page view

Decisão do Governo sobre novo aeroporto já provocou aumento da procura de habitação no Montijo e Alcochete

Terrenos e as casas já estão a preços muito elevados para a maioria dos cidadãos.

16 de maio de 2024 às 12:43

Nos concelhos do Montijo e de Alcochete, também no distrito de Setúbal, os terrenos e as casas já estão a preços muito elevados para a maioria dos cidadãos, mas os operadores do setor acreditam que vai haver um aumento da procura nos próximos tempos.

"Aquilo que potencia efetivamente a construção e a compra e venda de imóveis nesta região é a sua localização em relação a Setúbal e a Lisboa. O aeroporto tem sido sempre uma questão paralela, até porque não é assim tão bem-vindo para algumas pessoas, que acham que pode ser mais prejudicial do que trazer algo de positivo", afirmou Cláudio Oliveira, da Imobiliária Novo Impacto, que trabalha no setor há mais de 12 anos.

"Claro que para os construtores e para os proprietários de terrenos a expectativa é que a procura ainda aumente mais, mas a realidade é que nos últimos anos a oferta tem sido inferior à procura", referiu, assegurando que o português médio já tem dificuldade em adquirir uma habitação e que o "principal comprador de casas na região já é o mercado internacional".

No concelho de Alcochete, onde um apartamento novo ou uma moradia a estrear podem custar mais umas largas dezenas de milhares de euros, comparando com o Montijo ou Samora Correia, Ana Nascimento, da Imobiliária Century21 Nações, acredita que os imóveis já estão muito caros e que o anúncio do novo aeroporto não terá um impacto muito significativo nos preços.

"Um T2 novo, a estrear, em Alcochete, não o consegue comprar por menos de 450.000 euros. Uma moradia em banda pode andar à volta dos 550.000 euros, moradias isoladas à volta de 1,2 milhões de euros", indicou.

Apesar dos preços elevados, Ana Nascimento contou que na quarta-feira, um dia depois do anúncio do novo aeroporto, "algumas grandes construtoras já procuravam terrenos na região, para verem o que poderão construir".

O vice-presidente da Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP), Francisco Bacelar, não tem dúvidas de que a construção do novo aeroporto e o comboio de alta velocidade "vão aportar muitos interesses, na zona envolvente e nas vias de acesso, que podem ajudar a dinamizar o imobiliário".

"Será um novo centro imobiliário, como foi há 20 e poucos anos a Expo98. À volta do aeroporto haverá um novo centro imobiliário, uma nova cidade que se perspetiva para as próximas décadas", acrescentou, advertindo que "podem surgir entraves que atrasem o prazo previsto pelo Governo para a construção do novo aeroporto".

Segundo o Governo, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro, a futura infraestrutura, que terá a denominação Aeroporto Luís de Camões, deverá estar concluída dentro de 10 anos.

A escolha do Campo de Tiro de Alcochete coincide com a recomendação do relatório final da Comissão Técnica Independente responsável pela avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8