Conta da farmácia não deverá crescer. Medicamentos que custem até 30 euros não vão subir de preço no novo ano.
O ano de 2026 deverá ser marcado por um recuo da taxa de inflação para 2,1% e por um novo alívio no IRS, mas as famílias vão deparar-se com uma subida generalizada dos preços de alguns bens e serviços.
Rendas, telecomunicações, bilhetes de transportes e portagens são alguns dos serviços que vão acompanhar ou mesmo ultrapassar a inflação esperada para o próximo ano, mas há bens de consumo, como a carne e o peixe, cujos preços não vão dar tréguas, devendo aumentar acima desse valor.
Não é, contudo, o caso do pão, para o qual se espera uma ligeira subida, mas abaixo da inflação prevista.
A fatura da eletricidade ficará mais cara 1% no mercado regulado, mas mais barata entre 1% e 0,5% no mercado liberalizado, se o comercializador for a EDP Comercial ou a Galp.
A conta da farmácia também não deverá crescer. Antibióticos, analgésicos, antidiabéticos e outros medicamentos, que custem até 30 euros, não vão subir de preço em 2026.
Estes são os principais aumentos de preços previstos para o próximo ano:
Eletricidade
A fatura da eletricidade para os mais de 800 mil clientes do mercado regulado vai aumentar, em média, 1% a partir de 01 de janeiro. Segundo a ERSE, o regulador do setor energético, a subida traduz-se num acréscimo entre 0,18 e 0,28 euros na conta mensal da luz, já com taxas e impostos.
Assim, a partir do próximo mês, considerando uma potência de 3,45 kVA e um consumo de 1.900 kilowatts-hora (kWh) por ano para um casal sem filhos, o total a pagar será, em média, de 36,82 euros. Já para um casal com dois filhos, com uma potência de 6,9 kVA e um consumo de 5.000 kWh/ano, a fatura média será de 95,03 euros.
No próximo ano, os consumidores com tarifa social vão ter um desconto de 33,8% sobre a tarifa normal, o que se traduz numa poupança média de 13,50 euros para um casal sem filhos, e de 32,95 euros para um casal com dois filhos.
No mercado liberalizado, tendo em conta que a ERSE anunciou para 2026 um aumento médio de 3,5% das tarifas de acesso às redes de eletricidade, que afetam o valor final a pagar pelos consumidores, a EDP Comercial, que lidera neste segmento, anunciou uma descida real de 1%, e a Galp de 0,5% na fatura das famílias.
Água
Cabe a cada município decidir os novos tarifários a aplicar em 2026, mas a tendência deverá ser de agravamento, já que nas tarifas em alta, ou seja, no serviço de captação e tratamento de água que antecede a distribuição, o regulador recomendou uma atualização de 1,8%.
Gás natural
O aumento de 1,5% que entrou em vigor a 01 de outubro traduziu-se por uma subida entre 0,36 e os 0,21 euros, em média, na fatura mensal das famílias que permanecem no mercado regulado. A nova tarifa mantém-se em vigor até 30 de setembro.
Transportes
Os preços dos bilhetes nos comboios da CP vão aumentar, em média, 2,26% em 2026, com um bilhete simples de ida no Alfa Pendular entre Lisboa e o Porto, por exemplo, a custar 49,90 euros na classe Conforto e 35,70 euros na Turística.
O custo do Passe Ferroviário Verde e dos passes Navegante e Andante não vai sofrer alterações em 2026.
O Passe Ferroviário Verde (válido na CP) continuará a custar 20 euros mensais, o Navegante Metropolitano (válido em toda a Área Metropolitana de Lisboa) 40 euros mensais, o Navegante Metropolitano (válido num concelho) 30 euros e o Navegante +65, para idosos, manter-se-á nos 20 euros.
No que diz respeito ao Andante, dos transportes públicos da Área Metropolitana do Porto (AMP), o custo da generalidade dos passes mensais é de 40 euros (passe metropolitano) ou 30 euros (municipal ou três zonas).
Já os preços dos bilhetes ocasionais do Andante são atualizados entre 05 e 10 cêntimos de euro, à exceção do título Z2, que se mantém em 1,40 euros. O Z3 sobe de 1,80 para 1,85 euros, o Z4 de 2,25 para 2,30 euros, o Z5 de 2,75 para 2,80 euros, o Z6 de 3,20 para 3,25 euros, o Z7 de 3,65 para 3,75 euros, o Z8 de 4,10 para 4,20 euros e o Z9 dos 4,55 para 4,65 euros.
A Carris também aumenta, a 01 de janeiro, as tarifas na cidade de Lisboa. O bilhete de bordo nos autocarros sobe de 2,20 para 2,30 euros, e a tarifa de bordo dos elétricos de 3,20 para 3,30 euros.
Uma viagem pré-comprada de uma hora, em toda a rede da Carris/Metro, custará mais 05 cêntimos de euro, passando de 1,85 para 1,90 euros, enquanto o bilhete de 24 horas Carris/Metro aumenta para 7,25 euros (custa atualmente 7,00), Carris/Metro/Transtejo para 10,35 euros (é de 10,00), e Carris/Metro/CP para 11,40 euros (é de 11,00).
Uma viagem pré-comprada de uma hora, em toda a rede da Carris, com o cartão 'Zapping', que pode ser carregado com montantes entre três e 40 euros, sobe de 1,66 para 1,72 euros.
