A edição de hoje
Candidato à autarquia da capital apelou ao voto na alternativa à "alternância de cadeiras" entre PS e PSD.
O candidato da CDU à Câmara de Lisboa, João Ferreira, assegurou esta sexta-feira que a coligação PCP/PEV tem as melhores opções para governar a cidade e apelou ao voto na alternativa à "alternância de cadeiras" entre PS e PSD.
No final da arruada que desceu o Chiado para encerrar a campanha comunista, perante uma Rua do Carmo preenchida por bandeiras da coligação PCP/PEV, agitadas com o "entusiasmo que transforma uma cidade", João Ferreira criticou "alguns discursos que se vão ouvindo" e que, "de forma algo ardilosa", começam por dizer que "há duas opções" para Lisboa.
Para o candidato, e ao contrário desses discursos, as duas opções não são entre o "menor de dois males", como se costuma referir às candidaturas encabeçadas por Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN) e Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), mas entre uma cidade governada por "certos interesses" e as "políticas transformadoras" que a CDU propõe em áreas como a habitação, o ambiente e a cultura.
"Há mesmo duas escolhas, duas opções e está nas mãos de cada um decidir", disse, salientando que, "felizmente, existe a alternativa à alternância que tem sido protagonizada ao longo de 24 anos por PSD e PS no governo desta cidade".
João Ferreira destacou que, no domingo, está em causa a opção entre "uma cidade comandada pelos interesses dos especuladores imobiliários", ou com políticas de habitação "inovadoras, como aquelas que a CDU propõe, de produção de habitação a preços não especulativos, envolvendo todos os coletivos que nesta cidade lutam pelo direito à habitação".
Está também em causa, segundo candidato, escolher entre "as políticas de mobilidade [que] continuam sem nada resolver e a atravancar a cidade num trânsito infernal" e políticas que dão "prioridade ao transporte público, retirando espaço ao automóvel, com o que isso implica de investir muito mais no transporte público".
"A começar na Carris, que é uma empresa municipal e de onde têm saído milhões, seja na devolução do IRS [aos munícipes], seja para organizar eventos privados como a Web Summit. Há mesmo duas opções e está nas mãos de cada um decidir", acrescentou.
O candidato comunista defendeu ainda a necessidade de medidas de redução da poluição atmosférica e do ruído e que a cultura seja "levada a sério", democratizada "a toda a cidade, a todos os bairros, a todas as freguesias".
João Ferreira também não se esqueceu dos mais de 10 mil trabalhadores municipais, que considerou ser preciso valorizar como "protagonistas da transformação necessária" para a cidade, e apontou a CDU como a alternativa tem vindo a ser reconhecida por "cada vez mais gente e em particular nos últimos dias".
Um "crescimento" que pode "abrir caminho ao necessário fim desta alternância, à dança de cadeiras nos Paços do Concelho, que nunca rompe com aspetos essenciais de uma mesma política ao serviço de quem tem comandado os interesses desta cidade contra a esmagadora maioria da população que nela vive e trabalha", acrescentou.
Além de João Ferreira, Carlos Moedas e Alexandra Leitão, são candidatos, nas eleições autárquicas de domingo, à presidência da Câmara de Lisboa: Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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