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Testemunha-chave do caso dos 'safaris humanos' em Sarajevo encontrada morta

Autoridades italianas investigam alegado turismo de atiradores durante a Guerra da Bósnia na década de 1990. Slavko Aleksic era peça central da investigação.

19 de dezembro de 2025 às 20:31

Slavko Aleksic, ex-líder de uma unidade paramilitar sérvia da Bósnia considerado uma testemunha-chave na investigação italiana sobre os chamados 'safaris humanos' durante o cerco de Sarajevo (1992-96), morreu repentinamente nesta quinta-feira, aos 69 anos, na cidade de Trebinje, no sul da Bósnia, poucas semanas depois de o Ministério Público italiano ter aberto uma investigação sobre o caso.

De acordo com a agência espanhola EFE, a morte em circunstâncias por apurar deste comandante, motivou esta sexta-feira pedidos para que a sua cremação fosse travada e fosse feita uma autópsia.

A investigação centra-se em alegações de que, durante a Guerra da Bósnia, estrangeiros com posses viajaram para as colinas que rodeiam Sarajevo, cidade que esteve sitiada entre 1992 e 1996 por milícias sérvias da Bósnia, e pagaram grandes somas de dinheiro para dispararem contra civis.

Após anos de rumores e relatos não confirmados, a história ressurgiu depois de Ezio Gavazzeni, escritor e jornalista italiano, ter apresentado uma queixa à Procuradoria de Milão em novembro passado. Gavazzeni afirmou ter reunido documentos e depoimentos que, segundo ele, comprovam que essas atividades criminosas aconteceram de facto.

O jornalista de investigação croata Domagoj Margetic relatou no final de novembro que tinha passado à Procuradoria de Milão mais informações sobre o suposto envolvimento do presidente sérvio Aleksandar Vucic nessa atividade criminosa. Mas Vucic negou qualquer implicação no caso.

Segundo foi noticiado há cerca de um mês, extremistas italianos fanáticos por armas terão pago a soldados sérvios para atirar contra civis “por diversão” durante o cerco a Sarajevo (1992-96) na Guerra da Bósnia. Uma das principais ruas da cidade, onde morreram mais de 11 mil pessoas, foi apelidada de “Avenida dos Snipers”, e ainda hoje os prédios ostentam os buracos das balas.

Tratavam-se de autênticos 'safaris humanos', em que várias personalidades ricas e influentes chegavam a pagar entre 80 e 100 mil euros para acompanharem as tropas sérvias e assassinar civis.

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