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"Prefiro que me chamem Álvaro": o ministro dos pastéis de nata e dos feriados suspensos que substitui Centeno no Banco de Portugal

Antigo ministro de Passos Coelho é o novo governador do Banco de Portugal.

24 de julho de 2025 às 14:27
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'Prefiro que me chamem Álvaro': o ministro dos pastéis de nata e dos feriados suspensos que substitui Centeno no Banco de Portugal

Álvaro Santos Pereira, o novo governador do Banco de Portugal, era economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Foi ministro da Economia e do Emprego no Governo de Passos Coelho, mas não completou o mandato. Quando o então primeiro-ministro remodelou o Governo a meio da legislatura (2013), Santos Pereira foi substituído pelo centrista António Pires de Lima. 

Em 2012, o então ministro dava a receita para combater o défice e a dívida externa: a exportação do pastel de nata. “Porque não existe um franchising de pastéis de nata?”, perguntava Santos Pereira. 

Começou por ser visto como um superministro, mas foi perdendo pastas para outros colegas de Governo e foi dado como alvo fácil de uma remodelação governativa. A sua maior vitória foi o acordo de concertação social assinado com a UGT e o patronato.

Foi com Santos Pereira que o Governo suspendeu quatro feriados, em nome do aumento da produtividade do País, o que iria vigorar durante três anos. Enquanto governante, não gostava de formalismos. "Prefiro que me chamem Álvaro do que me chamem ministro", disse pouco depois de tomar posse. 

O seu secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, bateu com a porta depois de ter estado 11 meses em funções, após o fracasso da tentativa de impor cortes às rendas das energéticas. O então ministro das Finanças, Vítor Gaspar, terá rejeitado estes cortes para salvaguardar a privatização da EDP, o que levou Santos Pereira a denunciar a existência de "um lóbi poderoso" neste setor, já muito depois de ter saído do Governo.  

Atendendo à grave situação financeira, Santos Pereira suspendeu a construção do TGV, criticando "as irresponsabilidades do passado". Como derradeiro ato enquanto ministro, retirou à Portugal Telecom o serviço universal de telecomunicações.

Nascido em Viseu, Santos Pereira, de 53 anos, é licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra e doutorou-se em Economia pela Universidade Simon Fraser, em Vancouver, Canadá. Deu aulas em universidades no Canadá e no Reino Unido.

É autor de livros como "Portugal na Hora da Verdade", "O Medo do Insucesso Nacional", "Os Mitos da Economia Portugues" e "Diário de um Deus Criacionista". O seu currículo na OCDE, onde entrou como diretor de estudos nacionais e sai como economista-chefe, totalizou 11 anos.

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