Suspensão de obras do metrobus no Porto "pode servir" alguns candidatos, refere CDU

Ex-deputada comunista defende que o avanço da segunda fase do metrobus "nunca deveria ter acontecido" e que se trata de uma obra "que foi imposta à cidade".

03 de outubro de 2025 às 19:55
Metrobus do Porto Foto: JOSÉ COELHO
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A cabeça de lista da CDU (PCP/PEV) à Câmara do Porto, Diana Ferreira, disse esta sexta-feira que a suspensão temporária das obras do metrobus "pode levantar questões", sugerindo que "pode servir" candidatos em época de eleições.

"Uma tomada de posição desta natureza na altura de eleições autárquicas... acho que também nos pode levantar aqui questões, no fundo, de a quem é que isto pode servir, do ponto de vista daquelas que são as candidaturas que se apresentam à cidade do Porto", disse à Lusa Diana Ferreira.

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A cabeça de lista da coligação PCP/PEV relembrou que tem adversários "que estiveram no governo quando foram tomadas estas medidas e que estiveram absolutamente silenciosos sobre a situação do metrobus".

A ex-deputada comunista defende que o avanço da segunda fase do metrobus "nunca deveria ter acontecido" e que se trata de uma obra "que foi imposta à cidade".

A presidência da empresa de transportes pertence, desde quarta-feira, a Emídio Gomes, que substituiu Tiago Braga, que passou da administração da Metro do Porto (onde estava desde 2016) para a presidência em 2019, então nomeado pelo Governo do PS e cujo mandato foi renovado em 2022.

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"[A suspensão das obras] era uma decisão que era inevitável, face até a várias posições públicas que foram sendo tomadas sobre o início de uma segunda fase de uma obra cuja primeira fase nem sequer está concluída, porque só se pode considerar concluída a primeira fase do metrobus quando os veículos estiverem efetivamente a funcionar. Por isso, no fundo, é um emendo de mão", classificou Diana Ferreira.

A candidata exigiu que o Governo seja "chamado a assumir as suas responsabilidades em toda esta matéria", enquanto acionista da Metro, e que haja mais diálogo com a autarquia.

"É absolutamente incompreensível que não se envolvam os órgãos autárquicos de uma forma aprofundada e detalhada para discutir o que aí vem e para, efetivamente, se tomarem decisões que signifiquem melhoria de mobilidade para os cidadãos do Porto. Porque é esse o objetivo que nós defendemos quando são feitos investimentos", atirou.

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A Metro do Porto anunciou esta sexta-feira que decidiu fazer uma "paragem técnica temporária" da obra da segunda fase do metrobus, que arrancou em 22 de setembro.

As obras da segunda fase do metrobus arrancaram no corredor Bus dedicado da Avenida da Boavista, no troço compreendido entre a Rua Jorge Reinel (junto ao Colégio do Rosário) e a Avenida do Dr. Antunes Guimarães, e têm sido alvo de contestação, quer por parte de candidatos à presidência da Câmara do Porto, como por populares.

Está previsto que o metrobus ligue a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17), e os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional, construídos por 29,5 milhões de euros, incluindo a infraestrutura de alimentação.

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Os veículos já chegaram e a obra da primeira fase está concluída, mas o serviço ainda não está em funcionamento, sendo o canal da Avenida da Boavista atualmente utilizado por utilizadores de modos suaves de mobilidade, como bicicletas e trotinetes.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

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As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

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