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Prémio Nobel da Paz atribuído a María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela

Prémio foi anunciado esta sexta-feira, em Oslo, Noruega.

10 de outubro de 2025 às 10:01

O Prémio Nobel da Paz foi atribuído a María Corina Machado "pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia", anunciou o Comité Norueguês do Nobel, esta sexta-feira, em Oslo, Noruega.

María Corina Machado é líder da oposição na Venezuela e luta por eleições livre no país. O Comité Norueguês afirmou que a vencedora "mantém acesa a chama da democracia em meio a uma escuridão crescente".

Em 2010, María Corina Machado foi eleita para a Assembleia Nacional, obtendo um número recorde de votos, mas o regime expulsou-a do cargo em 2014.

A líder da oposição venezuelana ajudou a fundar, em 2017, a aliança Soy Venezuela, com o objetivo de unir as forças pró-democracia no país, independentemente das divisões políticas.

Em 2023, anunciou a sua candidatura à presidência para as eleições de 2024. Quando foi impedida de concorrer, apoiou o candidato alternativo da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia. No entanto, a oposição mobilizou-se amplamente e reuniu documentação sistemática que comprovava que a agora vencedora do Nobel da Paz era a verdadeira vencedora das eleições.

Entre os favoritos para vencer o galardão estavam várias organizações e órgãos: o Comité para a Proteção dos Jornalistas, as Salas de Resposta de Emergência do Sudão, o Escritório para Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE (ODIHR) e o Centro Carter, a Liga Internacional das Mulheres pela Paz e Liberdade, e ainda, o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) e o Tribunal Penal Internacional (TPI).

Segundo o G1, entre os possíveis vencedores estava também Yulia Navalnaya, a viúva do opositor russo Alexei Navalny, que assumiu protagonismo na luta contra o regime de Vladimir Putin. Após a morte do marido, passou a denunciar perseguições políticas e a pedir sanções contra o Kremlin.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, já admitiu acreditar que merecia receber o prémio. Trump disse que "seria um grande insulto" para os Estados Unidos se não recebesse o Nobel da Paz."Eles vão dá-lo a um tipo que não fez nada", disse Trump, que afirma ter posto fim a vários conflitos no mundo enquanto Presidente dos Estados Unidos.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, insistiu, na quinta-feira, que Donald Trump merecia ser galardoado. "Deem o prémio Nobel da Paz a Donald Trump, ele merece!", afirmou Netanyahu na conta oficial do gabinete do primeiro-ministro israelita na rede social X.

O anúncio do prémio acontece dois dias depois de o presidente norte-americano anunciar um acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel, através de um plano que o mesmo apresentou. No entanto, o feito será demasiado recente para contar para a tomada de decisão do comité, que terá escolhido o vencedor no início da semana. 

No ano passado, o Prémio Nobel da Paz foi atribuído à Organização japonesa Nihon Hidankyo, "pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas".

A organização é um movimento popular de sobreviventes da bomba atómica de Hiroshima e Nagasaki, também conhecidos como Hibakusha.

Os prémios Nobel, criados em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite), foram atribuídos pela primeira vez em 1901.

A cerimónia de entrega dos prémios será no dia 10 de dezembro, quando se assinala o aniversário da morte de Alfred Nobel, que morreu em 1896.

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