Álvaro Santos Pereira sucede a Mário Centeno no Banco de Portugal
Antigo ministro de Passos Coelho é o novo governador.
Álvaro Santos Pereira é o novo governador do Banco de Portugal, sucedendo a Mário Centeno, anunciou o Governo. “Escolhemos alguém que entendemos ser melhor. É a melhor escolha, por ser independente. Não vem de dentro do banco, nem de nenhum Governo. (...) Não é governante há mais de uma década, não é membro de nenhum partido e nunca foi candidato por um partido”, resumiu o ministro da Presidência, após a reunião do Conselho de Ministros.
A nomeação para governador do antigo ministro da Economia e do Emprego de Passos Coelho será precedida de um parecer e de uma audição parlamentar a realizar em setembro. Santos Pereira terá à sua espera um salário ilíquido de 19 496,39 euros por mês, além de outras regalias.
“É hoje o economista principal de uma das principais organizações internacionais da economia mundial [OCDE]. É um profundo conhecedor da economia portuguesa, da economia internacional e do sistema financeiro”, descreveu Leitão Amaro.
Já Centeno é o primeiro governador nos últimos 25 anos a não ser reconduzido para um segundo mandato, depois de Vítor Constâncio (2000-2010) e Carlos Costa (2010-2020) terem cumprido cada um 10 anos à frente do banco central. Contudo, o afastamento de Centeno não surpreende, uma vez que a sua relação com o atual ministro das Finanças, Miranda Sarmento, nunca foi boa.
A rota de colisão entre o Banco de Portugal e o Governo da AD acentuou-se com os sucessivos recados do governador sobre medidas emblemáticas do Executivo de Luís Montenegro. E ainda mais com o facto de o banco central ter sido a primeira instituição a antecipar o regresso das contas públicas ao défice já este ano, contrariando a estimativa do Governo de excedentes orçamentais até 2028. Um aviso que manteve no boletim económico de junho, o último com Centeno à frente da instituição.
E TAMBÉM
"PERFIL CERTO"
O antigo ministro João Leão aplaudiu a escolha de Santos Pereira. “Tem o perfil certo. Como foi ministro da Economia, ganhou sensibilidade e conhecimento da política. O alto cargo internacional de diretor da OCDE deu-lhe experiência e conhecimento dos atores e da política a nível europeu”, disse João Leão no NOW.
Centeno ausente
Mário Centeno estava na Alemanha, na reunião do conselho de governadores do Banco Central Europeu, quando foi anunciado o seu sucessor.
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