Salgado ligou a Amado para pagar caução

Livro do jornalista da ‘Sábado’ António José Vilela revela segredos dos processos mediáticos dos últimos 12 anos.

15 de junho de 2017 às 09:36
BES, ex-patrão, recursos económicos, perturbação, inquérito, Ricardo Salgado Foto: Jorge Padeiro / Agência Zero
Ricardo Salgado terá dado instruções para a colocação de dívida nos clientes da área financeira do GES Foto: Alexandre Azevedo
Ministério Público, Amílcar Morais Pires, Grupo Espírito Santo, Ricardo Salgado, José Manuel Espírito Santo, Carlos Alexandre, BES, Isabel Almeida, Lisboa, Tribunal Central de Instrução Criminal Foto: Direitos Reservados

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Quando foi detido pela primeira vez, em 2014, Ricardo Salgado ligou ao presidente executivo do BCP, Nuno Amado, a pedir ajuda para pagar a caução de três milhões de euros que lhe fora aplicada pelo juiz Carlos Alexandre no âmbito do processo Monte Branco.

Esta é uma das revelações do livro ‘Apanhados’, do jornalista da ‘Sábado’ António José Vilela, que explica a teia dos processos mediáticos dos últimos anos, desde a Operação Furacão - o primeiro grande caso de crime económico, desencadeado em 2005 - à Operação Marquês, que envolve José Sócrates e Ricardo Salgado.

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O livro mostra, por outro lado, a evolução do Ministério Público e dos investigadores face à complexa criminalidade económica, relatando situações insólitas durante diligências, e ainda a forma como os vários processos e os seus protagonistas se encadeiam.

Segundo conta o jornalista em ‘Apanhados’, a primeira conversa entre Salgado e Amado, que ficou registada no processo, aconteceu a 29 de julho de 2014. O banqueiro queria saber se o BCP estaria "disponível para lhe emprestar a garantia bancária da caução".

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Um dia depois, Nuno Amado negou a pretensão de Salgado, explicando-lhe que "isso poderia afetar a reputação e a imagem do banco", mas ajudou o ex-líder do Grupo Espírito Santo a pensar numa estratégia e sugeriu-lhe alguns contactos. Salgado acabou por transferir dinheiro do estrangeiro para o Millennium BCP e pagou a caução a 5 de agosto de 2014.

Comuns a todos os processos mediáticos de crime económico são o juiz Carlos Alexandre, o procurador Rosário Teixeira e o inspetor tributário Paulo Silva, que desde a Operação Furacão, em 2005, nunca mais pararam de descobrir milhões em offshores e ligações perigosas.

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