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IAG aponta entraves a investimento sem controlo maioritário na TAP

Responsável pela área financeira e sustentabilidade do grupo afirmou que a intenção do Estado de alienar até 49,9% do capital da TAP constitui um "problema" para o grupo.

19 de dezembro de 2025 às 16:52

A IAG, dona da British Airways e Iberia, considera problemática a aquisição de uma participação minoritária na TAP, defendendo que apenas uma posição maioritária permitirá transformar a companhia e aumentar as margens operacionais.

Em declarações à Bloomberg TV, o responsável pela área financeira e de sustentabilidade do grupo, Nicholas Cadbury, afirmou que a intenção do Estado de alienar até 49,9% do capital da TAP constitui um "problema" para o grupo.

"Para elevar a margem atual de cerca de 8% para o intervalo de 12% a 15% do grupo, precisaríamos de um caminho muito claro para a propriedade total ou maioritária, o que não está atualmente em cima da mesa", afirmou.

O responsável acrescentou que, sem essa possibilidade, "será um negócio difícil de concretizar", sublinhando a necessidade de trabalhar em articulação com o Governo português para compreender como investir e transformar a companhia.

O Governo anunciou que concluiu a fase de pré-qualificação do processo de privatização da TAP e mandatou a Parpública para enviar, até 02 de janeiro, os convites para apresentação de propostas não vinculativas.

Em conferência de imprensa, esta sexta-feira, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, explicou que a Air France-KLM, a IAG e a Lufthansa cumprem os requisitos definidos e passam à segunda fase do processo, que decorre sob coordenação da Parpública.

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, destacou "a saúde económico-financeira da TAP", considerando positiva a atração de grandes grupos europeus, e manifestou confiança na receção de propostas não vinculativas até ao primeiro trimestre.

Em reação ao anúncio, a A Air France-KLM manifestou esta sexta-feira satisfação por ter sido pré-qualificada para a segunda fase da privatização da TAP, reiterando o forte interesse na companhia aérea portuguesa.

Através da aquisição de uma participação na TAP, o grupo franco-neerlandês assegura que pretende "aumentar ainda mais a sua contribuição para a economia portuguesa e criar valor para a TAP e para o país".

As propostas não vinculativas, que terão de ser submetidas à Parpública até 02 de abril, deverão apresentar uma componente financeira, incluindo o preço oferecido pelas ações, bem como mecanismos adicionais de valorização, como 'earn outs', que preveem pagamentos futuros dependentes do desempenho da empresa.

Os interessados deverão ainda indicar a perspetiva de valorização futura da participação remanescente e eventuais formas alternativas de pagamento, como trocas de ações.

Além disso, deverão igualmente apresentar propostas técnicas não vinculativas, com um plano industrial e estratégico para a TAP, uma visão preliminar sobre sinergias e benefícios para a companhia e garantias de preservação do estatuto de operador aéreo da União Europeia.

O caderno de encargos prevê a alienação de até 44,9% do capital da TAP, com 5% reservado aos trabalhadores, ficando qualquer participação não subscrita sujeita ao direito de preferência do futuro comprador.

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