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Portugal consegue juros mais negativos de sempre a curto prazo

País colocou 1.250 em dívida a 3 e 11 meses a juros negativos.

15 de fevereiro de 2017 às 11:04

Portugal colocou esta quarta-feira 1.250 milhões de euros em Bilhetes de Tesouro (BT) a três e 11 meses a taxas de juros médias negativas e inferiores às dos anteriores leilões comparáveis, foi anunciado.

Segundo a página do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública na Bloomberg, no prazo de 11 meses foram colocados hoje 1.000 milhões de euros à taxa de juro média de -0,096%, inferior à de 0,006% verificada no leilão precedente desta maturidade. A procura de BT a 11 meses atingiu 1.915 milhões de euros, 1,92 vezes o montante colocado.

Em relação aos BT a três meses, o IGCP colocou 250 milhões de euros a uma taxa de juro média negativa de -0,219%, também inferior à de -0,012%, verificada no anterior leilão comparável de 19 de outubro. O total de propostas dos investidores para esta maturidade atingiu 1.020 milhões de euros, mais de quatro vezes o montante colocado.

Em 19 de outubro do ano passado, o IGCP colocou 900 milhões de euros em BT a 11 meses a uma taxa de juro média de -0,006% e 350 milhões de euros em BT a três meses a uma taxa de juro média negativa de -0,012%.

O IGCP tinha anunciado para hoje a realização de dois leilões das linhas de Bilhetes do Tesouro com maturidades em 19 de maio de 2017 e 19 de janeiro de 2018, com um montante indicativo global entre os 1.000 milhões de euros e os 1.250 milhões de euros.

Segundo o diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva, "Portugal acompanha a curva das taxas de dívida de curto prazo que se verifica na Europa, aproveitando para emitir com taxas negativas, o que é sempre positivo para o país".

"No caso da emissão de dívida a três meses, a descida da taxa foi bastante acentuada e levou-nos para mínimos históricos", referiu Filipe Silva, adiantando que "Portugal nunca se financiou a taxa tão baixa como esta".

"De qualquer modo, não foi surpresa, uma vez que o mercado secundário tem estado com as taxas negativas para a dívida de curto prazo", concluiu o responsável do Carregosa.

Para Tiago da Costa Cardoso, gestor da corretora XTB, o IGCP "voltou hoje aos mercados para emitir dívida de curto prazo, conseguindo aquilo que já era esperado, alcançar taxas negativas mais baixas que na última emissão".

Contudo o gestor da XTB sublinha que "apesar de ser positivo este novo 'rollover' [extensão da data de vencimento] de dívida", o valor em causa é "bastante pequeno" e "algo que não traz um impacto muito grande ao bolo global do pagamento de juros de dívida".

"Ainda assim, acaba por obviamente ser positiva esta emissão, pois a expetativa de ter juros negativos mais baixos foi alcançada", disse ainda Tiago da Costa Cardoso.

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