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Alegada intimidação e queixa-crime marcam campanha de candidatos do Chega em Vila Verde

Queixa ocorre após candidato do Chega ter sido alegadamente cercado e bloqueado por quatro automóveis da candidatura de Filipe Melo.

09 de outubro de 2025 às 15:49

O candidato pelo Chega à Junta de Freguesia de Cabanelas, em Vila Verde, apresentou esta quinta-feira uma queixa-crime na GNR por perseguição e intimidação contra Filipe Melo, candidato do Chega à presidência deste município do distrito de Braga.

Em declarações à agência Lusa, André Gomes conta que a queixa surge na sequência de um episódio ocorrido na noite de quarta-feira, junto à igreja de Cabanelas, após gravar e publicar um vídeo nas redes sociais do Chega de Cabanelas a manifestar o seu apoio a Fernando Feitor, candidato independente à Câmara de Vila Verde apoiado pelo CDS-PP, que formalizou a mesma queixa-crime junto da GNR.

O candidato pelo Chega à freguesia de Cabanelas nas autárquicas de domingo diz que, minutos após gravar o vídeo com Fernando Feitor e de o publicar, chegaram ao local quatro automóveis da candidatura de Filipe Melo, incluindo o próprio, que, alegadamente, "cercaram e bloquearam" a única saída da estrada, ligando "os máximos" na direção de ambos, que se mantinham a conversar junto à igreja.

Confrontado pela Lusa com estes alegados factos e a queixa, o cabeça de lista à Câmara de Vila verde, Filipe Melo, refutou todas as acusações, considerando-as uma "encenação" e um episódio "lamentável e ridículo", anunciando a retirada do apoio político do Chega ao seu candidato à Junta de Freguesia de Cabanelas, onde reside uma comunidade cigana.

"Eu não quero o apoio - e foi isso que lhe foi transmitido pela concelhia -, o candidato à Câmara não quer o apoio de um candidato à junta de freguesia que, sabe-se lá porquê e por que motivo, defende, de forma acérrima, a comunidade cigana, e que, internamente, íamos retirar a confiança política. E o candidato entendeu por bem, antes de haver uma retirada da confiança política, dar apoio a um candidato independente e devem ter ido encenar qualquer coisa e chamar a GNR", referiu Filipe Melo.

O também deputado no parlamento reconhece que politicamente "é relevante a retirada da confiança política a um candidato de uma freguesia" do mesmo partido, e vice-versa, acusando os queixosos de tentarem "armar um golpe de teatro", o qual desvaloriza.

Na queixa-crime, a que a Lusa teve acesso, André Gomes e Fernando Feitor, que nas autárquicas de 2021 foi eleito vereador na Câmara de Vila Verde pelo Chega, mas que em 2023 se desvinculou do partido liderado por André Ventura, relatam que os "veículos identificados com símbolos do Chega permaneceram no meio da via parados com os máximos ligados, impedindo a passagem de outros veículos".

Por sentir que a "sua integridade física podia estar em causa", Fernando Feitor ligou para o posto territorial de Prado da GNR que, rapidamente, chegou junto da igreja da freguesia de Cabanelas.

"Quando a patrulha [da GNR] chegou ao local, os suspeitos da campanha do Chega retiraram os veículos do meio da via, parando junto da berma", lê-se na queixa conjunta, na qual o candidato do Chega à junta assume que se sentiu "intimidado" com a situação, provocando-lhe "inquietação".

Os queixosos sustentam que "os comportamentos dos suspeitos tinham a intenção de ofender a sua integridade física, [e] de demovê-los em questões políticas".

Na queixa, André Gomes e Fernando Feitor pretendem procedimento criminal contra Filipe Melo e os que o acompanhavam, alguns identificados pelo vereador no atual executivo, pelo crime de perseguição.

Nas declarações à Lusa, Filipe Melo conta uma versão diferente dos acontecimentos.

"Houve situações desagradáveis de uma troca de insultos contra uma senhora da nossa candidatura, ao que não respondeu. O que eles fizeram a seguir, GNR e tudo mais, é coisa deles. Os nossos carros estavam lá parados. Agora, se os senhores viram lá os carros, foram para lá e quiseram encenar alguma coisa, isso é com eles. Se foram fazer uma participação à GNR, ainda bem que o fizeram e que se abra um inquérito", adiantou Filipe Melo.

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