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O ÚLTIMO DOS PINTAS

"O machismo faz falta. A fêmea precisa de ser dominada pelo macho. A mulher gosta de sentir o 'power' do homem", diz Zezé Camarinha

10 de agosto de 2003 às 18:04

Zezé Camarinha mexe distraidamente no seu falso anel de casado. “É um truque que ainda dá resultado”, afirma com orgulho. Ele é o único sobrevivente da geração de ‘pintas’ que nos anos 70 e 80, coleccionavam estrangeiras que vinham passar férias ao Algarve em busca de novas sensações. “Os outros ‘reformaram-se’ ou casaram-se”, conta, enquanto se estende numa cadeira de uma esplanada da Praia da Rocha. “Como tenho medo das paixões, continuo nesta vida do engate”, afirma. Aos 50 anos, o engatatão algarvio tem pena que não hajam sucessores ao seu ‘trono’. “Eles agora andam de cabelo pintado de amarelo, brinco na orelha, fitas no cabelo e têm vozes efeminadas”, protesta. “O machismo faz falta. A fêmea precisa de ser dominada pelo macho. É da natureza humana e não machismo. A mulher gosta de sentir o ‘power’ do homem!”, defende Camarinha enquanto dá umas sonoras palmadas nas mãos. “E acabam por se aborrecer quando ninguém lhes dá luta”, acrescenta. Zezé recorda-se quando aparecia um estrangeiro a intrometer-se nos seus engates de Verão. “Eu olhava para ele e gritava-lhe: ‘O que queres? Vai-te embora daqui! Desaparece!’ Elas gostavam e diziam-me encantadas: ‘You have good power! (Tens muito poder!)”

Para engatar as cerca de “cem ‘bifas’ por Verão”, como apregoa, Camarinha garante não ter usado nenhuma técnica especial: “Tem de existir uma reacção instantânea. Basta um olhar, um sorriso, um adeus, uma palavra humorada”. Com uma experiência internacional tão vasta quisemos saber as características das diferentes mulheres europeias. “As espanholas são brincalhonas e faladoras mas na hora da verdade baldam-se. As inglesas quando estão sóbrias são muito finas, mas basta beberem um copo para ficarem doidas. Já as suecas são por natureza bastante liberais e no país delas são elas que ditam as regras do jogo”.

Quanto às más línguas que garantiam que ele não passava de um gigolô, Camarinha responde com acidez: “Isso são tudo invenções da comunicação social. Eu não vivo à conta das mulheres. De vez em quando recebo presentes, como fios ou anéis, mas também lhes faço umas surpresas.” Hoje, o galã prefere as turistas mais velhas, com mais poder de compra e que costumam aparecer em Setembro na Praia da Rocha. “Infelizmente, já não consigo fazer o mesmo de há 25 anos. A moldura e a fotografia já estão velhas e baças”, confessa.

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