A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde decidiu manter as taxas diretoras no nível em que as colocou no mês passado.
Sem surpresas. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu não mexer nos juros diretores, com a taxa de juro de referência na Zona Euro - aplicável à facilidade permanente de depósito – a manter-se nos 2%. Já as taxas aplicáveis às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez ficaram nos 2,15% e 2,40%, respetivamente.
Esta pausa era já esperada, depois de a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde ter procedido na reunião do mês passado avançar com a oitava descida do ciclo de cortes a iniciado um ano antes – com a redução total a ascender a 200 pontos-base.
A expectativa geral do mercado é que haja mais uma descida, de 25 pontos-base, até ao final do ano, e há até quem aponte para a possibilidade de dois cortes. De qualquer das formas, não se antecipavam mudanças neste mês – e foi o que aconteceu.
“O Conselho do Banco Central Europeu decidiu hoje manter as três taxas de juro diretoras do BCE inalteradas”, refere o comunicado da instituição, sublinhando que a inflação se situa atualmente “no objetivo de médio prazo de 2%” e que “as pressões internas sobre os preços continuaram a abrandar, com o crescimento mais lento dos salários”.
Refletindo, em parte, as anteriores reduções das taxas de juro decididas pelo Conselho do BCE, “a economia provou ser, até à data, globalmente resiliente num enquadramento mundial difícil. Ao mesmo tempo, a conjuntura mantém-se excecionalmente incerta, sobretudo devido a litígios comerciais”, aponta o banco central.
O Conselho frisa que está determinado a assegurar que a inflação estabiliza no seu objetivo de 2% a médio prazo e diz que seguirá uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião para decidir a orientação apropriada da política monetária. “Mais especificamente, as decisões sobre as taxas de juro basear-se-ão na avaliação das perspetivas de inflação e dos riscos em torno das mesmas – à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados –, bem como da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, refere, acrescentando que “não se compromete previamente com uma trajetória de taxas específica”.
A autoridade monetária dos 20 países que usam o euro como moeda tem estado a reduzir os juros desde junho do ano passado – a taxa dos depósitos caiu de um recorde de 4% para os atuais 2% – para sustentar o crescimento, depois de ter subido as taxas em 2022 e 2023 para conter a escalada da inflação, que foi alimentada pela invasão da Ucrânia pela Rússia e pela retoma pós-pandemia.
Na reunião do passado dia 5 de junho, Lagarde afirmou que o banco central está a aproximar-se do fim deste ciclo de política monetária e expectativa dominante do mercado é de que o próximo – e talvez o último deste ano – corte aconteça no encontro de setembro.
No que diz respeito às carteiras do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) e do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP), o Conselho do BCE diz que “estão a diminuir a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema deixou de reinvestir os pagamentos de capital de títulos vincendos”.
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