Telecomunicações
A NOS vai aumentar os preços em alguns serviços em 2026, em linha com a taxa de inflação esperada.
Também a Meo anunciou que subirá os preços no próximo ano, com exceção dos "serviços da marca digital Uzo e da marca para o segmento jovem Moche".
A 09 de janeiro, será a vez de o preço dos serviços da Vodafone Portugal ser atualizado, "até ao valor máximo da taxa de inflação prevista para 2025".
"A atualização de preços não se aplica a novos contratos ou renovações, feitos a partir de 11 de novembro, do segmento particulares. Não se aplica, também para estes clientes, a pré-pagos e aos tarifários mais recentes, nomeadamente, RED All In, Yorn Chill e Net+ e oferta Black Friday", segundo a Vodafone.
Para novas adesões, refidelizações e 'upgrades' de serviços empresariais, "a atualização de preços não será aplicada durante os primeiros seis meses, ou seja, até 08 de julho de 2026".
Correios
Os preços a aplicar pelos CTT em 2026 vão subir em média 6,20%, com o serviço de correio normal nacional (até 20 gramas de peso) a custar mais 04 cêntimos. Os novos preços a praticar nos serviços postais que integram o serviço universal entram em vigor a 02 de fevereiro.
Rendas
O valor das rendas de casa irá aumentar 2,24% em 2026, de acordo com o aviso do coeficiente de atualização de rendas do INE.
Na prática, o aumento equivale a uma subida de 2,24 euros por cada 100 euros de renda, o que significa que uma renda de 1.000 euros deverá aumentar 22,40 euros no próximo ano.
IMI
O valor médio da construção por metro quadrado, que é tido em conta na fórmula de cálculo do IMI, vai subir 38 euros em 2026, passando dos atuais 532 para 570 euros, segundo uma portaria publicada em Diário da República.
Apesar de contribuir para a formação do Valor Patrimonial Tributário (VPT) dos imóveis, sobre o qual vai incidir a taxa de IMI a pagar pelos proprietários, o novo valor apenas será refletido nas construções novas, nos imóveis objeto de alteração ou de reconstrução ou na sequência de uma nova avaliação.
É a primeira vez que o valor médio de construção aumenta desde 2023.
Portagens
As portagens das autoestradas serão atualizadas em 2,29% em 2026, tendo por base o valor da inflação homóloga sem habitação de outubro, acrescido de 0,1% de compensação às concessionárias.
Este acréscimo resulta do acordo celebrado em 2022 pelo Governo para compensar as concessionárias pelo travão imposto a uma subida de cerca de 10% em 2023.
A partir de abril, deverão ficar isentas de portagens a totalidade da A25 Costa da Prata e Beiras Litoral e Alta, e dois troços da A6 e A2 no Alentejo (entre o nó A2/A6/A13 e Caia, e entre o nó A2/A6/A13 e Almodôvar).
No caso da A6 e A2, a isenção só abrange as pessoas com residência e as empresas com sede em determinadas "áreas de influência" das duas autoestradas.
Ao abrigo de uma proposta do PS, aprovada durante a votação na especialidade do OE2026, também ficarão isentos de pagamento os veículos pesados na Circular Regional Exterior do Porto (A41) e em parte da A19 e A8, na região de Leiria.
Carne e peixe
A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) estima aumentos de cerca de 7% para a carne e para o peixe em 2026, segundo o presidente, Gonçalo Lobo Xavier, avançou em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios.
Para o dirigente da associação que representa as principais cadeias de hiper e supermercados, como os grupos Continente, Pingo Doce, Lidl e Auchan, "é inevitável" a continuação da subida do preço da generalidade dos alimentos no próximo ano.
Pão
O pão e os produtos de pastelaria deverão sofrer um "ligeiro aumento" de preço no próximo ano, impactados pelos custos laborais, resultantes da subida do Salário Mínimo Nacional (SMN) e pela subida dos gastos com ovos, frutos secos e cartão. A isto poderá acrescer o efeito da possível retirada do apoio do Estado aos combustíveis.
Medicamentos
Antibióticos, analgésicos, antidiabéticos e outros medicamentos que custam até 30 euros não vão aumentar de preço em 2026.
A portaria que revê anualmente o custo dos medicamentos, publicada a 14 de novembro, alarga o número de fármacos vendidos nas farmácias que vão manter o preço no próximo ano.
Comissões bancárias
Termina no final deste ano a isenção da comissão de amortização antecipada de crédito à habitação a taxa variável, destinada a ajudar as famílias mais afetadas pela subida das taxas de juro desde 2022.
O valor da comissão que agora regressa é de 0,5% sobre o valor amortizado antecipadamente, no caso dos empréstimos com taxa de juro variável. Naqueles em que a taxa de juro é fixa, a penalização, que nunca foi suspensa, mantém-se em 2%.
Crédito bonificado
A taxa de juro do crédito bonificado para compra de casa por pessoas portadoras de deficiência vai aumentar 0,06 pontos, de 2,563% para 2,623%, no primeiro semestre de 2026, refletindo a trajetória da taxa Euribor a seis meses, por decisão da Direção Geral do Tesouro e Finanças.
Na prática, a taxa de referência para o cálculo das bonificações (TRCB) funciona como um "desconto" aplicado sobre a taxa de juro de mercado associada aos empréstimos bancários.
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