Imagine uma lata de refrigerante onde estão todos os componentes eletrónicos fundamentais a uma missão espacial. Foi isso que 100 alunos do secundário fizeram no concurso CanSat. ‘Can’ é lata em inglês e ‘Sat’ é abreviação de satélite.
Depois de construídos e testados, estes ‘satélites de lata’, com cerca de 350 gramas, foram largados no céu de Santa Maria, nos Açores. Durante a descida, os CanSat tinham duas missões: a primária, definida pelo júri, onde teriam de medir a pressão e a temperatura do ar, e a secundária, escolhida por cada equipa. Houve projetos para prevenir incêndios, reduzir a poluição e outros para procurar vida no espaço ou até colonizar planetas.
A equipa Procyon, de Leiria, colocou uma barata no microssatélite e a Satfree, de Lisboa - que ficou em segundo lugar, enviou moscas da fruta com o objetivo de estudar o seu comportamento após a queda. As 16 equipas apresentaram-se a um júri que atribuiu o primeiro prémio à equipa Gsat, do Colégio Guadalupe (Seixal), que tinha como missão medir as variantes para encontrar vida lá fora. Vão representar Portugal na final internacional, de 28 de junho a 1 de julho, também em Santa Maria.
A escolha da ilha pela organização - a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Ciência Viva - não foi por acaso. A ESA instalou um centro de observação na ilha (concessionado pela Edisoft), que faz a monitorização do Atlântico Norte e recebe os dados do satélite Galileu.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, reconhece que a indústria do espaço é estratégica para o País e que, pela sua geolocalização, Santa Maria se pode afirmar como uma plataforma de lançamento de microssatélites.