Mário Centeno defende cenário do PS

Centeno diz ser urgente reorganizar mercado de trabalho.

06 de maio de 2015 às 21:06
Mário Centeno Foto: André Kosters/Lusa
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O coordenador do cenário macroeconómico do PS, Mário Centeno, considerou esta quarta-feira "central" a reorganização do mercado de trabalho e defendeu a redução da taxa social única (TSU) para permitir a desempregados formarem as suas pensões no futuro.

Estas posições foram defendidas pelo professor universitário, doutorado em Harvard e quadro superior do Banco de Portugal, no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, durante um debate intitulado "Que políticas públicas para a década?"

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Com o secretário-geral do PS, António Costa, sentando na primeira fila da plateia, Mário Centeno justificou duas das medidas mais controversas inscritas no cenário macroeconómico elaborado pela sua equipa para os socialistas: a cessação do contrato de trabalho por via conciliatória (com restrição dos contratos a prazo) e a descida da taxa contributiva para trabalhadores e empregadores.

Mário Centeno começou por traçar o atual quadro económico e financeiro de Portugal, alertando que o conjunto da taxa contributiva para a Segurança Social se encontra em queda por causa da quebra salarial e do aumento do desemprego.

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"A via fiscal não é saudável para resolver os problemas económicos do país", advertiu, numa crítica à atual situação do país, antes de defender que a questão do mercado de trabalho "é central" para o futuro de Portugal.

"É no mercado de trabalho que se formam as pensões e é também no mercado de trabalho que se pagam as pensões. Não vamos conseguir nada, nem mesmo vamos conseguir pagar impostos, se não se reorganizar o nosso mercado de trabalho", dramatizou o quadro do Banco de Portugal.

Neste contexto, o coordenador do cenário macroeconómico do PS insurgiu-se contra "a estratégia de escapes" que, na sua perspetiva, tem estado na base da linha económica e financeira ao longo das últimas décadas, numa alusão à crescente generalização da celebração de contratos a prazo e da precarização do mercado laboral nacional.

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"É uma linha altamente perversa. Diz-se sempre que nunca é boa altura para se fazer reformas no mercado de trabalho. Primeiro é porque estamos a crescer, depois é porque estamos em crise e a seguir é porque joga o Benfica", argumentou, provocando risos na plateia.

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