durante quatro anos, mas também não queria ser pintora, desenhadora, nada disso. Um dia uma amiga falou-me num curso de maquilhagem em Lisboa. Disse então aos meus pais que queria tirá-lo para ser maquilhadora . Eles estranharam: "Queres o quê? Para trabalhares num cabeleireiro?" Estranharam. Logo eu, que nem sequer me costumava maquilhar! Ainda por cima, o curso era caríssimo. Seis meses, 350 contos (1750 euros), ou seja, mais caro do que uma universidade particular naquela altura. Foi preciso negociar e eu vim para Lisboa dividir o apartamento com as amigas que entraram para a faculdade, mas fui trabalhar para o Colombo para ajudar a pagar o curso.
Foi a televisão que a catapultou. Como é que entrou no meio?
Um tempo depois, um amigo que trabalhava na televisão chamou-me para maquilhar no ‘Herman 98’, aos domingos. A seguir fui convidada para fazer um programa diário. Ofereceram-me 400 contos (2000 mil euros), eu tinha 19 anos, um Ford Escort velhíssimo que só pegava de empurrão e eu ainda hesitei porque achava que não ia conseguir chegar a Lisboa com aquele carro. Nem me lembrei de que podia comprar logo um carro novo. E nunca mais parei. Estive até vários anos sem ter férias, porque não sobrava tempo...
Sempre foi uma profissão bem paga?
Sim, apesar dos cachets terem baixado muito nos últimos anos, porque naquela altura havia poucas maquilhadoras e agora há muitas. Com contrato, o ordenado anda à volta dos mil euros, mas sem contrato pode chegar-se aos cinco mil. Os cachets mais altos são os da publicidade: pode ganhar-se 400 euros por uma maquilhagem.
Mas isso é só quando se chega ao topo. Como é que o foi conquistado?
Vamos sendo conhecidas e as produtoras ou as pessoas famosas vão requisitando o nosso trabalho, como aconteceu com a Sílvia Alberto, com quem cheguei a fazer 17 eventos por mês ou a Cristina Ferreira. Também é um meio onde toda a gente se conhece e onde não se entra por currículo, mas sim por referência.
Como começou essa cumplicidade com a Cristina Ferreira?
Quando descobri o truque certo para o olhar dela.
Já foi eleita personalidade do ano por uma revista feminina, o que não é comum para quem trabalha nos bastidores!
Isso foi uma coisa inacreditável! Geralmente é para as modelos ou as atrizes, mas naquele ano... lembraram-se de mim.
O livro que lançou (‘Guia Prático de Maquilhagem’) e as redes sociais (o seu blog e o Daily Cristina) contribuíram?
Costumo dizer que não procuro os meus sonhos, eles é que vêm ter comigo. O meu Facebook tem 194 mil seguidores, mas começou por ser um link no blog da Cristina Ferreira (na assinatura de quem fazia a maquilhagem) para uma página com um perfil meu desatualizadíssimo, até ao dia em que me senti quase na obrigação de atualizar aquilo. E como é que eu o podia fazer? Com dicas de maquilhagem, claro. Quando me desafiaram para escrever o livro, até me comecei a rir. Eu a escrever um livro?! Quando estava prestes a entregá-lo, até brincava com o meu namorado: "vais ver que qualquer dia estou no top!" Era a brincar. Mas aconteceu mesmo. E este ano se calhar repito a dose.
É fácil trabalhar com os egos dos famosos?
Para mim são todos iguais, famosos ou anónimos. O que me dá realmente prazer é sentir as pessoas fascinadas com o resultado final. Sobretudo aquelas que dizem: ‘Mas eu sou assim?’ ou ‘Até pareço uma estrela de Hollywood’.
Quais os famosos que mais gostou de maquilhar?
A Fafá de Belém, pela simpatia e espontaneidade. A Simone de Oliveira, que tem uns olhos do tamanho do mundo, umas telas. Gosto de pintar aquela força e energia.
Está a 15 dias (no máximo) de ser mãe. Já pensou como vai ser depois de a Mariana nascer?
Não faço ideia e gerir tudo vai ser sem dúvida o grande desafio. Vou recomeçar a trabalhar 15 dias depois dela nascer e vou levá-la comigo. Eu adoro ter tudo controlado, mas desta vez acho que alguém me vai trocar as voltas...
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