BES: "O que falhou? Não foram os auditores"
Auditora das contas da ESI ouvida no Parlamento.
Inês Viegas, auditora da KPMG que analisou as contas da Espírito Santo Internacional (ESI), recusou no Parlamento que a culpa da resolução do BES seja dos auditores.
A auditora da KPMG foi questionada pela deputada do CDS-PP Teresa Anjinho sobre o que tinha falhado na supervisão ao banco então liderado por Ricardo Salgado. Inês Viegas foi taxativa: "O que falhou? O que falhou não foram os auditores, claramente."
Inês Viegas adiantou também, na comissão de inquérito ao BES, que a KPMG teve "um papel importante desde o início do processo, em meados de 2013". "Neste caso concreto, procedemos como tínhamos de proceder", resumiu.
A mesma responsável admitiu também que as cartas conforto passadas por Salgado aos clientes venezuelanos e a recompra de obrigações através da Eurofin foram "dois factores que contribuíram para agravar os prejuízos [do BES]. "Obviamente que tiveram impacto, mas se foi isso que causou a resolução do BES não me vou pronunciar".
Nessa altura, Teresa Anjinho pediu a Inês Viegas que comentasse se achava que o BER era sólido antes do impacto das operações realizadas em julho, no período em que Salgado estava já de saída. "Antes destes impactos? Isso é opinativo", atirou.
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