Ex-líder do BES apresenta recurso.
Ricardo Salgado quer travar o acesso dos lesados do papel comercial vendido pelo BES ao inquérito de investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) ao universo do Grupo Espírito Santo (GES). Salgado, José Maria Ricciardi e Amílcar Morais Pires são três dos 18 acusados pelo Banco de Portugal (BdP) de várias infrações no processo de contraordenação do BES Angola (BESA).
Ao que o CM apurou, o ex-líder do BES dirigiu um recurso ao Tribunal da Relação de Lisboa, solicitando a revogação do despacho que autorizou a constituição de vários lesados do BES como assistentes no inquérito ao GES. Sendo assistentes, os lesados do BES têm acesso a informações relevantes para poderem recuperar o dinheiro que aplicaram na compra de papel comercial de empresas do GES.
O próprio DCIAP integrou cerca de 400 queixas de lesados do BES no inquérito relativo ao arresto de imóveis e outros bens a membros da família e a empresas do GES. Ontem, a Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) revelou que a União Europeia, na sequência de uma queixa enviada a Jean-Claude Juncker, está a acompanhar o problema dos lesados do BES.
Nuno Silva Vieira, advogado da AIEPC, disse que a queixa está em análise na Direção-Geral para a Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e Mercados de Capitais.
O BdP acusou Salgado, Morais Pires e Rui Silveira da prática dos atos mais graves: a falta de comunicação imediata ao BdP dos problemas de crédito no BESA. Os 18 acusados incorrem em coimas de vários montantes, sendo o mais elevado de dois milhões de euros.
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