A líder da IL associou partidos como o Livre e o Bloco de Esquerda a "atos de vandalismo" no País, após uma manifestação pró-Palestina, em Lisboa. Rui Tavares exigiu que Mariana Leitão se retrate.
Trocas de acusações entre Iniciativa Liberal e Livre, a propósito das manifestações pró-Palestina, marcaram este domingo o sexto dia de campanha oficial para as eleições autárquicas, com o tema a 'contagiar' as campanhas de outros partidos.
Horas depois de a líder da Iniciativa Liberal (IL) ter associado partidos como o Livre e o Bloco de Esquerda a "atos de vandalismo" no País, após uma manifestação pró-Palestina, em Lisboa, Rui Tavares exigiu que Mariana Leitão se retrate.
"Só um ato de desespero é que pode levar uma líder política a fazer isto. E é uma irresponsabilidade política, é até uma irresponsabilidade social. Porque nós vivemos já numa sociedade muito polarizada, sem precisar deste tipo de coisas. Uma liderança política que seja responsável não faz isto. Mariana Leitão deveria pedir desculpas pelo que fez", considerou o porta-voz do Livre.
Presente na mesma ação de campanha, na feira da Adroana, em Cascais, distrito de Lisboa, a dirigente bloquista Marisa Matias considerou que a IL está a arranjar desculpas "para não condenar o genocídio".
"Da Iniciativa Liberal, eu sinceramente não espero mais nada. Eu creio que Mariana Leitão e a IL e os seus dirigentes vão continuar a arranjar todas as desculpas para, ao fim de dois anos, continuarem a não ter uma única palavra que condene o genocídio e a não ter uma palavra de solidariedade com o povo que está a ser massacrado", criticou.
No sábado, uma parte dos manifestantes pela libertação dos quatro cidadãos portugueses que participaram na flotilha humanitária Global Sumud, e que chegam esta noite a Lisboa, deslocou-se para o interior da estação de comboios do Rossio e um deles foi eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio.
Também visado nas declarações de Mariana Leitão, que o desafiou a demarcar-se do que classificou como "atos de vandalismo" pró-Palestina, promovidos por "radicais de esquerda", o secretário-geral do PS preferiu não se manifestar.
"A atualidade política são as eleições autárquicas. A atualidade política tem um momento crucial que é dentro de oito dias", declarou, à chegada para um arraial da campanha autárquica de Matosinhos, no Porto.
Em Setúbal, a líder da IL comentou as reações dos partidos mais à esquerda, acusando Rui Tavares de ter um "discurso sonso".
"Rui Tavares vem da esquerda radical, coliga-se com a esquerda radical, vota favoravelmente as propostas da esquerda radical e depois quer que os portugueses acreditem que não é da esquerda radical", sustentou.
Mais a sul, concretamente em Elvas (Portalegre), o presidente do Chega também se pronunciou sobre os desacatos de sábado, considerando que os manifestantes pró-Palestina que invadiram a estação de comboios do Rossio estão "a prestar um mau trabalho ao País".
"São pessoas que, em vez de manifestarem pelos problemas que nós temos, corrupção, de insegurança, de imigração, andam a partir as nossas infraestruturas, os nossos transportes, por causa de uma coisa que se passa na Palestina, onde as próprias mulheres e muitas destas minorias seriam tratadas verdadeiramente abaixo do cão, para usar uma expressão portuguesa", criticou André Ventura.
Também no Alentejo, mas em Arraiolos, o secretário-geral do PCP defendeu que não "é este ou aquele caso isolado" em manifestações pró-Palestina que marcam um "movimento muito amplo de solidariedade" do povo português com a causa.
O líder social-democrata e primeiro-ministro, Luís Montenegro, foi o único a não comentar os incidentes de sábado, num dia em que esteve presente na cerimónia de comemoração do 115.º aniversário da Implantação da República, nos Paços do Concelho, em Lisboa.
Na Trofa, o primeiro-ministro preferiu realçar que o Governo que lidera tem mantido o equilíbrio nas contas públicas "não à custa de mais impostos, nem de menos investimento, mas à custa de menos impostos e de mais investimento" em áreas como a saúde, requalificação das escolas, mas também mobilidade, "em nome do ambiente e da qualidade de vida".
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