Portugueses canalizam poupanças para depósitos e certificados de aforro

32% dos portugueses consideram os depósitos bancários como a melhor forma de aplicar dinheiro.

31 de outubro de 2025 às 07:39
Certificados de Aforro Foto: Direitos Reservados
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Os portugueses canalizam as poupanças principalmente para depósitos bancários e certificados de aforro, sendo ainda menor a fatia daqueles que escolhem investir, segundo um estudo da TGM Research Institute.

De acordo com um estudo da TGM Research Institute, elaborado para a Xtb, 32% dos portugueses consideram os depósitos bancários como a melhor forma de aplicar dinheiro.

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Já 24% dos inquiridos, numa amostra de 1.000, preferem certificados de aforro, enquanto 18% escolhem corretoras de investimento.

De facto, o montante aplicado em depósitos atingiu em agosto os 196.861 milhões de euros, sendo que o 'stock' continua a crescer, mas tem vindo a abrandar nos últimos meses.

Isto apesar da remuneração dos novos depósitos a prazo dos particulares seguir numa trajetória de redução, tendo caído em agosto pelo 20.º mês consecutivo, para 1,34%, atingindo o valor mais baixo desde abril de 2023, segundo o Banco de Portugal (BdP).

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Segundo o supervisor bancário, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares recuou em agosto 0,05 pontos percentuais face a julho, comparando com 2,56% no mesmo mês do ano anterior.

Esta é a remuneração mais baixa dos depósitos a prazo pelos bancos portugueses desde abril de 2023 (1,14%) e traduz uma quebra de 1,74 pontos percentuais desde dezembro de 2023, mês em que tinha atingido 3,08%, o valor mais elevado desde julho de 2012.

A tendência de manter dinheiro aplicado em depósitos a prazo também se verifica a nível europeu, sendo que existe na União Europeia (UE) um valor superior a 11 mil milhões de euros em depósitos.

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A Comissão Europeia defende por isso a criação de contas de poupança que permitem pequenos investimentos, que ainda não existem em Portugal, falando numa "boa alternativa" aos tradicionais depósitos a prazo por terem mais retorno.

Em entrevista aos jornalistas portugueses em Bruxelas, a comissária europeia portuguesa, Maria Luís Albuquerque, defendeu a nova estratégia de Bruxelas para rentabilizar as poupanças dos cidadãos, comentando que este tipo de contas "é claramente uma boa alternativa" aos depósitos a prazo nos quais "as pessoas pensam que não vão precisar desse dinheiro nos próximos tempos".

Em causa estão contas fornecidas por prestadores de serviços financeiros autorizados, inclusive 'online', que permitem aos pequenos investidores aplicar montantes em instrumentos dos mercados de capitais.

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Em Portugal, estas contas ainda não existem. Outras opções existentes são os depósitos a prazo e as contas poupança tradicionais (seguras, mas com rendimentos baixos), os certificados de aforro (emitidos pelo Estado, com capital garantido e juros variáveis), os Planos Poupança Reforma - PPR (com benefícios fiscais e foco na reforma) e fundos ou ações para investidores com maior tolerância ao risco.

A maioria dos portugueses mantém um perfil conservador e aposta em produtos financeiros de capital garantido.

No que diz respeito aos certificados de aforro, o montante investido situava-se em agosto nos 38.547 milhões de euros, um crescimento de 13,6% em termos homólogos.

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Este é o valor mais alto investido em certificados de aforro (CA) desde o início da série do BdP, em dezembro de 1998 e representa uma aceleração face ao crescimento homólogo de 12,6% em julho.

Agosto foi, assim, o 11.º mês consecutivo de subida do valor global em certificados de aforro.

Os portugueses também já podem subscrever através da aplicação para telemóveis dos CTT, que passou a ter esta funcionalidade em julho de 2024, sendo que a subscrição por essa via já ultrapassou os 150 milhões de euros.

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Esta sexta-feira assinala-se o Dia Mundial da Poupança, criado pela Sociedade Mundial de Bancos de Poupança para promover a poupança pessoal e fortalecer a autossuficiência económica das pessoas.

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