Próxima reunião do banco central norte-americano decorre de 16 a 17 de setembro, com os analistas a anteciparem a possibilidade de um corte nos juros.
O presidente da Reserva Federal (Fed) afirmou esta sexta-feira que os EUA "se aproximam do momento" em que será necessário baixar as taxas de juro para apoiar o emprego, mas advertiu que as novas tarifas aduaneiras podem voltar a pressionar a inflação.
Jerome Powell acrescentou que a Fed se encontra numa "situação delicada", já que as novas tarifas aduaneiras impostas pelo executivo norte-americano começam, em simultâneo, a repercutir-se nos preços pagos pelos consumidores, com o risco de reacender a inflação.
No tradicional discurso de abertura do simpósio anual de Jackson Hole, o presidente da Fed destacou que existem riscos tanto de aumento do desemprego como de uma inflação persistentemente elevada.
Isso coloca a Fed numa posição difícil, porque teria de baixar a taxa de juro para estimular o emprego, mas mantê-la alta, ou até aumentá-la, para combater a inflação.
Neste sentido, o responsável destacou que as taxas de juro da Fed estão atualmente "100 pontos base mais próximas da neutralidade do que há um ano", acrescentando que a estabilidade da taxa de desemprego e outros indicadores do mercado de trabalho permitem avançar com cautela ao considerar alterações na orientação da política.
"No entanto, com a política em território restritivo, o cenário base e o equilíbrio de riscos em mudança podem justificar um ajustamento da nossa posição", acrescentou, numa indicação mais clara do que em comentários anteriores de que estão a considerar uma descida das taxas.
Em qualquer caso, o presidente da Fed sublinhou que a política monetária não segue um rumo pré-estabelecido, acrescentando que os membros do FOMC, o órgão de decisão do banco central norte-americano, tomarão decisões apenas com base na avaliação dos dados e nas suas implicações para a economia e o equilíbrio dos riscos
Ainda assim, as palavras de Powell sugerem que a Fed continuará a agir com prudência nos próximos meses e tomará as suas decisões sobre taxas com base na evolução da inflação e do desemprego, incluindo na próxima reunião do banco central norte-americano, em 16 e 17 de setembro.
Estas declarações que poderão frustrar os mercados financeiros, que aguardavam sinais mais claros sobre os próximos passos da Fed, e o Presidente Donald Trump, que tem criticado Powell por não baixar as taxas mais cedo.
O presidente da Fed falou no simpósio económico anual da Fed em Jackson Hole, Wyoming, uma conferência que reúne cerca de 100 académicos, economistas e responsáveis de bancos centrais de todo o mundo.
Powell discursou numa altura em que os mercados, de acordo com os preços dos futuros, em grande parte esperam uma descida das taxas em setembro, embora essa probabilidade tenha diminuído esta semana.
Donald Trump tem repetidamente pedido cortes de taxas, argumentando que "não há inflação" e dizendo que uma descida reduziria os pagamentos de juros do governo sobre a sua dívida de 37 biliões de dólares (cerca de 31,8 biliões de euros).
Trump e os seus aliados intensificaram os ataques à Fed, incluindo esta semana ao pedirem a demissão de uma governadora, Lisa Cook, depois de um responsável ligado a Trump ter alegado que a governadora poderá ter cometido fraude hipotecária.
A inflação nos EUA tem vindo a subir nos últimos meses, embora esteja abaixo do pico de 9,1% registado há três anos.
As tarifas não aumentaram a inflação tanto quanto alguns economistas receavam, mas estão a começar a fazer subir os preços de bens fortemente importados, como mobiliário, brinquedos e calçado.
Os preços no consumidor aumentaram 2,7% em julho face ao ano anterior, acima da meta de 2% da Fed. Excluindo as categorias voláteis de alimentos e energia, os preços subiram 3,1%.
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