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Quem é Carlos Tavares, o gestor milionário português que sente um “apelo patriótico” para comprar a TAP

Gestor português apaixonado por carros tornou-se o CEO mais bem pago da indústria automóvel.

20 de dezembro de 2024 às 19:32

Carlos Tavares, de 66 anos, tinha anunciado em outubro que ia sair da presidência executiva do grupo Stellantis e reformar-se em 2026. O construtor automóvel avançou com uma série de mudanças nos quadros superiores e já estava em andamento o processo formal para identificar um sucessor para o gestor português.

Mas, na sequência dos fracos resultados da Stellantis nos Estados Unidos da América, Carlos Tavares demitiu-se do grupo que integra 14 marcas, como Peugeot, Citroën, Fiat, Dodge e Opel. “Uma empresa com 250 mil empregados e 15 marcas não se pode gerir com uma falta de alinhamento", disse ao Expresso sobre a sua saída.

Dias depois, o empresário luso-francês Paulo Pereira, dono do grupo Agribéria, afirmou ter convencido o gestor “a assumir o desafio de gerir a TAP”. Carlos Tavares admitiu entrar na corrida à privatização da companhia aérea, motivado por um “apelo patriótico” que “não se explica”, excluindo, no entanto, a hipótese de “fazer parte do executivo da empresa”.

Percurso

O português nasceu em Lisboa a 14 de agosto de 1958, filho de uma professora de francês e de um contabilista que trabalhava numa seguradora francesa, o que lhe deu as ferramentas para estudar no Liceu Charles-Lepierre e, com apenas 17 anos, mudar-se para Toulouse para frequentar o Liceu Pierre-de-Fermant.

Em 1981, licenciou-se em engenharia na École Centrale Paris. Nesse ano, entrou no grupo Renault, tendo comandado o programa Mégane 2. A gama Mégane viria a representar 50% dos lucros do fabricante.

Entre 2004 e 2011, trabalhou para a Nissan, primeiro como diretor de programas e depois como vice-presidente de estratégia e planeamento de produto, e em 2005 juntou-se ao conselho de administração.

Regressou à Renault para se tornar diretor de operações. Em 2014, foi contratado para CEO e presidente do conselho de administração do grupo PSA, que se fundiu com a Fiat, tendo dado origem à Stellantis, em 2021.

Apaixonado por carros, competiu em mais de 500 provas como piloto amador e disse que se tornou engenheiro porque não tinha talento nem dinheiro para ser piloto profissional.

Remuneração controversa

A remuneração fixa do português na Stellantis cifrava-se em cerca de dois milhões de euros, aumentando consoante o cumprimento de metas de longo prazo.

Em 2023, o gestor recebeu 36,5 milhões de euros - batendo com distância o vencimento dos presidentes-executivos das rivais General Motors (25,3 milhões) e Ford (24,2 milhões) -, o que representou um aumento de 56% em relação ao que ganhou em 2022.

Um ano antes, o Presidente francês, Émmanuel Mácron, considerara "chocante e excessivo" o valor "astronómico" do salário de Carlos Tavares.

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