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Perda auditiva afeta cognição e equilíbrio em pessoas com mais de 55 anos

Audição mais fraca pode levar a uma degeneração do pensamento e do movimento, destaca estudo da Clínica da Universidade de Navarra, em Espanha.

24 de outubro de 2025 às 07:38

A perda auditiva promove problemas cognitivos e de equilíbrio em pessoas com mais de 55 anos, segundo um estudo da Clínica da Universidade de Navarra, em Espanha, noticiado pela Europa Press na quinta-feira.

"O que observamos é que, quando uma pessoa tem problemas de audição, utiliza muitos recursos cerebrais tentando compreender o que alguém está a dizer e deixa de utilizar esses recursos cerebrais para outras coisas, como a atenção, a memória ou até o equilíbrio", disse a secretária-geral da Sociedade Espanhola de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SEORL-CCC), María del Mar Medina.

Segundo o estudo que acompanhou durante vários anos 714 pessoas com mais de 55 anos, a audição mais fraca pode levar a uma degeneração do pensamento e do movimento, destacando que ambos dependem do funcionamento eficiente do sistema auditivo.

Os especialistas verificaram que os pacientes com perda auditiva não tratada apresentavam um risco três vezes maior de instabilidade postural (dificuldade em manter o equilíbrio).

De acordo com os investigadores, mesmo com tratamento, os utentes corriam um risco quatro vezes superior de ter instabilidade postural do que o grupo sem perda auditiva.

Segundo o estudo, quanto maior a perda auditiva, mesmo tratada, maior é o risco de ter dificuldade em manter o equilíbrio.

A situação verificou-se também com a capacidade cognitiva, ou seja, foi observado que quanto pior a audição, pior também é o desempenho nos testes cognitivos.

Os especialistas não encontraram uma ligação entre o equilíbrio e a cognição, indicando que cada um é afetado de forma independente pela perda de audição.

Maria Del Medina alertou ainda que tratar da perda auditiva pode prevenir o declínio cognitivo.

"Tratar a perda auditiva, para além de otimizar a audição, pode prevenir o declínio cognitivo e também as quedas. Em última análise, pode melhorar a qualidade de vida do doente", indicou Medina.

De acordo com os investigadores, os resultados da pesquisa apresentados no 76º Congresso Nacional da SEORL-CCC, precisam de ser confirmados em estudos de maior dimensão, mas os dados podem levar à priorização da prevenção e do tratamento precoce da perda auditiva para reduzir problemas no equilíbrio e a nível cognitivo.

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