O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações revelou esta terça-feira a intenção do Governo de construir mais duas travessias sobre o Rio Tejo na região da Grande Lisboa. António Mexia anunciou ainda que a ligação entre Lisboa e Porto em comboio de alta velocidade vai ser mais barata e deverá entrar em funcionamento dois anos antes do que estava previsto.
Afinal, vai haver uma quarta travessia sobre o Tejo em Lisboa. Sabia-se que uma terceira travessia - além das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama - estava em estudo, mas o ministro anunciou hoje que o Governo decidiu separar as novas soluções rodoviária e ferroviária.
António Mexia revelou que o Governo vai dar início a discussões com a concessionária Lusoponte para a construção de uma terceira travessia rodoviária sobre o Tejo. Essa ligação - exclusivamente rodoviária, saliente-se - será feita entre Algés e a Trafaria, no prolongamento da CRIL e com ligação ao IC 32, com o objectivo concrecto de descongestionar a Ponte 25 de Abril. O projecto está orçamentado em 550 a 750 milhões de euros. Esta variação de custos prende-se com a opção que vier a ser tomada para concretizar esta travessia: em ponte, ou em túnel.
QUARTA TRAVESSIA
António Mexia revelou que o Governo aceitou as conclusões de um estudo conduzido pelo Conselho Superior das Obras Públicas e Transportes, segundo o qual não há economias de escala capazes de suportar uma nova travessia simulatneamente rodoviária e ferroviária. Nesse sentido, o ministro decidiu separar as ligações e anunciou que vai haver uma quarta travessia sobre o Rio Tejo, presumivelmente entre Chelas e o Barreiro e exclusivamente ferroviária. Sobre este projecto, António Mexia não quis adiantar mais pormenores, adiando mais explicações para daqui a um mês.
As novas explicações irão surgir em vésperas das eleições legislativas antecipadas de 20 de Fevereiro próximo. O PS já acusou o Governo de estar a fazer campanha e de violar a Lei ao tomar este tipo de decisões enquanto Executivo de gestão.
A nova travessia ferroviária sobre o Rio Tejo parece estar intrinsecamente ligada ao projecto do comboio de alta velocidade (TGV) em Portugal. O ministro António Mexia anunciou hoje que a ligação Lisboa-Porto em TGV vai ser mais barata (menos 1,6 mil milhões de euros, ou menos 30% dos cálculos iniciais) e vai entrar em funcionamento dois anos antes do previsto, em 2012.
Segundo as explicações fornecidas pelo ministro, a antecipação de prazos e a redução de custos está relacionada com a opção de aproveitar 45 quilómetros da ferrovia já existente e de estar prevista a construção de apenas uma nova estação de comboios, em Leiria.
O Governo optou por esta solução, assumindo uma alternativa de ligação entre as duas cidades 25 minutos mais lenta que a alternativa mais rápida. Mas, como referiu o ministro António Mexia, as contas indicam que cada minuto nessa ligação custa ao erário público 240 milhões de euros, o preço de construção de um hospital, por exemplo.
A futura ligação Lisboa-Porto em TGV vai custar 3,8 mil milhões de euros, incluindo a construção de 230 quilómetros de ferrovia de alta velocidade e de uma nova estação de comboios (Leiria). A viagem demorará cerca de uma hora e meia, com paragens em Leiria, Coimbra e Aveiro.
ESTAÇÃO NOVA EM LEIRIA VAI PARA BAROSA
Leiria vai ser uma das cidades mais beneficiadas pelo comboio de alta velocidade, cuja área de influência atingirá toda a região Oeste. Os estudos prévios já efectuados referem a Barosa, a cerca de cinco quilómetros da cidade, como a zona mais adequada para a construção da estação, a única a ser erguida de raiz na ligação entre Lisboa e Porto, apurou ontem o Correio da Manhã. A Refer prepara-se para proceder a melhoramentos na rede ferroviária de forma a garantir a ligação plena entre as duas linhas, a convencional e a de alta velocidade. Desta forma, toda a região Oeste fica mais próxima quer do Porto quer de Lisboa, potenciando o seu desenvolvimento. A estação tem sido reclamada quer por Leiria quer por Pombal. Por outro lado, recorde-se, todos os estudos para o TGV entre Lisboa e Porto pressupõem o aeroporto da Ota.
PS CONSIDERA "PROPAGANDA ELEITORAL”
O PS considerou ontem “propaganda” as declarações do ministro António Mexia sobre a ligação por TGV entre Lisboa e Porto e a construção de uma terceira travessia no Tejo, recordando que o Governo está em gestão e “não pode tomar estas decisões”. “O que [o Governo] está a fazer é a preencher o seu tempo de antena para propaganda política, mais nada”, sustentou o dirigente socialista José Junqueiro, adiantando que “o que o Governo esteja agora a discutir ou anunciar não tem reflexo nenhum para o futuro”. “Não pode fazer rigorosamente nada, não pode contratualizar coisíssima nenhuma agora que envolva despesa”, frisou o dirigente do PS. l
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