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José Sócrates é accionista do Benfica

O primeiro-ministro é benfiquista. E quando o clube da Luz, em Maio de 2001, decidiu realizar a Oferta Pública de Subscrição de 14,8 milhões de acções ao preço de cinco euros cada, José Sócrates respondeu ao apelo benfiquista e subscreveu 500 acções, desembolsando 2500 euros.

08 de maio de 2005 às 13:00

Esta é ainda a única participação social que consta na sua declaração de rendimentos, entregue no Tribunal Constitucional no passado dia 12 de Abril, cerca de um mês depois da sua tomada de posse como líder do XVII Governo constitucional.

O primeiro-ministro não tem outro tipo de participações sociais, nem investimentos. Não subscreveu, em seu nome, acções de bancos, nem de qualquer outra empresa cotada.

Infelizmente, o investimento que fez na SAD benfiquista também não lhe terá sido muito proveitoso. Ao valor nominal de cinco euros a que se realizou a Oferta Pública de Subscrição, veio o Fisco avaliar as mesmas acções a 3,3 euros no polémico processo da garantia aceite pela ex-ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite. Num ano, as acções de Sócrates conheceram uma desvalorização de 34 por cento.

Em termos de rendimentos, o chefe do Governo vive, exclusivamente, do seu trabalho. Não se conhecem investimentos no mercado de capitais, nem qualquer outro tipo de aplicação financeira geradora de rendimento ou poupança.

Do trabalho dependente como deputado declarou um rendimento, em 2004, de 49 837,63 euros, a que se somam mais seis mil euros do trabalho independente. Tudo considerado, o actual primeiro-ministro auferiu o ano passado a quantia de 55 837,63 euros, o que, dividido por 14 meses, dá um ordenado de 3988,40 euros por mês (797 contos).

OUTROS RENDIMENTOS

Rendimentos “modestos”, se comparados com alguns dos seus membros de Governo que exerciam outras actividades mais bem remuneradas.

É o caso no ministro da Agricultor, Jaime Silva, que, como funcionário da Comissão Europeia, auferiu em 2004, rendimentos do trabalho dependente no valor de 82648,24 euros, mais 26 mil euros do que o actual primeiro-ministro.

Tal como José Sócrates, o ministro da Agricultura parece ser pouco propenso para investimentos de risco. Não declarou quaisquer rendimentos de capital, nem investimentos financeiros. E tal como o primeiro-ministro, o seu maior activo é imobiliário: uma vivenda em Bruxelas, na Avenida Eglantines (onde reside). De acordo com a declaração de Jaime Silva, a casa foi comprada em Janeiro de 1997 por cerca de 391 mil euros, pagos com uma entrada de 10 por cento e dois cheques passados posteriormente.

Mais modesta que Jaime Silva e José Sócrates é a ministra da Educação. A professora universitária Maria de Ludes Rodrigues auferiu, em 2003 (última declaração entregue no Tribunal Constitucional), 47647,32 euros referentes a trabalho dependente, a que se somam 332 euros da sua actividade independente.

Com um débito no Banco Portugês de Investimento (BPI) no valor de 13795,18 euros e um vencimento a cinco anos, a ministra é uma pessoa previdente. Ainda distante da idade da reforma, Maria de Lurdes Rodrigues tem um Plano Poupança Reforma (PPR) no valor de 17848 euros no BPI.

A casa que José Sócrates comprou no edifício Heron Castilho na rua Braancamp em Lisboa, é o seu principal activo.

A fracção autónoma composta pelas letras AE, corresponde ao número 3A do terceiro andar do número 40 da rua Brancaamp, a que se deve juntar uma outra fracção autónoma no mesmo prédio que serve de arrecadação, deverá valer perto de 700 mil euros (a preços de mercado).

Para comprar a casa, Sócrates pediu um empréstimo de 15 mil contos (75 mil euros) em 1998 à Caixa Geral de Depósitos (CGD), que deverá acabar de pagar dentro de cinco anos.

UM CLÁSSICO COM MAIS DE 40 ANOS

O primeiro-ministro tem gostos clássicos no que se refere aos automóveis.

A sua declaração de rendimentos entregue no Tribunal Constitucional dá conta de um Mercedes 230 SL. Um modelo lançado pela marca alemã na Feira de Genebra em 1963, tendo sido fabricados 19 381 unidades.

Para segurar esta relíquia, José Sócrates recorreu à Companhia de Seguros Fidelidade-Mundial, do Grupo Caixa Geral de Depósitos. Dois modelos semelhantes, encontram-se à venda em leilão na internet, por valores entre os 26 e os 35 mil euros.

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