Durante muito tempo foram pretos e verdes. Depois, uma norma do governo impôs aos táxis a cor bege marfim. Em nome da identidade, os táxis do mundo inteiro vestem-se de cor para serem reconhecidos à distância. Agora que em Portugal já não há regras, que cor você prefere?
“Táxi: automóvel, munido de taxímetro, destinado ao transporte de passageiros”. É assim a definição, simples e concisa, do dicionário de língua portuguesa. Mas, se à definição associarmos a inevitável e decorrente imagem mental, a cor que lhe vem espontaneamente à cabeça é o preto e verde ou, mais recentemente, já visualiza o bege integral?
Pois bem, as normas caíram por terra e há táxis a regressarem à anterior combinação do preto com o verde, preferida por muitos proprietários pela identificação que, durante anos, traduzia uma identidade nacional neste tipo de serviço. Aliás, em alguns ‘sites’ de roteiros turísticos na Internet, mais desactualizados, ainda há descrições que recordam esta opção cromática: “muitos e baratos, estão normalmente pintados de verde e preto, embora estas cores estejam, gradualmente, a ser substituídas pelo bege”, lê-se num deles. E a descrição continua, detalhada, para não haver enganos: “têm um sinal luminoso no tejadilho indicando que se trata de um táxi.”
Da ANTRAL (Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros), chegam as explicações normativas. Em 1993 saiu uma portaria que viria a obrigar a que a identidade cromática dos táxis portugueses passasse a bege marfim. Depois de várias décadas em que estes veículos se notavam à distância pela combinação de cores - preto e verde - que ainda persiste na memória, a decisão do governo no início da década de 90 tinha algumas vantagens. “O beije é mais visível de noite, até mesmo em caso de assalto; suja-se menos e, na altura do calor, é uma cor mais fresca do que o preto e verde”, enumera Alfredo Santos, presidente da ANTRAL.
PRETO E VERDE VERSUS BEIJE MARFIM
Vantagens que, nem assim, convencem o actual presidente da associação que se confessa satisfeito pela revogação desta lei. Melhor dizendo: se em 2000 todos os táxis tinham já aderido à nova imposição cromática, uma nova lei (portaria do Diário da República nº 277 A/99) tinha, entretanto, alterado as regras e, dado o ‘dito pelo não dito’, vindo assim permitir a possibilidade de escolha, pelo proprietário do veículo, entre a tradicional combinação do preto e verde ou a opção pelo bege marfim integral. O mesmo é dizer: quem quiser voltar a ter o seu táxi como antigamente é livre de o fazer. Os custos são suportados pelos industriais do sector. “As duas cores, o preto e verde, deveriam ser as únicas permitidas. Porque é uma cor cativa dos táxis, não pode ser usada por mais ninguém e nenhum particular ou cidadão comum pode pintar o seu carro com estas cores”, justifica o presidente daquela associação.
Para já, apenas cerca de 10% das 11 mil viaturas da ANTRAL regressam lentamente à combinação de outros tempos. Se a moda (voltar a) pegar, será que vamos assistir ao retorno do nosso ‘velho táxi’, tal como o conhecemos?
SERVIÇO COM HISTÓRIA
O táxi, tal como o conhecemos, tem uma história recente, até pela data de invenção do taxímetro, por Louis Renault, em 1904. Três anos mais tarde foi incorporado nos veículos de uma forma quase universal. No entanto, o conceito deste serviço - transporte de passageiros mediante preço acordado (actualmente, regulado pelo taxímetro) - é milenar e remonta à antiguidade. Na China antiga e em urbes de grande dimensão, vários habitantes ganhavam a vida a transportar os seus congéneres, de um ponto a outro da cidade, mediante um preço previamente combinado. E se recuarmos até aos primeiros séculos depois de Cristo, na Roma Antiga, conhecemos os verdadeiros antecessores dos taxistas: os romanos. Roma terá sido a primeira capital a dispor de um serviço em tudo semelhante aos táxis, onde grupos de escravos levavam, quem assim o solicitasse e segundo um preço estipulado, os seus passageiros num carro ‘guiado’ por animais.
Também as principais capitais do mundo optaram por uma identidade nos seus táxis e há vários exemplares dignos de registo. É o caso de Nova Iorque com os seus míticos ‘yellow cabs’, os táxis britânicos todos pretos ou o carocha verde (ou amarelo) e branco da Cidade do México…
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