Crescimento corresponde a 178% face ao ano passado.
O Novo Banco anunciou esta segunda-feira ter alcançado nos primeiros nove meses do ano um resultado líquido de 428,3 milhões de euros, um crescimento de 178% face ao mesmo período do ano passado.
De acordo com um comunicado divulgado pela Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), o banco disse que o aumento de mais de 274,3 milhões de euros nos primeiros nove meses, em comparação com o período homólogo, mostram o "crescimento sustentado do negócio demonstrativo da capacidade de geração de receita e capital, apesar do atual contexto macroeconómico, pressões inflacionistas e subida das taxas de juros".
No terceiro trimestre do ano, o resultado foi de 161,6 milhões de euros, uma variação de mais 30,3% face ao trimestre anterior.
Quanto a este trimestre, o Novo Banco justifica a "evolução positiva pela melhoria do produto bancário (+7,1%), controlo dos custos operativos (+0,4%) e menor nível de imparidades e provisões".
"O produto bancário comercial ascendeu a 209,2 milhões de euros, resultado da evolução positiva das taxas de juro com reflexo no desempenho da margem financeira (+2,5%; +3,4 milhões de euros), que mitigou parcialmente o menor desempenho dos serviços a clientes (-5,7%; -4,3 milhões de euros)", detalha.
Os outros resultados de exploração foram positivos em 88 milhões de euros, "justificados maioritariamente pela mais-valia obtida com a venda do edifício da sede (71,5 milhões de euros; 67,0 milhões de euros líquido de contingências)", e o montante afeto a imparidades e provisões totalizou 2,7 milhões de euros, "reflexo, maioritariamente, da reversão de imparidades e provisões específicas e da normalização do balanço do banco".
Ainda sobre os primeiros nove meses, o banco refere que as comissões de serviço a clientes ascenderam a 215,7 milhões de euros, mais 3,8% comparando com o mesmo período do ano passado.
Já o produto bancário comercial totalizou 621,6 milhões de euros, menos 2,6% face ao período homólogo de 2021.
Citado no comunicado à CMVM, o CEO do Novo Banco, Mark Bourke, refere que o "crescimento da atividade nos primeiros nove meses de 2022, reflexo da estratégia de crescimento sustentado do negócio bancário em Portugal, com geração crescente de receita e capital, conduziu à criação de valor para todos os stakeholders".
Até setembro, a margem financeira totalizou 405,9 milhões de euros (-5,6% em termos homólogos), "refletindo a melhoria da taxa média dos ativos, o custo suportado com as emissões de dívida sénior no quarto trimestre de 2021 e o registo conservador dos juros para o TLTRO III no terceiro trimestre de 2022".
Segundo o banco, "considerando as alterações das condições do referido financiamento anunciadas a 27 de outubro de 2022, a margem financeira 'pro-forma' do trimestre teria sido superior em 7,5 milhões de euros".
"O desempenho da atividade está em linha com as expectativas para setembro de 2022, apesar do atual contexto macroeconómico caracterizado por pressão inflacionista e consequente volatilidade das taxas de juro, agravado pelo conflito na Ucrânia", sustenta o Novo Banco.
No período, a margem financeira foi de 1,29% (1,35% em setembro de 2021) e o crédito a clientes (líquido) ascendeu a 24.600 milhões de euros (+3,9% face a dezembro de 2021), "confirmando a trajetória de crescimento da carteira de crédito no segmento de empresas e de particulares, num ambiente de taxas de juro favorável".
O Novo Banco refere que o crédito a clientes "aumentou em todos os segmentos": O crédito a clientes (bruto) totalizou 25.823 milhões de euros (+3,7% vs 2021), dos quais 56% concedido a empresas (mais um ponto percentual face a dezembro de 2021), 39% de crédito habitação (menos um ponto percentual) e 5% de crédito ao consumo e outros.
Os recursos totais de clientes cresceram 3,0% face a dezembro de 2021 e o aumento dos depósitos de clientes foi de 4,6% (+1.300 milhões de euros).
Nos primeiros nove meses do ano, o rácio de créditos não produtivos (NPL) do Novo Banco era de 5,0% (abaixo dos 5,7% de dezembro de 2021) e o rácio de cobertura aumentou de 71,4% para 77,2%, "em linha com a estratégia de 'de-risking' e aproximando-se do rácio médio dos 'peers' [pares] europeus".
O 'cost to income' (rácio de eficiência) situou-se em 51% (48% no período homólogo), equivalente a 49% numa base recorrente, tendo os custos operativos somado 314,2 milhões de euros, (+2,8% em termos homólogos), "com a redução dos custos com pessoal compensada pelo aumento não recorrente dos gastos gerais e administrativos e amortizações que suportam o investimento na melhoria dos processos operativos e de negócio".
O grupo Novo Banco registou até 30 de setembro de 2022 um reforço de imparidades e provisões no montante de 22,5 milhões de euros, (-85,9% do que no período homólogo) e o custo do risco foi de 20 pontos base (61 pontos base em setembro de 2021), "beneficiando da estratégia de redução de risco das carteiras".
Como "reflexo da evolução positiva dos resultados", o Novo Banco tinha a 30 de setembro de 2022 um rácio CET 1 de 12,7% (+90 pontos base face aos 11,8% de junho de 2022) e um rácio de solvabilidade total de 14,9% (+100 pontos base face aos 13,9% de junho).
No que respeita ao valor relativo ao exercício de 2020 solicitado pelo Novo Banco ao Fundo de Resolução, o banco diz subsistirem "duas diferenças que resultam de divergências" entre as duas instituições: Uma relativamente à provisão para operações descontinuadas em Espanha e outra relativa à valorização de unidades de participação, que estão sujeitos a uma decisão arbitral.
"O Novo Banco considera estes valores (165 milhões de euros) como devidos ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, estando a despoletar os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos", refere.
Adicionalmente, "o Novo Banco e o Fundo de Resolução possuem ainda em divergência sujeita a arbitragem a aplicação pelo Novo Banco, no final de 2020, da opção dinâmica do regime transitório da IFRS 9".
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