A Galp deverá comprar este ano à Venezuela cerca de 200 milhões de euros em petróleo. Este é também o valor que deverão atingir as exportações portuguesas para aquele país sul-americano, uma vez que os pagamentos da petrolífera portuguesa serão feitos a troco do fornecimento de produtos e serviços nacionais ao país de Hugo Chávez.<br/><br/>
O acordo complementar ao protocolo de boas relações comerciais entre Portugal e a Venezuela deverá ficar fechado hoje na III Reunião de Alto Nível entre os dois países, que será presidida pelo secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, e que contará com a presença de uma delegação de 15 membros do governo venezuelano chefiada pelo vice-ministro para a Europa do Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores, Alejandro Fleming.
Portugal tem vindo a ocupar um espaço cada vez maior nas trocas económicas com a Venezuela, aproveitando o esfriar de relações com Espanha desde o célebre 'por que não te calas?' do rei Juan Carlos a Hugo Chávez na XVII Cimeira Ibero--Americana em Novembro de 2007.
Os responsáveis do governo venezuelano receberam do Governo português uma lista de empresas em sectores que a Venezuela considera fundamentais e estão a fazer contactos directos com os empresários portugueses de modo a aferir preços e prazos de entrega.
Os sectores que mais beneficiarão com este acordo serão os dos bens alimentares (a Venezuela está particularmente interessada em comprar leite, peixe congelado, conservas e bacalhau), reparação naval, obras públicas e maquinaria diversa.
Neste momento, estão em negociações diversas empreitadas na Venezuela onde participam empresas portuguesas, como é o caso da construtora Teixeira Duarte, uma das empresas nacionais que está há mais tempo no país de Hugo Chávez. Também em negociação estará a construção de um novo porto em Caracas, perto do aeroporto, que pode ser adjudicado a empresas portuguesas, bem como a concessão na gestão de alguns portos.
Na visita que o primeiro-ministro, José Sócrates, deverá fazer na primeira quinzena de Maio, será acompanhado por representantes das principais empresas portuguesas. Ao nível da construção civil, por exemplo, deverão acompanhar o chefe do Governo responsáveis das cinco maiores construtoras nacionais.
Outro sector que estará representado na viagem será o da energia. Para além do presidente da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira – que trabalhou durante 15 anos na Venezuela (ver caixa) –, deverão fazer parte da comitiva do primeiro-ministro os responsáveis da EDP e da Martifer, de modo a dar resposta a uma solicitação específica do governo venezuelano em relação às energias renováveis.
PORTUGAL ACOLHE CIMEIRA EM 2009
Portugal deverá acolher, em 2009, a reunião anual dos chefes de Estado e de Governo dos 22 países ibero-americanos, tal como ficou estabelecido na sessão plenária da XVII Cimeira Ibero-Americana que se realizou o ano passado em Santiago do Chile. Os temas lançados para o encontro de Lisboa foram o ‘Conhecimento e a Inovação’.
Portugal tem vindo a estreitar relações com vários países sul-americanos, dando particular importância às trocas comerciais com o Brasil e a Venezuela. Ambos os países são considerados 'estratégicos' para que Portugal possa diminuir a sua dependência energética.
Com o 'arrefecimento' das relações entre a Venezuela e Espanha, a diplomacia portuguesa conseguiu 'uma janela de oportunidade' para aprofundar contactos a vários níveis.
A comunidade de portugueses (nacionais) na Venezuela ascende aos 500 mil, a que há que somar vários milhares de luso-descendentes.
CONTA-CORRENTE DA GALP
A posição da Galp no acordo com a Venezuela permite-lhe assumir uma dupla posição de fornecedor e comprador de bens. Para além da aquisição de petróleo, a Galp poderá ser candidata a licenças de prospecção naquele país sul-americano.
A petrolífera portuguesa irá gerir a conta-corrente que servirá para pagar as exportações portuguesas para a Venezuela, através de uma conta que deverá ficar domiciliada em Portugal, na Caixa Geral de Depósitos (CGD).
O presidente da petrolífera portuguesa, Manuel Ferreira de Oliveira, tem relações privilegiadas com os responsáveis venezuelanos do sector dos petróleos, uma vez que, entre 1980 e 1995, exerceu responsabilidades executivas na Lagoven SA, uma participada da Petróleos de Venezuela.
NOTAS
EXPORTAÇÕES
A Venezuela tem uma capacidade de produção de crude na ordem dos 3,081 milhões de barris diários e exporta 2,1 milhões de barris/dia.
CÂMARA DE COMÉRCIO
A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Venezuelana foi fundada no dia 28 de Maio de 1973, impulsionada pelo embaixador português João da Cunha Matos.
FIXAÇÃO DE PREÇOS
Os governantes venezuelanos estabeleceram os preços das mercadorias que estão dispostos a adquirir e aguardam a resposta do lado português.
QUATRO VISITAS
Antes da visita do primeiro-ministro português à Venezuela, foram já realizadas quatro deslocações preparatórias, lideradas pelo secretário de Estado do Comércio.
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