Novo Banco pesa e baralha contas do Estado até 2022

São mais de 800 milhões por ano que o Estado pode perder com herança do BES.

15 de março de 2019 às 08:40
O Novo Banco vai continuar a ter impacto nas contas públicas, elevando o défice em 0,4 pontos percentuais até 2022 Foto: Pedro Simões
Presidente reforça que é preciso apurar o que houve no Novo Banco Foto: Tiago Petinga/Lusa
Novo Banco com prejuízos de 1.412,6 milhões de euros em 2018 Foto: CMTV

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O Novo Banco deve baralhar as contas do Estado, pelo menos até 2022. O Conselho de Finanças Públicas (CFP) criou um cenário adverso que inclui a utilização integral do limite máximo de 3890 milhões de euros previsto no mecanismo de capital contingente até 2022, considerando a utilização de 1149 milhões de euros em 2019, 850 milhões de euros em 2020 e 2021 e 249 milhões de euros em 2022.

O cenário adverso inclui também o impacto total daqueles montantes no saldo global, incluindo o seu impacto nos juros, e o aumento das necessidades líquidas de financiamento nos mesmos montantes, "admitindo que a nova dívida a emitir é financiada por Obrigações do Tesouro a 10 anos".

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O CFP indica que "os resultados obtidos apontam para que o saldo orçamental se deteriorasse 0,4 pontos percentuais do PIB (cerca de 804 milhões de euros) em cada um dos anos de 2019 a 2021 face ao cenário base". Em 2022, a herança do BES teria um impacto de 0,3 pontos percentuais (cerca de 600 milhões).

A CFP, liderada agora por Nazaré Costa Cabral, diz que a "economia portuguesa aparenta ter terminado a fase de expansão e estar a iniciar a fase descendente do ciclo". O grande ‘motor’ da economia, as exportações, terão este ano o seu último ano de crescimento.

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"A procura externa dirigida a Portugal por parte dos países da área do Euro deve passar de 4,1% este ano para 3,1% em 2023", diz o relatório.

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PORMENORES

Juros dão sinais de subida

A Euribor a três meses deu um ligeiro sinal de subida em janeiro passado para os -0,31% depois de 18 meses sem alterações. Os contratos de futuros para a Euribor a três meses têm subjacentes taxas positivas e crescentes até 2023.

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Riqueza sobe 1,1%

Nas projeções da CFP o crescimento da economia será de 1,1% este ano, muito abaixo dos 2,2% apontados pelo Governo. Até ao final de 2023 o crescimento médio da economia nacional será de 1,5%.

Consumo privado trava

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O consumo privado deverá abrandar até 2023. Este ano a CSF estima que as famílias gastem mais 2% (contra os 2,5% previstos pelo Governo). Esta evolução deverá retratar uma subida da taxa de poupança em 2019 e 2020 bem como o gradual abrandamento do rendimento disponível.

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