FMI defende revisão de reformas mais altas

Economia está mais robusta, mas é preciso continuar com as reformas estruturais.

14 de setembro de 2018 às 08:51
Envelhecimento dos cidadãos Foto: Getty Images
FMI Foto: Reuters

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Portugal precisa de "reformas estruturais no emprego público e no sistema de pensões". Esta é a posição dos peritos do Fundo Monetário Internacional (FMI) que, num documento agora divulgado, reconhecem a maior robustez da economia nacional mas defendem mais medidas que garantam a sustentabilidade das contas públicas.

O FMI, que integrou a troika, aponta em concreto os riscos da despesa na Função Pública: a passagem para o horário de 35 horas e o descongelamento das carreiras. Quanto às pensões, considera que se justifica a despenalização das reformas antecipadas para as longas carreiras contributivas mas aconselha o Executivo a que reveja "as pensões mais elevadas".

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A organização liderada por Christine Lagarde alerta para o facto de os gastos com pensões terem aumentando 23% antes da crise financeira, num contexto em que "apenas cerca de metade desta aumento pode ser atribuído a mais aposentados".

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Outro dos setores em que recomenda cautela é o da Saúde. "Devem também fazer-se esforços na melhoria do acompanhamento do orçamento e controlo, especialmente no setor da Saúde", lê-se no documento, onde se recomenda ao Executivo que se comprometa com a redução da dívida pública, levando-a para níveis "mais sustentáveis".

Em termos globais, os técnicos do fundo sugerem que o Governo mantenha "a dinâmica política e as reformas estruturais para garantir a resistência a eventuais choques, reduzir vulnerabilidades e facilitar a convergência para o nível de rendimento médio da União Europeia".

O FMI salienta ainda o crescimento da economia portuguesa e a descida do desemprego. Para este ano, prevê que Portugal chegue a dezembro com uma taxa de desemprego próxima das previsões, face à declaração de 7,3% em 2018 e 6,7% em 2019.

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Demografia é a maior ameaça que Portugal enfrenta

O FMI alerta, uma vez mais, para o problema demográfico em Portugal. "No futuro, o envelhecimento e a diminuição da população vão pesar sobre as contribuições dos trabalhadores, e colocar um pressão acrescida no setor da Saúde e da Segurança Social." À media em que o ratio entre ativos e reformados diminui, os trabalhadores "vão adaptar hábitos de consumo, poupando mais para a velhice".

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