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Lagarde pede solução rápida para incertezas comerciais

O Banco Central Europeu (BCE) interrompeu uma série de sete descidas consecutivas das taxas de juro diretoras, mantendo a taxa de depósitos em 2,00%,

24 de julho de 2025 às 16:23

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, pediu esta quinta-feira uma solução rápida para as incertezas comerciais, dizendo que tal seria bem recebido "por qualquer agente económico".

"Quanto mais cedo esta incerteza comercial for resolvida [...], com menos incerteza teremos de lidar, e isso seria bem recebido por qualquer agente económico, incluindo nós próprios", disse Lagarde em conferência de imprensa em que anunciou a manutenção das taxas de juro diretoras, em Frankfurt.

O Banco Central Europeu (BCE) interrompeu esta quinta-feira uma série de sete descidas consecutivas das taxas de juro diretoras, mantendo a taxa de depósitos em 2,00%, o nível mais baixo desde o início de 2023.

As declarações da presidente do BCE surgem no dia em que a Comissão Europeia adota uma lista de 93 mil milhões de euros com contramedidas a aplicar pela União Europeia (UE) aos Estados Unidos da América a partir de agosto, caso não haja um acordo sobre as tarifas.

As tensões comerciais entre Bruxelas e Washington intensificaram-se com os anúncios do Presidente Donald Trump de imposição de taxas à UE, que começaram por ser de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e depois se tornaram também em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, fixadas em 30% após um período de negociações.

A incerteza tem fortalecido o euro face ao dólar, que tem negociado nos 1,17 dólares e perto de máximos de quatro anos, o que tem levantado dúvidas sobre como poderia influenciar a política monetária do BCE.

Hoje, a presidente do BCE disse que o banco central europeu não tem nenhum objetivo na taxa de câmbio face ao dólar, mas que acompanha as variações porque é um indicador que importa para as previsões relacionadas com a inflação.

A presidente do BCE reforçou a ideia de que o choque inflacionista já terá passado.

"Como disse da última vez, estamos confiantes de que já ultrapassámos o choque inflacionista dos últimos anos, e agora o nosso trabalho é olhar para o que aí vem", acrescentou, dizendo que "há muitos elementos que se vão desenvolver nos próximos meses" e que terão impacto na evolução da economia.

Questionada sobre os efeitos de o BCE poder falhar os objetivos, Lagarde reforçou que o BCE "não será movido por pequenos desvios" e que objetivos são a médio prazo.

A presidente do BCE admitiu que alguns governadores podem estar muito preocupados com falhas nas previsões, mas que é algo que está previsto nas projeções do organismo.

"Está lá, mas o que é importante é o nosso objetivo a médio prazo, porque é o objetivo que reafirmámos na nossa estratégia, e é definitivamente 2%.

Hoje reunido em Frankfurt, na Alemanha, o Conselho do BCE decidiu manter a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito nos 2,00%, enquanto as taxas de juro das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez continuam em 2,15% e 2,40%, respetivamente.

O Conselho do BCE considerou que a inflação está atualmente dentro deste objetivo e que as informações que tem recebido estão em linha com a anterior avaliação das perspetivas deste indicador.

No entender dos governadores, as pressões sobre os preços internos "continuaram a diminuir, com os salários a crescerem mais lentamente".

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